Soma de mortos pela COVID-19 em Minas � maior que centenas de cidades
Marca de 20.087 �bitos supera a popula��o em 667 munic�pios, a exemplo de Confins, na Grande BH, com seus 6,8 mil moradores. Casos atingem 946.556
Em dois meses e meio, desde janeiro, o n�mero de mortes no estado cresceu quase 60%, e o registro di�rio tem batido recordes
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 2/11/20)
Um ano ap�s o registro do primeiro caso de COVID-19 em Minas Gerais, o estado ultrapassou a tr�gica marca de 20 mil mortos pelo novo coronav�rus. Os dados s�o do boletim de ontem da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), que informa total de 20.087 mortes desde o in�cio da pandemia. De quarta-feira para ontem, 263 �bitos foram confirmados em todo o estado, um novo recorde. At� ent�o, o pico havia sido verificado em 27 de janeiro, quando a pasta notificou 216 mortes no intervalo de um dia.
O aumento das mortes pode ser observado desde o come�o de janeiro. No primeiro dia de 2021, Minas Gerais contabilizava 12.001 mortes. Desde ent�o, em dois meses e 11 dias, houve crescimento de quase 60% nos �bitos provocados pela doen�a respirat�ria.
O drama das vidas perdidas em Minas para o coronav�rus fica evidente quando comparado ao tamanho da popula��o. O n�mero de mortos no estado supera o de popula��es inferiores a 20 mil pessoas em pelo menos 667 munic�pios.
Jaboticatubas, na Grande BH, por exemplo, tem pouco mais de 20,4 mil habitantes. O munic�pio de Confins, tamb�m localizado na regi�o metropolitana, tem 6,8 mil moradores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). No contraponto dos n�meros, apenas 68 cidades mineiras n�o registraram mortes pela COVID-19.
Ontem, Minas Gerais bateu o recorde de casos confirmados em 24 horas, com 10.409 novas ocorr�ncias. Outras 7.745 infec��es foram registradas pela Secretaria de Sa�de, o que leva ao total de 946.556 pessoas que foram acometidas pela doen�a desde 2020.
Desse total de casos, 861.434 s�o de pessoas que se recuperaram. H� 65.035 em acompanhamento, termo usado para agrupar as situa��es de pacientes ainda em recupera��o ou ocorr�ncias que demandam atualiza��o por parte das prefeituras.
Em munic�pios de v�rios regi�es do estado, os indicadores da doen�a se agravam, impondo atendimento cr�tico em hospitais, que enfrentam a falta de leitos e buscam transferir pacientes. � o caso de Ibirit�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde o hospital de campanha chegou ao seu limite ontem. Todas as 40 vagas destinadas ao tratamento de pacientes com a COVID-19 estavam ocupadas.
Um paciente aguarda por leito em unidade de terapia intensiva (UTI). Esta � a primeira vez, desde quando iniciaram os trabalhos, em 22 de junho de 2020, que o hospital esgotou a capacidade de atendimento. A unidade tem 40 leitos, sendo 20 de UTI e 20 cl�nicos, que est�o lotados.
Segundo a assessoria de comunica��o da Prefeitura de Ibirit�, quando h� necessidade de pedido de transfer�ncia para outra cidade, � feita a comunica��o a uma central de regula��o do estado, que diz para onde esse paciente pode ser encaminhado. A assessoria explicou que, por enquanto, o paciente que aguarda por uma vaga na UTI em Ibirit� n�o necessita de transfer�ncia de forma emergencial e se encontra na enfermaria do hospital de campanha.
“Este �, com certeza, o pior momento que estamos vivendo desde o in�cio da pandemia. Por esse motivo, pedimos � popula��o que s� saia de casa quando realmente for necess�rio, e que intensifique os cuidados, como o uso constante de m�scara e a higieniza��o das m�os”, alerta a secret�ria de Sa�de, Carina Bitar�es.
Em Carmo da Mata, no Centro-Oeste de Minas, parte dos servi�os essenciais n�o poder� funcionar neste fim de semana. A medida faz parte do novo decreto publicado na quarta-feira, na tentativa do Executivo de conter o avan�o da COVID-19. O munic�pio, de pouco mais de 11,5 mil habitantes, contabiliza 279 casos confirmados da doen�a e cinco mortes.
Sem nenhum hospital, as restri��es seguem a mesma linha do decreto publicado na vizinha Oliveira, onde o sistema de sa�de j� est� � beira do colapso. “Somos referenciados para Oliveira, que neste momento est� com 100% dos leitos de UTI ocupados e 100% da enfermaria”, explicou a secret�ria de Sa�de, Elisangela Neto. A cidade refer�ncia tem apenas uma �nica unidade hospitalar. S�o 10 leitos de UTI e outros 22 cl�nicos.
Sem vagas, os pacientes s�o transferidos, conforme definido pela regula��o do SUS-F�cil, ferramenta do Sistema �nico de Sa�de (SUS). Segundo a secret�ria, n�o h� como prever para qual regi�o e munic�pio eles ser�o levados. Em alguns casos, a transfer�ncia � feita para Divin�polis, distante 55 quil�metros.
(foto: Arte/Soraia Piva)
Cont�gio
A taxa de dissemina��o do coronav�rus teve redi��o em Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, que vem enfrentando situa��o cr�tica no atendimento hospitalar. O n�mero de transmiss�o por infectado no munic�pio caiu de 1,25, no in�cio de fevereiro, para 1,04 neste m�s, segundo dados da SES-MG.
A Prefeitura de Uberl�ndia atribui a queda �s medidas de isolamento social que foram adotadas e informou que continua fazendo testes normalmente. Se at� 4 de fevereiro 100 pessoas infectadas transmitiam o v�rus para outras 125, em 1º de mar�o, esse n�mero de pessoas transmitiam o coronav�rus para 104. A taxa de cont�gio considerada est�vel pelos especialistas est� abaixo de 1, bem como o �ndice seguro para um retorno mais amplo das atividades econ�micas fica em 0,5.
De acordo com o munic�pio, o ritmo de prolifera��o sofreu impacto de duas delibera��es que restringiram as atividades e a circula��o de pessoas pela cidade em fevereiro. Na quarta-feira, foi prorrogado por mais uma semana o decreto que imp�s toque de recolher di�rio das 18h �s 5h, ampliando as medidas para autoriza��o de abertura de lojas f�sicas apenas dos servi�os essenciais e ado��o de lei seca.(*Amanda Quintiliano/Especial para o EM)
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.