
Uma Belo Horizonte com ruas vazias, pontos de �nibus ainda cheios, intensa fiscaliza��o da Pol�cia Militar da Guarda Municipal e rapidez de motoristas na volta para a casa. Em situa��o preocupante acerca da ocupa��o de UTIs e enfermarias, a capital mineira adormeceu de forma diferente: nesta quarta-feira (17/3), a cidade deu in�cio ao toque de recolher para tentar frear o avan�o do coronav�rus.
A exemplo do que ocorre em v�rias cidades de Minas Gerais, somente trabalhadores dos servi�os essenciais poder�o circular das 20h �s 5h. A medida vai valer por tempo indeterminado, dependendo da oferta de locais para interna��o para casos mais graves nos principais hospitais da capital.

Mesmo no primeiro dia de confinamento, com a popula��o ainda se ambientando ao novo protocolo, j� foi poss�vel perceber uma cidade esvaziada. N�o houve o caracter�stico congestionamento de carros e pedestres nas noites.
A volta para casa foi um desafio a mais para a popula��o que trabalhou at� o fim da tarde. Diversas pessoas foram vistas esperando �nibus nos pontos da Savassi e do Funcion�rios e no centro da cidade.
Enquanto isso, poucos motoristas se apressaram para chegar em casa a tempo do confinamento. Na �rea central, viaturas da Pol�cia Militar e agentes da Guarda Municipal intensificaram as blitz para tentar flagrar comerciantes que desrespeitaram o decreto ou pessoas que descumpriram a lei.
De acordo com a PM, as primeiras abordagens s�o de car�ter educacional. Em caso de reincid�ncia, o cidad�o pode at� mesmo ser conduzido por cometimento de crime contra a sa�de p�blica.
Na Pra�a Sete, apenas trabalhadores dos servi�os essenciais foram vistos depois das 20h. J� a Pra�a da Liberdade estava completamente vazia, j� que o acesso ao interior dela estava bloqueado.
A reportagem do Estado de Minas presenciou uma aglomera��o de entregadores de aplicativos na Pra�a da Savassi. Todos estavam aguardando o in�cio da jornada de trabalho.
Na Lagoa da Pampulha, o habitual movimento de ciclistas e corredores de rua � noite deu lugar a um ambiente calmo e sombrio. Por sua vez, no Viaduto de Santa Tereza, ruas e cal�adas estiveram literalmente vazias.
'Ambiente diferente e triste'
Para quem habitualmente trabalha no per�odo noturno, o clima era de estranheza. “Nunca vi essa situa��o. A cidade est� com um ambiente diferente e triste. Espero que tudo volte ao normal o mais r�pido poss�vel”, ressalta Matheus Carvalho, de 37 anos, frentista de um posto de combust�veis na Regi�o Noroeste da capital.
Ele conta que o propriet�rio do estabelecimento autorizou os funcion�rios a trabalharem somente at� a meia-noite, j� que o movimento de carros seria teoricamente inferior – antes, ele tinha jornada at� 6h. “Espero que, com essas medidas, o com�rcio possa voltar a abrir normalmente e a cidade voltar ao normal”, diz.
Apesar de ser favor�vel ao fechamento das atividades n�o-essenciais, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) havia criticado o toque de recolher decretado por outras cidades da Grande BH.
“N�o adianta abrir a cidade toda, como Sabar� est� fazendo, por exemplo, e amontoar todo mundo de dia, mas fazer toque de recolher durante a noite. Isso � uma brincadeira de p�ssimo gosto”, afirmou.
Colapso � vista
BH chegou nesta quarta-feira a 96,6% de ocupa��o dos leitos, a maior desde o in�cio da pandemia. Na rede SUS, o quadro tamb�m � grav�ssimo, com uma taxa de uso de 91,1%.
Dos 746 leitos para pacientes graves infectados pelo coronav�rus em Belo Horizonte, a prefeitura informa que restam somente 25.