
Segundo as delegadas Elenice Cristine Batista Ferreira, chefe da Divis�o Especializada de Orienta��o e Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (Dopcad), e Iara Fran�a, chefe da Delegacia Especializada de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (Depca), e Delegada Renata Ribeiro, o grupo � formado por empres�rios e blogueiros que atuavam promovendo festas com drogas e bebidas liberadas para adolescentes. A explora��o sexual se dava por meio do favorecimento da prostitui��o nos eventos e em viagens.
“Adolescente n�o se prostitui, adolescente � explorada. Homem que busca sexo com adolescente, e paga por isso, est� cometendo crime”, diz a delegada Elenice, que lembra ainda que a legisla��o brasileira tipifica o crime de aliciamento e explora��o sexual de menores de idade. A pena � de 10 anos.
“Os policiais da Depca apreenderam material pornogr�fico, agendas e aparelhos telef�nicos, que ser�o periciados e podem comprovar o envolvimento dos investigados em crimes de explora��o sexual, aliciamento, favorecimento � prostitui��o, estupro de vulner�vel, armazenamento e compartilhamento de imagens pornogr�ficas envolvendo crian�as e adolescente, al�m de outros previstos no Estatuto da Crian�a e do Adolescente”, afirma a delegada Iara.
Uma das exploradoras de adolescentes era uma mulher, de 20 anos, que al�m de ser investigada pelo aliciamento de adolescentes, contou aos policiais que, quando era mais jovem, tamb�m foi aliciada e depois passou a ajudar o grupo a encontrar as meninas.
“Ela mudou de lado”, diz a delegada Renata, que conta que s�o 10 v�timas entre 13 e 17 anos. Duas t�m 13 anos e uma delas est� gr�vida. “Al�m das v�timas que foram intimadas, testemunhas est�o sendo chamadas para prestar esclarecimentos tamb�m. Foram as primeiras pris�es, acreditamos que uma grande rede de aliciamento e explora��o de adolescentes ser� descoberta e responsabilizada”, diz.
Os outros dois presos t�m 45 e 48 anos e foram encaminhados ao sistema prisional. Eles seriam influenciadores digitais e blogueiros. “S�o pessoas da classe m�dia alta e bastante conhecidas na sociedade. Frequentam, inclusive, colunas sociais”, diz ela.
O esquema
As investiga��es, segundo as delegadas, tiveram in�cio em maio �ltimo, quando a delegacia foi procurada pela m�e de uma das v�timas, que estranhou as fotos sensuais que encontrou da filha em um site.
De acordo com as investiga��es, as adolescentes eram atra�das por um site de an�ncios, que procurava jovens e oferecia brindes e presentes. Na verdade, segundo as delegadas, as meninas eram oferecidas como acompanhantes para festas, jantares e viagens, com o objetivo de se prostitu�r.
Os clientes eram, na maioria, homens casados, que gostavam de se relacionar com menores. Os brindes, segundo a delegada Renata, eram os jantares, presentes e gorjetas. Muitas vezes, tamb�m eram realizadas festas, com presen�a das adolescentes, que acabavam se misturando aos convidados e se prostitu�am.
Nas festas, havia a liga��o com o tr�fico de drogas, pois essas eram sempre regadas a maconha, coca�na e outras drogas. V�timas contaram que os homens lhes davam “lol�” para cheirar e depois faziam sexo com elas.
O caso � considerado, pelas delegadas, com um marco em comemora��o ao Dia Internacional de Preven��o � Viol�ncia Contra a Crian�a e o Adolescente, que acontece nesta quinta-feira (19).