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Estado de Minas Luta contra o v�rus

Gravidez imp�e cuidados e lan�a alerta para vacina��o priorit�ria

Aumento de 144% das mortes maternas pelo coronav�rus e acesso das gestantes �s UTIs refor�am preocupa��o de especialistas


17/04/2021 06:00 - atualizado 17/04/2021 07:25

Ministério da Saúde avalia incluir todas as gestantes no plano nacional de vacinação(foto: Pixabay)
Minist�rio da Sa�de avalia incluir todas as gestantes no plano nacional de vacina��o (foto: Pixabay)
Ansiosa por viver a gesta��o num per�odo cr�tico da pandemia do novo coronav�rus, a enfermeira Ana Paula Medeiros Alves, de 32 anos, discutiu com m�dicos e o colega respons�vel pelo pr�-natal a d�vida sobre se deveria ser vacinada contra a COVID-19. Em 23 de mar�o �ltimo, ela tomou a primeira dose, convicta de que o risco de adoecer supera o do imunizante. Cresceu 144% desde o in�cio da pandemia o n�mero de mortes maternas provocadas pelo novo coronav�rus, segundo pesquisa atualizada nesta semana pelo Observat�rio Obst�trico Brasileiro COVID-19.

Outro fato dram�tico constatado � que uma em cada quatro gestantes e pu�rperas internadas com SARS-Cov-2 n�o teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI) e cerca de 34% n�o foram intubadas, derradeiro recurso terap�utico que poderia salv�-las. Os n�meros consideraram an�lise que estende ao per�odo de surgimentos dos primeiros casos da COVID-19 no Brasil.

Ontem, o secret�rio de Aten��o Prim�ria � Sa�de do Minist�rio da Sa�de, Raphael C�mara Medeiros, afirmou, em entrevista coletiva, que mesmo na aus�ncia de estudos, novas cepas do coronav�rus podem se manifestar mais gravemente em mulheres gr�vidas e recomendou que, a partir do terceiro trimestre de gesta��o, elas fa�am o exame RT-PCR, que aponta a infec��o pela COVID-19. “J� temos a nota t�cnica que d� essa recomenda��o expressa para as gr�vidas com fatores de risco. Estamos na fase final de an�lise e n�o podemos errar. Estamos avaliando se iremos colocar, mas a sugest�o de grande parte dos especialistas � essa”, disse o secret�rio.

A pasta avalia incluir todas as mulheres gr�vidas e pu�rperas na campanha nacional de vacina��o contra a COVID-19. Hoje, com as regras do Plano Nacional de Imuniza��o s� acolhem aquelas gr�vidas que apresentem comorbidades. C�mara Medeiros observou que “praticamente todos os especialistas em ginecologia obstetr�cia t�m uma sugest�o e pedem com bastante for�a que todas gestantes entrem nesta recomenda��o, j� estamos em tratativas avan�adas”.

A  enfermeira Ana Paula Medeiros Alves est� no oitavo m�s de gesta��o e tomou a vacina do laborat�rio AstraZene- neca. “Optei por tomar porque tenho acesso ao hospital. Acho muito arriscado, j� temos outras vacinas com a mesma tecnologia das vacinas contra a COVID e gestantes recebem. Por mais que n�o tenha estudos com gestantes, a gente sabe que o risco de contrair (o v�rus) � muito maior do que o de tomar a vacina”, diz. Ela contou que ap�s ter tomado a primeira inje��o, no dia seguinte, acordou com dor no corpo e sonolenta. “� noite, tomei um rem�dio para tratar a dor e no outro dia acordei �tima, como se nada tivesse acontecido”, relatou.
 
 

Estamos avaliando se vamos colocar (as gr�vidas na campanha de vacina��o)

Raphael C�mara Medeiros,
secret�rio de Aten��o Prim�ria � Sa�de
 
 

O medo de contrair o v�rus deixa Ana Paula ansiosa. “�s vezes a gente n�o consegue ficar em casa. Estou em casa h� 1 m�s, mas antes trabalhava normalmente. Meu marido sai pra trabalhar, e, com isso, a fam�lia tem que tomar todos os cuidados para que a gestante n�o tenha o contato com o v�rus. O medo e a ansiedade surgem pela incerteza de pegar ou n�o a doen�a”, contou. Ela concorda que a campanha de vacina��o inclua as gestantes.  “Todas as gestantes deveriam receber as vacina independentemente de ser grupo de risco ou n�o. At� porque o simples fato de ser gestante ja � considerado grupo de risco”, defende.

�bitos

Especialistas t�m dito que as manifesta��es da doen�a respirat�ria v�o de quadros assintom�ticos at� os de maior gravidade e fatais. O per�odo de maior risco pode ser desenvolvido no �ltimo trimestre de gesta��o, como citado pelo secret�rio do Minist�rio da Sa�de, e no per�odo do puerp�rio. Portanto, gestantes e pu�rperas at� o 14º dia de p�s parto, s�o consideradas grupos de risco para contrair o v�rus.

O Observat�rio Obst�trico Brasileiro COVID-19, que visa a dar visibilidade aos dados envolvendo esse p�blico espec�fico e oferecer ferramentas para an�lise e fundamenta��o de pol�ticas para aten��o � sa�de de gestantes e pu�rperas em rela��o ao novo coronav�rus, apontam que entre mar�o de 2020 e a �ltima quinta-feira (a mais recente atualiza��o de estat�sticas do Minist�rio da Sa�de), foram registrados 9985 casos de interna��es por COVID-19 com 815 �bitos (8,2%).

