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Estado de Minas OF�CIO DA PREFEITURA

Restaurante recebe pedido para deixar de doar marmita na porta do local

A Secretaria de Pol�ticas Sociais de Pouso Alegre sugere que marmitas sejam distribu�das em outro local: 'Essas pessoas causam transtornos na �rea central'


29/05/2021 18:25 - atualizado 29/05/2021 19:32

Paulinho do restaurante com ofício recebido da prefeitura(foto: Terra do Mandu)
Paulinho do restaurante com of�cio recebido da prefeitura (foto: Terra do Mandu)
H� cerca de 10 anos, um restaurante que fica no Centro de Pouso Alegre, no Sul de Minas, doa comida a pessoas em situa��o de rua e desempregados. A doa��o � feita todos os dias, ao final de cada expediente. As pessoas trazem suas pr�prias marmitas e recebem uma farta refei��o. Quem n�o tem a vasilha, recebe a doa��o da mesma forma. S�o cerca de 20 refei��es distribu�das por dia.

 

Nesta semana, o dono do restaurante foi surpreendido com um of�cio enviado pela Secretaria Municipal de Pol�ticas Sociais, onde solicita que Paulo Henrique deixe de entregar as marmitas diretamente �s pessoas, na porta do seu restaurante. Paulinho diz que n�o ir� parar de doar no local para enviar a algum ponto do munic�pio, como sugerido no documento.

 

“Simplesmente para deixar de dar comida e bolar alguma coisa com eles [da prefeitura] para entregar mais longe, para ver se retira o pessoal da rua, da avenida, da pra�a, do centro”, conta Paulinho, como � conhecido o dono do restaurante.

 

O pedido n�o � para interromper a doa��o aos moradores de rua. Mas mudar a maneira de entregar. “Mas como eles est�o acostumados e n�o saem, vou continuar dando a comida”, afirma o comerciante. Segundo ele, ap�s o in�cio da pandemia, houve um aumento na procura pelas refei��es.

O conte�do do of�cio

O of�cio, assinado pelo secret�rio de Pol�ticas Sociais Eyder Lambert, come�a parabenizando a a��o solid�ria do comerciante.

 

Depois de citar as poss�veis causas que levam as pessoas � situa��o de rua, o of�cio informa que o munic�pio possui institui��es que prestam o servi�o de acolhimento, onde fornece caf�, refei��es, banho e local para dormir, assim como o encaminhamento para a cidade de origem, para vagas de emprego e servi�os de atendimento de sa�de.

 

O documento da secretaria de Pol�ticas Sociais informa que algumas dessas pessoas recusam os servi�os ofertados pelo munic�pio e preferem receber as doa��es nas ruas, dificultando as a��es do poder p�blico.

 

O oficio ainda afirma que, “uma vez alcoolizados e drogados, ocupam espa�os p�blicos e privados, gerando danos, perturba��o do sossego e do trabalho alheios, promovem extors�o a transeuntes, afrontam servidores e interferem negativamente nas quest�es sanit�rias e de sa�de p�blica”.

 

A secretaria informa que, nos pr�ximos dias, ser� lan�ada uma nova campanha para conscientizar a popula��o a n�o dar esmolas nas ruas.

 

Diante disso, a secretaria pede que o restaurante busque “uma alternativa diversa da entrega da entrega di�ria de marmitas di�rias na porta do estabelecimento”. O munic�pio alega que essas pessoas ficam grande parte do dia nas imedia��es do restaurante, causando transtornos na �rea central.

 

Ofício pede que comida não seja entregue na porta do restaurante e sugere alternativa.(foto: reprodução)
Of�cio pede que comida n�o seja entregue na porta do restaurante e sugere alternativa. (foto: reprodu��o)

Nota de esclarecimento

O conte�do do of�cio foi divulgado nas redes sociais. Diante da repercuss�o, a Secretaria de Pol�ticas Sociais divulgou uma nota de esclarecimento, onde informa “o of�cio pede apenas que doa��o de marmitas n�o seja feita no local”.

 

Na nota, “a secretaria esclarece que reconhece a a��o solid�ria do empres�rio e solicitou uma parceria com o restaurante para buscar alternativa conjunta para que as pessoas em situa��o de rua fizessem suas refei��es nos equipamentos da Secretaria, pois dessa forma os mesmos estariam se alimentando em local apropriado e tendo acompanhamento dos profissionais da secretaria”. 

 

“O munic�pio possui equipamentos que oferecem o servi�o de acolhimento, onde s�o fornecidas refei��es (caf�, almo�o e jantar), banho e local para dormir, assim como o encaminhamento para a cidade de origem, para vagas de emprego e servi�os de atendimento de sa�de”, explica a nota, assim como est� no of�cio.

 

“A secretaria acrescenta que doa��es fora desses espa�os contribui para a manuten��o vulner�vel dessas pessoas, dificultando a reinser��o social”, conclui a nota.

 

Neste s�bado, a reportagem voltou a falar com o dono do restaurante. Paulo Henrique Vilas Boas, o Paulinho, disse que, ap�s a repercuss�o do caso, pessoas da prefeitura entraram em contato e o informaram que n�o ser� insistido na tentativa de evitar que ele fa�a a distribui��o das marmitas diretamente na porta de seu restaurante.

 

Na pandemia, mais pessoas aparecem para receber a comida, que é a mesma servida aos clientes.(foto: Terra do Mandu)
Na pandemia, mais pessoas aparecem para receber a comida, que � a mesma servida aos clientes. (foto: Terra do Mandu)


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