Ao longo de d�cadas, na Sexta-Feira Santa, milhares de pessoas participaram da Prociss�o de Encontro, o principal evento da Semana Santa em Montes Claros, no Norte de Minas. Mas, neste ano, por conta da pandemia da COVID-19, o momento em que Cristo, a caminho do Monte Calv�rio, encontra-se com Maria, foi celebrado com a igreja vazia, com transmiss�o pela rede social. Foi o segundo ano consecutivo que o ritual foi realizado sem a presen�a de p�blIco, devido �s medidas restritivas contra a transmiss�o do coronav�rus.
A “Reflex�o do Encontro de Jesus com Maria, sua m�e” ocorreu �s 9 horas desta Sexta-Feira (02/04), na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, a principal da cidade. As imagens de Cristo e Nossa das Dores pr�ximo ao altar, representando o “encontro” de Cristo com a Nossa Senhora antes de ser crucificado. A prega��o feita pelo padre J�nio C�sar Barbosa dos Santos.
O sacerdote contou com apenas com a companhia de alguns auxiliares e quatro componentes de um grupo de canto. As entradas da catedral foram fechadas.
Para �s 15 horas desta sexta, na Catedral, foi marcada a “Paix�o do Senhor/Adora��o do Crucificado”, que ser� presidida pelo arcebispo metropolitano dom Jo�o Justino de Medeiros, tamb�m sem a presen�a dos fi�is.
Desde o dia 3 de mar�o, o munic�pio pro�be a realiza��o de missas e cultos e outras celebra��es em igrejas em Montes Claros, com as atividades podendo acontecer somente com transmiss�es online. Em 7 de mar�o, a cidade entrou na onda roxa, a fase mais restritiva do Plano Minas Consciente, do Governo do Estado.
Ao fazer a reflex�o do encontro de Jesus Cristo Nossa Senhora, o padre J�nio Barbosa dos Santos lembrou do significado da Semana Santa. Tamb�m chamou aten��o para import�ncia da solidariedade diante do sofrimento provocado pela pandemia.
“Nesta semana, somos chamados a olhar para o outro. Que tenhamos um cora��o samaritano. Temos que compadecer com o sofrimento do outro”, conclamou o religioso.
Tamb�m nesta sexta-feira, em entrevista ao Estado de Minas, o p�roco da Catedral de Montes Claros, padre Fernando Jos� de Andrade, destacou o “encontro” de Jesus com Maria tem grande significado para os cat�licos: o afeto entre m�e e filho.
“O encontro de Jesus Cristo com Nossa Senhora fez com Ele vivesse essa experi�ncia efetuosa que isso lhe tramissise mais for�a para continuar caminhando at� o Calv�rio, com o peso da cruz”, disse o padre Fernando, salientando que, por conta do distanciamento imposto pela pandemia, os fieis ficaram impedidos de testemunhar presencialmente a representa��o desse afeto.
“Nesse momento, a gente faz uma reflex�o sobre a falta de afeto, que causa dor e sentimento e faz a cruz ficar mais pesada”, observou.
O p�roco da Catedral de Montes Claros disse que a realiza��o das celebra��es da Semana Santa sem a presen�a dos fieis, em fun��o da pandemia do coronavirus, � ruim para os padres.
“O sentimento � de tristeza, de necessidade de aceita��o de algo que � dif�cil. Faz falta no cora��o do pastor n�o ter o povo por perto. Um padre sem povo � um padre pela metade”, considera Fernando Andrade.
Por sua vez, o padre J�nio dos Santos, que foi ordenado h� dois anos e tr�s meses, lamentou a impossibilidade da presen�a dos fieis nos rituais da Semana Santa em meio a pandemia. Por�m, enfatiza a necessidade do distanciamento para impedir o avan�o do coronavirus e salvar vidas.
“Claro que desejar�amos que as portas da igreja estivesse escancaradas para o povo vivenciar esse momento devocional do encontro de Jesus com Nossa Senhora, a via sacra e as prociss�es. Mas, isso n�o � poss�vel devido a esse sofrimento que a humanidade est� enfrentando com pandemia”, afirmou.
“A nossa preocupa��o (vontade) era escancara as portas da igreja, m as n�o podemos deixar de sensibilizar com a dor dos out0ors. Diante desta pandemia, desta Semana Santa t�o at�pica, devemos olhaqr para o Cristo que assume as nossas dores”, conclui o jovem sacerdote.