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Estado de Minas TRAG�DIA

PF: Vale fez perfura��es que causaram rompimento da barragem de Brumadinho

Segundo laudo da Pol�cia Federal, procedimento foi realizado em �reas de instabilidade da estrutura


26/02/2021 14:38 - atualizado 26/02/2021 19:53

Rompimento da barragem B1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, matou 270 pessoas em 25 de janeiro de 2019.(foto: Alexandre Guzanshe/EM)
Rompimento da barragem B1 da Mina do Feij�o, em Brumadinho, matou 270 pessoas em 25 de janeiro de 2019. (foto: Alexandre Guzanshe/EM)
Uma das maiores trag�dias ambientais e humanit�rias da hist�ria do pa�s, o rompimento da barragem B1 da Mina de C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, foi desencadeado por perfura��es verticais em um ponto fr�gil da estrutura. 

A conclus�o � da Pol�cia Federal, apresentada nesta sexta-feira (26/2), dois anos ap�s o desastre que causou a morte de 270 pessoas e despejou 12,7 milh�es de metros c�bicos de rejeito de minera��o sobre cursos d'�gua e vegeta��o.

Segundo o perito criminal federal Leonardo Mesquita de Souza, o procedimento foi iniciado pela Vale cinco dias antes do estouro com perfuratrizes que operam com inje��o de fluidos. A press�o desses l�quidos causou dissolu��o dos sedimentos estocados e posterior gera��o de ondas, que acabaram por abalar o dique.

A tese da per�cia ï¿½ diferente daquela sustentada pela Vale at� ent�o, de que o incidente havia sido provocado pelo pr�prio peso do reservat�rio, associado ï¿½s chuvas do fim de 2018.

Fragilidade

Conforme o laudo, a escava��o gerou a ruptura do reservat�rio no alteamento de n�mero oito, a 68 metros de profundidade. A camada era formada por um material mais fino, com pouca capacidade de suportar press�o. 

O delegado Luiz Augusto Pessoa Nogueira explicou que as perfura��es n�o amea�ariam a barragem caso ela apresentasse condi��es m�nimas de estabilidade. Esta, no entanto, n�o seria a situa��o da estrutura em 2019.  

“O motivo foi a perfura��o de uma sonda mista que chegou em uma sess�o da barragem que estava muito sens�vel ao processo de liquefa��o. A liquefa��o funciona como ondas de �gua que se propagam para a pr�xima sess�o da barragem, causando um efeito domin�, que � muito r�pido. O colapsamento da barragem durou 30 segundos, desde a primeira sess�o que come�ou a se liquefazer”, detalhou o policial. 

A per�cia diz que a Vale abriu os orif�cios a fim de estudar a composi��o das camadas que compunham o dique, al�m de instalar equipamentos que monitoram a press�o de l�quidos - os chamados piez�metros. 

Meses antes - entre outubro e novembro de 2018 -, a mineradora havia contratado uma empresa e especializada em investiga��o geot�cnica para verificar as condi��es de resist�ncia das diferentes se��es da barragem.

O relat�rio contendo a localiza��o dos pontos fr�geis do reservat�rio teria sido entregue � Vale, mas, segundo a PF, a companhia procedeu com as perfura��es verticais antes de analisar o documento. 

"� como se a pessoa fosse fazer um exame de imagem e n�o entregasse o resultado ao m�dico para an�lise", comparou o delegado Nogueira.

Hip�teses afastadas

A investiga��o das causas do rompimento da barragem de Brumadinho trabalhou com outras cinco hip�tese al�m das perfura��es em pontos fr�geis. 

Uma delas � a defendida pela Vale. Uma empresa de geotecnia contratada pela empresa concluiu que o desastre foi provocado pelo pr�prio peso da estrutura, em condi��o n�o drenada. Este quadro teria gerado deformidades que, combinadas com as fortes chuvas de janeiro, teria ocasionado o estouro. 

Exames de piezometria, no entanto, revelaram que a condi��o da barragem era drenada. 

"Identificamos tamb�m que, anos antes, as chuvas foram bem mais severas, n�o houve essa condi��o extraordin�ria de chuvas em 2018", argumentou o perito Leonardo Mesquita de Souza.

As demais hip�teses descartadas pela PF foram:
  • Eleva��o da press�o d’�gua interna;
  • Carregamento de rejeitos provocado por detona��es em mina pr�xima;
  • Carreamento de rejeitos por Dreno Horizontal Profundo (DHP) com possibilidade de eros�o interna progressiva;
  • Incidente de ruptura hidr�ulica durante instala��o de DHP em 11/06/2018;

Inqu�rito continua

O delegado Luiz Augusto Pessoa Nogueira esclareceu que as conclus�es da per�cia n�o encerram o inqu�rito. Numa pr�xima etapa, a PF diz que pretende realizar novas dilig�ncias e deve indiciar outros envolvidos. 

Procurada pela reportagem, a Vale informou que tomou conhecimento do laudo nesta sexta-feira (26/2) e pretende avaliar "o inteiro teor do documento" antes de se manifestar. 

Confira a nota da empresa da �ntegra:

"A Vale informa que tomou conhecimento nesta sexta-feira (26) da expedi��o do laudo da per�cia t�cnica da Pol�cia Federal sobre as poss�veis causas do rompimento da Barragem I, da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho (MG). A empresa avaliar� o inteiro teor do laudo e oportunamente se manifestar� nos autos por interm�dio de seu advogado David Rechulski."


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