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Estado de Minas BETIM

Adolescente de 14 anos se prostitu�a: m�e e 'clientes' s�o presos

Pol�cia chegou ao caso ap�s den�ncias an�nimas. Homens presos t�m entre 50 e 60 anos. Crimes come�aram a ocorrer no in�cio do ano passado, quando ela tinha 13


20/04/2021 12:31 - atualizado 20/04/2021 13:00

Mandados judiciais foram cumpridos nos dias 15 e 19 de abril(foto: Polícia Civil/Divulgação)
Mandados judiciais foram cumpridos nos dias 15 e 19 de abril (foto: Pol�cia Civil/Divulga��o)
 
A Pol�cia Civil apresentou nesta ter�a-feira (20/4) o resultado de uma opera��o que terminou com a pris�o de uma mulher de 41 anos e tr�s homens com idades entre 50 e 60 anos, por favorecimento � prostitui��o e estupro de vulner�vel. A v�tima � uma menina de 14 anos, filha da mulher.

A adolescente teria come�ado a se prostituir no ano passado com conhecimento dela. Os homens presos eram “clientes” estudante e da m�e, que tamb�m � garota de programa. 

Em entrevista coletiva virtual na manh� desta ter�a (20/4), a delegada Ariadne Ello�se Coelho disse que os envolvidos foram presos temporariamente na quinta-feira, dia 15, e ontem, em Betim, na Grande BH, na primeira fase da opera��o Predadores. 

As investiga��es come�aram em janeiro, quando chegaram den�ncias sobre o caso no Disque 100. Essas testemunhas afirmavam que a mulher aliciava a pr�pria filha para esses homens.

Depois de ouvir diversas pessoas no bairro (cujo nome n�o foi revelado), a pol�cia chamou m�e e filha � delegacia. Inicialmente, elas negaram tudo. A adolescente s� disse que um dos suspeitos identificados, o mais velho, passou a m�o no corpo dela e ofereceu dinheiro. 

Ap�s o resultado de um exame de corpo de delito, a Pol�cia Civil instaurou um inqu�rito e apreendeu os celulares da menina, da m�e e desse suspeito. No cumprimento desse mandado judicial, foram apreendidos na casa da fam�lia diversos preservativos, lingeries e fantasias fetichistas. 

Os aparelhos celulares da v�tima, da m�e e do suspeito tamb�m foram apreendidos.

“Com a quebra do sigilo autorizada pela Justi�a e o acesso ao conte�do dos celulares foi poss�vel constatar diversas mensagens trocadas entre os envolvidos, em que havia a comprova��o de uma negocia��o dos programas sexuais realizados pela garota, bem como mensagens da m�e orientando a pr�pria filha a como pedir dinheiro e alimentos aos homens em troca desses favores sexuais”, diz Ariadne Ello�se.

Os tr�s homens foram encaminhados ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Contagem, e a m�e est� no Complexo Penitenci�rio Estev�o Pinto, em Belo Horizonte. 

Materiais apreendidos na casa da vítima(foto: Polícia Civil/Divulgação)
Materiais apreendidos na casa da v�tima (foto: Pol�cia Civil/Divulga��o)
Conforme a delegada, dois homens confirmaram ter abusado da menina mediante pagamento e que havia a intermedia��o e pedido de dinheiro por parte da m�e dela, que tamb�m os atendia. 

“A m�e da adolescente confirmou saber dos encontros sexuais com a filha, por�m ela negou ter obrigado ou agenciado esse tipo de neg�cio. A adolescente diz que iniciou a prostitui��o no in�cio da pandemia, no ano passado, quando as aulas foram interrompidas, para tentar sustentar a fam�lia, ajudar a genitora. E essa decis�o foi comunicada � m�e dela, que disse ‘voc� que sabe, minha filha’”, explica a delegada. 

Os abusos ocorriam nas casas desses homens, que viviam sozinhos, ou dentro de carros e locais afastados. Nas trocas de mensagens, segundo a delegada, havia negocia��o de favores sexuais, pedidos de dinheiro da adolescente para os homens. Tamb�m havia mensagens dos homens para a m�e perguntando se “a menina estava dispon�vel”, da mulher para a filha orientando-a a pedir dinheiro para comprar alimentos, entre outras coisas. 

“Um dos suspeitos chegou a gastar com a menina mais de R$ 2 mil em um m�s, ele at� reclama em uma das mensagens. Ele falou que tinha medo porque, na primeira rela��o sexual ele fala que n�o sabia que ela era menor, mas que depois a m�e o procurou xingando e falando que ela era menor. E ele se sentiu ‘preso’ nessa situa��o porque a m�e da menina pedia dinheiro, �s vezes a pr�pria adolescente pedia dinheiro. Com medo de ser denunciado, passou a dar cada vez mais dinheiro e presentes, outros bens materiais”, diz a delegada. 

Apoio � v�tima


Desde os 11 anos a menina sabia que a m�e � prostituta. A mulher j� havia trabalhado como faxineira algumas vezes por semana, mas deixou a atividade. A delegada acredita que a menina pode ter se “deslumbrado” com o que poderia ganhar.

“A justificativa dela � de sustentar e ajudar a m�e no cuidado da fam�lia. Mas eu acho que � complicado, ela aprendeu e age naturalmente. Eu conversei com essa menina, ela j� normalizou a situa��o. Ent�o, acho que se n�o tiver um acompanhamento e at� um oferecimento de oportunidades para essa adolescente, � at� complicado sair desse c�rculo vicioso. Porque prendemos alguns homens, mas no futuro ela pode achar outros ‘clientes’”.

A policial refor�a o papel da sociedade no acolhimento tanto da v�tima quanto do irm�o mais novo. “Acho que tem que ter um acompanhamento muito forte, de assist�ncia social mesmo e psicol�gica da adolescente para ela conseguir superar e ver que n�o precisa vender o corpo para conseguir o que ela quer, como um celular, um secador de cabelo, enfim. Acho que s� o papel da Pol�cia Civil, ficar s� nisso da puni��o, � muito pouco. Enquanto sociedade a gente tem que fazer mais por essa garota e por essa crian�a, o irm�o da v�tima. 

As investiga��es continuam. A Pol�cia Civil agora tentar identificar outros homens que teriam envolvimento no caso desta adolescente. A menina tem um irm�o de 10 anos. Ap�s a pris�o da m�e, eles foram encaminhados aos cuidados de parentes e s�o acompanhados pelo Conselho Tutelar. 


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