Houve, ainda nesse per�odo, outros 9.997 de registros de S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (SRAG) com 263 mortes entre gestantes e pu�rperas, que, na avalia��o dos pesquisadores, podem ser tamb�m epis�dios de SARS-Cov-2. “Percebemos que o aumento da mortalidade das gestantes foi maior do que da popula��o em geral. Enquanto o aumento, desde o in�cio da pandemia, foi de 61% na m�dia no pa�s, as mortes cresceram 144% entre as gestantes se comparados os n�meros de 2020 e 2021”, explicou  Rossana Francisco , docente do Departamento de Obstetr�cia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e presidente da Associa��o de Obstetr�cia e Ginecologia do Estado de S�o Paulo (Sogesp).
 
Rossana Francisco foi uma das fundadoras da plataforma ao lado da Agatha Rodrigues, docente do Departamento de Estat�stica da Universidade Federal do Esp�rito Santo (Ufes) e Lucas Lacerda, estudante de gradua��o em Estat�stica na Ufes. Ela explica que o aumento de mortes entre gestantes pode ter ocorrido devido � nova variante do novo coronav�rus, a sobrecarga do sistema de sa�de e a falta de aten��o �s m�es.

“Mesmo antes da pandemia j� t�nhamos um n�mero muito alto da mortalidade materna. A pandemia evidenciou o problema”, explicou. A especialista frisa, portanto, a import�ncia dos cuidados na preven��o contra a doen�a. “O objetivo do levantamento � mostrar o risco que elas correm para ent�o se protegerem”, acrescentou.


Home office

Na quinta-feira, o Plen�rio do Senado aprovou o Projeto de Lei (PL) 3.932/2020, que garante regime de home office para trabalhadoras gestantes, durante a pandemia de COVID-19. A proposta � de autoria da deputada federal Perp�tua Almeida (PCdoB-AC) e recebeu parecer favor�vel, com uma emenda de reda��o, da relatora, a senadora Nilda Gondim (MDB-PB). Como n�o houve mudan�as de conte�do no texto aprovado pela C�mara, agora o projeto ser� enviado � san��o presidencial. “Essa � uma conquista para as gestantes. Para al�m disso, � importante se proteger, n�o fazer ch� de beb� presencial e tomar todas as medidas de seguran�a”, acrescentou.



PELA VIDA

34%


� o n�mero de gestantes e pu�rperas que n�o foram intubadas, 
recurso que poderia salv�-las 



Minist�rio pede que mulheres adiem planos

O secret�rio de Aten��o Prim�ria � Sa�de do Minist�rio da Sa�de, Raphael C�mara Medeiros, afirmou, ontem, que a pasta recomenda �s mulheres, se poss�vel, adiar a gravidez enquanto durar o pico da pandemia de COVID-19. A sugest�o repercutiu mal nas redes sociais. Uma internauta lembrou que a fun��o da pasta � assegurar atendimento � sa�de e n�o interferir num direito da mulher.

“As mulheres n�o t�m que adiar, nem adiantar, nem manter gravidez alguma. As mulheres t�m de ser livres para parir ou n�o. O governo que se limite a garantir nosso acesso � sa�de”, disse uma internauta. Outra postagem faz men��o cr�tica � quest�o do aborto. “O minist�rio da sa�de recomenda adiar gravidez por causa da pandemia num pa�s em que n�o existe aborto legal, gratuito e seguro.”.

Segundo o secret�rio Raphael C�mara, apesar da falta de estudos, “a vis�o cl�nica de especialistas mostra que a variante nova (do coronav�rus) tem a��o mais agressiva nas gr�vidas”.

“Neste momento do pico epid�mico, pela situa��o que est� acontecendo em alguns locais, deve ser avaliado - como aconteceu com o zika v�rus em 2016 -, caso poss�vel, postergar um pouco a gravidez para um melhor momento com uma gravidez mais tranquila”, disse. “� �bvio que a gente n�o pode falar isso para algu�m que tem 42 ou 43 anos, mas para uma mulher jovem, que pode escolher o seu momento de engravidar, o mais indicado agora � esperar um pouquinho at� a situa��o ficar um pouco mais calma”, completou.

Ainda sobre a avalia��o que o Minist�rio da Sa�de est� fazendo para incluir todas as gestantes no plano nacional de vacina��o, o secret�rio Raphael C�mara resslatou que “por defini��o, a gesta��o � um per�odo tromb�tico”, ou seja, que favorece a forma��o de co�gulos sangu�neos e a obstru��o de vasos sangu�neos. Ele cidou que algumas vacinas, embora “de forma muito rara”, est�o mostrando alguns efeitos colaterais nesse sentido. 

Mais recursos

O aporte de R$ 274 milh�es anunciado ontem pelo Minist�rio da Sa�de para preven��o entre gestantes contra a COVID-19 ser� usado na identifica��o precoce e no monitoramento de sintomas do v�rus, al�m da qualifica��o dos atendimentos de pr�-natal, parto e puerp�rio, al�m de hospedagem em caso de incapacidade de isolamento domiciliar.


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