
Nesta semana, o dono do restaurante foi surpreendido com um of�cio enviado pela Secretaria Municipal de Pol�ticas Sociais, onde solicita que Paulo Henrique deixe de entregar as marmitas diretamente �s pessoas, na porta do seu restaurante. Paulinho diz que n�o ir� parar de doar no local para enviar a algum ponto do munic�pio, como sugerido no documento.
“Simplesmente para deixar de dar comida e bolar alguma coisa com eles [da prefeitura] para entregar mais longe, para ver se retira o pessoal da rua, da avenida, da pra�a, do centro”, conta Paulinho, como � conhecido o dono do restaurante.
O pedido n�o � para interromper a doa��o aos moradores de rua. Mas mudar a maneira de entregar. “Mas como eles est�o acostumados e n�o saem, vou continuar dando a comida”, afirma o comerciante. Segundo ele, ap�s o in�cio da pandemia, houve um aumento na procura pelas refei��es.
O conte�do do of�cio
O of�cio, assinado pelo secret�rio de Pol�ticas Sociais Eyder Lambert, come�a parabenizando a a��o solid�ria do comerciante.
Depois de citar as poss�veis causas que levam as pessoas � situa��o de rua, o of�cio informa que o munic�pio possui institui��es que prestam o servi�o de acolhimento, onde fornece caf�, refei��es, banho e local para dormir, assim como o encaminhamento para a cidade de origem, para vagas de emprego e servi�os de atendimento de sa�de.
O documento da secretaria de Pol�ticas Sociais informa que algumas dessas pessoas recusam os servi�os ofertados pelo munic�pio e preferem receber as doa��es nas ruas, dificultando as a��es do poder p�blico.
O oficio ainda afirma que, “uma vez alcoolizados e drogados, ocupam espa�os p�blicos e privados, gerando danos, perturba��o do sossego e do trabalho alheios, promovem extors�o a transeuntes, afrontam servidores e interferem negativamente nas quest�es sanit�rias e de sa�de p�blica”.
A secretaria informa que, nos pr�ximos dias, ser� lan�ada uma nova campanha para conscientizar a popula��o a n�o dar esmolas nas ruas.
Diante disso, a secretaria pede que o restaurante busque “uma alternativa diversa da entrega da entrega di�ria de marmitas di�rias na porta do estabelecimento”. O munic�pio alega que essas pessoas ficam grande parte do dia nas imedia��es do restaurante, causando transtornos na �rea central.

Nota de esclarecimento
O conte�do do of�cio foi divulgado nas redes sociais. Diante da repercuss�o, a Secretaria de Pol�ticas Sociais divulgou uma nota de esclarecimento, onde informa “o of�cio pede apenas que doa��o de marmitas n�o seja feita no local”.
Na nota, “a secretaria esclarece que reconhece a a��o solid�ria do empres�rio e solicitou uma parceria com o restaurante para buscar alternativa conjunta para que as pessoas em situa��o de rua fizessem suas refei��es nos equipamentos da Secretaria, pois dessa forma os mesmos estariam se alimentando em local apropriado e tendo acompanhamento dos profissionais da secretaria”.
“O munic�pio possui equipamentos que oferecem o servi�o de acolhimento, onde s�o fornecidas refei��es (caf�, almo�o e jantar), banho e local para dormir, assim como o encaminhamento para a cidade de origem, para vagas de emprego e servi�os de atendimento de sa�de”, explica a nota, assim como est� no of�cio.
“A secretaria acrescenta que doa��es fora desses espa�os contribui para a manuten��o vulner�vel dessas pessoas, dificultando a reinser��o social”, conclui a nota.
Neste s�bado, a reportagem voltou a falar com o dono do restaurante. Paulo Henrique Vilas Boas, o Paulinho, disse que, ap�s a repercuss�o do caso, pessoas da prefeitura entraram em contato e o informaram que n�o ser� insistido na tentativa de evitar que ele fa�a a distribui��o das marmitas diretamente na porta de seu restaurante.
