Sem leitos e sem amparo do governo. Essa � a situa��o encontrada pelos moradores de Sete Lagoas, Regi�o Central de Minas Gerais. Como se n�o bastasse o aumento de casos na cidade e a falta de leitos para pacientes com COVID-19, autoridades municipais tamb�m encontram dificuldade de acesso a recursos do Estado. O munic�pio sofre com a falta de equipamentos para manter um leito em funcionamento, como respiradores, sedativos e antibi�ticos para o tratamento nas interna��es.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Sa�de, Sete Lagoas est� com a taxa de ocupa��o dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em 111%. S�o 35 leitos com 39 pacientes internados. O secret�rio municipal de Sa�de, Fl�vio Pimenta, contou que solicitou amparo do governo estadual, sem sucesso at� o momento.
“Estamos com quadro grave na cidade. Ampliamos cinco leitos recentemente, que estavam desativados, e todos eles j� est�o ocupados. Agora nossa alternativa � direcionar pacientes para outras cidades. Comunicamos e solicitamos amparo do estado sobre esta situa��o, mas ainda estamos aguardando algum posicionamento. Enquanto esperamos a resposta, estamos tentando arrumar alguma condi��o de ampliar essa rede”, lamentou.
Fl�vio tamb�m ressaltou sua preocupa��o com a falta de equipamentos para tratar os pacientes. “O aparelhamento � um outro problema, porque estamos tendo falta de medica��es, insumos e isso tudo acaba tendo um impacto muito grande. Tentamos de todas as maneiras tentar adquirir e ampliar essa assist�ncia, mas est� muito complicado neste momento”, afirmou. Segundo o secret�rio, os antibi�ticos, sedativos, respiradores e monitores de CTI s�o os principais equipamentos que a secretaria tem enfrentado dificuldades de adquirir. "Toda composi��o de um leito para o paciente fica comprometida. � muito din�mico, a gente rep�e um e falta outro", completou.
O secret�rio informou ainda que as demais cidades da microrregi�o de Sete Lagoas, composta por outros 19 munic�pios, prestam suporte, mas ainda � muito fraco. “Deveria ter 28 leitos de enfermaria em Paraopeba e nunca foi feito. A cidade ficou aguardando recurso do governo e eles n�o efetivaram. Caetan�polis teve um suporte razo�vel, mas ainda � fraco frente � demanda que todas estas cidades apresentam”, afirmou.
“O Minist�rio P�blico Estadual (MPE) desabilitou leitos por ter identificado que n�o havia ocupa��o. Hoje, estamos sem nenhum”, informou.
“O Minist�rio P�blico Estadual (MPE) desabilitou leitos por ter identificado que n�o havia ocupa��o. Hoje, estamos sem nenhum”, informou.
Enquanto isso, Sete Lagoas v� o n�mero de casos e mortes crescendo na cidade cada dia mais. De acordo com o boletim epidemiol�gico mais recente, divulgado nessa quarta-feira (10/3) pela prefeitura, Sete Lagoas tem 11.747 casos positivos para COVID-19, sendo 154 deles dentro do per�odo de 24 horas. Outras 200 mortes foram registradas em decorr�ncia de complica��es da doen�a desde o in�cio da pandemia.
Microrregi�o decide permanecer na onda vermelha
Sete Lagoas � uma microrregi�o do estado que engloba outras 19 cidades: Matozinhos, Paraopeba, Jaboticatubas, Papagaios, Caetan�polis, Prudente de Morais, Capim Branco, Cordisburgo, Maravilhas, Baldim, Santana de Pirapama, Inha�ma, Jequitib�, Pequi, Funil�ndia, Santana do Riacho, Cachoeira da Prata, Fortuna de Minas e Ara�a�.
Todas estas cidades, juntas, avan�aram para a onda amarela do programa “Minas Consciente” na �ltima quinta-feira (4/3), mas sem motivos para comemorar. O avan�o n�o significou que o munic�pio estava reduzindo �ndices de contamina��o e interna��o por COVID-19.
Pensando nisso, o secret�rio municipal de sa�de, prefeitos e demais autoridades decidiram permanecer na onda vermelha.
Pensando nisso, o secret�rio municipal de sa�de, prefeitos e demais autoridades decidiram permanecer na onda vermelha.
Sete Lagoas adotou ainda restri��es mais rigorosas, da fase roxa, que inclui toque de recolher. O decreto, publicado na segunda-feira (8/3), fecha todo com�rcio e pro�be circula��o de pessoas entre 20h e 5h. Segundo o prefeito Du�lio de Castro (Patriotas), a medida foi tomada para evitar aglomera��o, principalmente em bares e restaurantes.
“Vamos trancar a cidade para evitar de tomarmos medidas mais s�rias. Antes [a doen�a], estava longe. Agora, chegou perto de n�s. N�o h� outro caminho sen�o tomar medidas mais restritivas. A partir das 20h, os bares e restaurantes dever�o estar fechados, nem delivery poder� funcionar. Porque se n�o for assim, n�o tem sentido. As pessoas v�o continuar circulando nas ruas depois deste hor�rio”, analisou o prefeito.
Confira o que � autorizado na onda vermelha
- Supermercados, padarias, lanchonetes, lojas de conveni�ncia;
- Bares e restaurantes (somente para delivery ou retirada no balc�o);
- A�ougues, peixarias, hortifrutigranjeiros;
- Servi�os de ambulantes de alimenta��o;
- Farm�cias, drogarias, lojas de cosm�ticos, lavanderias, pet shop;
- Bancos, casas lot�ricas, cooperativas de cr�dito;
- Vigil�ncia e seguran�a privada;
- Servi�os de reparo e manuten��o;
- Lojas de inform�tica e aparelhos de comunica��o;
- Hot�is, mot�is, campings, alojamentos e pens�es;
- Constru��o civil e obras de infraestrutura;
- Com�rcio de ve�culos, pe�as e acess�rios automotores.
Outras cidades da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) tamb�m enfrentam a mesma situa��o de Sete Lagoas: Ibirit�, Ribeir�o das Neves, Bar�o de Cocais e v�rias outras atingiram 100% de ocupa��o dos leitos de UTI.
Confira o posicionamento da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG):
"Desde mar�o de 2020, a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) vem fomentando a amplia��o de leitos de terapia intensiva no estado. Uma das primeiras a��es foi a aquisi��o de 1.047 respiradores que permitiu que o Estado ampliasse o n�mero de leitos de UTI, muitos deles em munic�pios que nunca tinham contado com unidades de terapia intensiva. Minas Gerais contava com 2.072 leitos de UTI e, atualmente, possui 4.209.
Na macrorregi�o centro, em fevereiro de 2020, havia 791 leitos de terapia intensiva e atualmente conta com 1.250; um aumento de 58%.
Essa amplia��o � resultado de esfor�o conjunto entre SES, prestadores, governo federal e gestores municipais. Al�m do fomento da amplia��o de leitos, o estado realiza o custeio dos leitos de terapia intensiva que n�o tiveram suas habilita��es prorrogadas pelo MS."