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Estado de Minas GRUPOS PRIORIT�RIOS

Imunizados contra COVID-19: 80,69% dos ind�genas de MG receberam as 2 doses

A imuniza��o foi feita nas aldeias Krenak, Maxakali, Patax� e Xacriab�. No entanto, l�deres ind�genas pedem que a vacina��o se estenda para n�o-aldeados


07/04/2021 10:56 - atualizado 07/04/2021 11:56

(foto: Arquivo Pessoal)
(foto: Arquivo Pessoal)

 
Dos 29 grupos considerados priorit�rios pelo Minist�rio da Sa�de, o dos povos ind�genas vivendo em aldeias foi o segmento que recebeu maior cobertura vacinal contra a COVID-19 em Minas. Foram aplicadas a primeira dose em 7.065 e a segunda dose em 6.029, ou seja 94,55% da primeira dose e 80,69% da segunda. A popula��o ind�gena aldeada no estado � de 7.472 pessoas.
 
 

L�der ind�gena e escritor, Ailton Krenak, que est� entre os vacinados, avalia como positiva a forma como foi realizada a imuniza��o dos ind�genas em Minas. “O programa de vacina��o em Minas foi coerente com o cumprimento da prioridade em todas as aldeias ind�genas em Minas: Krenak, Maxakali, Patax� e Xacriab�. Os profissionais de sa�de foram respeitosos com a orienta��o, foram eficientes e corretos”, afirma Ailton. 

No entanto, ele destaca que � preciso vacinar tamb�m os ind�genas n�o-aldeados que vivem nas cidades. “� preciso assegurar que, como os que n�o est�o na aldeias sejam vacinados da mesma forma de quem est� na aldeia", pondera. As raz�es defendidas para a inclus�o se deve ao fato de os ind�genas serem grupos mais vulner�veis ao v�rus.

Ailton destaca que a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) esclarece para afirmar que a import�ncia de vacinar popula��es de povos origin�rios em todos os pa�ses, por se tratar de parcela que tem mais vulnerabilidade por raz�es biol�gicas, gen�ticas e hist�ricas.

"Os tempos de cont�gio com outras epidemias que j� aconteceram s�o diferentes dos povos origin�rios em rela��o aos brancos. Ficam mais vulner�veis, � como um idoso pegar a COVID-19, sem prote��o, pode morrer", diz A�lton.

As 130 pessoas da aldeia ind�gena Krenak, em Resplendor, foram vacinadas.  A primeira dose foi aplicada em fevereiro e a segunda dose em mar�o. “As equipes que vieram vacinar na aldeia eram preparadas e fizeram com respeito � diferen�a cultural”, afirma o l�der ind�gena. 

A�lton Krenak, no entanto, ressalta que h� centenas de ind�genas n�o aldeados, vivendo nas cidades. "Em BH, temos centenas, chegando na casa dos milhares", afirma. Foram realizados protestos na Assembleia Legislativa e na C�mara Municipal de Belo Horizonte para inclus�o dos ind�genas n�o aldeados na vacina��o. 

Na avalia��o de Ailton, o crit�rio de vacinar apensas os aldeados � excludente. A��o da Associa��o dos Povos Ind�genas no Brasil (Apib), Minist�rio P�blico e o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciaram em favor da inclus�o

"N�o podemos discriminar ind�genas na aldeia e ind�genas fora da aldeia. Todos devem ter a prioridade da vacina. Como voc� vai obrigar os governos estaduais a cumprir isso, se o governo federal est� sabotando e n�o manda as vacinas", diz. 

Em dezembro, a aldeia perdeu duas mulheres que se contaminaram pela COVID-19. "O diagn�stico saiu depois do �bito. Elas foram levadas para o hospital, descobriram que estavam com COVID-19 e morreram l�", lamenta A�lton Krenak.
 
Como na aldeia as pessoas est�o muito mais pr�ximas at� pela organiza��o do espa�o, que � coletivo, Ailton destaca que se algu�m se contaminar na aldeia vai morrer. "Aqui em volta n�o tem como socorrer com respirador e at� levar para Governador Valadares, ficar na fila esperando vaga, ele morre. Os nossos vizinhos n�o-ind�genas est�o morrendo igual abelha"

Os Krenak est�o em isolamento social desde o in�cio da pandemia em mar�o do ano passado. "Estamos seguindo medidas r�gidas e deveria ser mais ainda. Dever�amos usar m�scaras at� no conv�vio familiar. Uma pessoa pode ir l� fora e pode voltar trazendo o v�rus aqui para dentro", diz.

FALTA DE VONTADE POL�TICA
 
Ailton lamenta a situa��o atual do Brasil, que, dia ap�s dia, registra recordes no n�mero de mortos. Ele teme que o pa�s chegue a marca de 5 mil mortes pela COVID-19 em um dia. 
 
Em sua avalia��o, o pa�s chegou nesses n�meros muito em decorr�ncia da neglig�ncia do governo federal na gest�o de enfrentamento � pandemia. "O Presidente da Rep�blica declara que n�o acredita em vacina��o. Autoridade que nomeia o ministro da sa�de, autoridade que libera as dota��es or�ament�rias. N�o tem outra pessoa para decidir".
 
Ele afirma que falta tamb�m disposi��o pol�tica. "Se estiv�ssemos entupidos de vacina no Brasil, ainda ter�amos gente morrendo sem vacina", conclui. 


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