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Estado de Minas MEIO AMBIENTE

Combate ao aquecimento global: saiba como mineiros podem largar na frente

C�nsul do Reino Unido faz campanha para que estado seja primeiro da Am�rica Latina a aderir � campanha para zerar gases de efeito estufa at� 2050


07/06/2021 06:00 - atualizado 07/06/2021 06:53

Área de mineração na Grande BH: fato de o estado ter economia lastreada em commodities como a extração mineral não inviabiliza adesão à meta de combate ao aquecimento, acreditam entusiastas da campanha Race to Zero(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
�rea de minera��o na Grande BH: fato de o estado ter economia lastreada em commodities como a extra��o mineral n�o inviabiliza ades�o � meta de combate ao aquecimento, acreditam entusiastas da campanha Race to Zero (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)


A poucos meses da COP26 – Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Mudan�as Clim�ticas – evento global que ocorre de 1º a 12 de Novembro em Glasgow, na Esc�cia, o c�nsul brit�nico do Reino Unido em Belo Horizonte, Lucas Brown, aposta que Minas Gerais ser� o primeiro estado brasileiro e  da Am�rica Latina a se vincular � campanha Race to Zero, movimento que busca a ades�o de atores, em todo o planeta, em torno da meta de zerar as emiss�es l�quidas de gases de efeito estufa at� 2050.

Criada em junho de 2020, a campanha Race to Zero j� soma, mundo afora, mais de sete centenas de cidades parceiras, 24 estados, mais de 2 mil empresas – 86 delas, brasileiras –, 163 grandes investidores globais e mais de 600 universidades de ponta. S�o atores que representam cerca de 15% da economia global.

Em Minas, destaca-se a ades�o de Ouro Preto e da Universidade Federal de Minas Gerais. No Brasil, aderiram tamb�m as capitais Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e S�o Paulo, al�m de Terra Nova do Norte (MT).
 
“Minas tem capacidade t�cnica e eu farei de tudo para que seja o primeiro estado no pa�s a aderir � corrida e se destacar internacionalmente”, sustenta Brown, que tem percorrido inst�ncias governamentais e empresariais do estado apresentando Gon�alo Mu�oz, um dos l�deres da campanha, representando o Chile, �ltima sede da COP.

"O que estaria fazendo agora Minas, se aderir, � entender que o mundo vai para l� - goste ou n�o - e se posicionar como o primeiro estado para marcar a refer�ncia"

Gon�alo Mu�oz, um dos l�deres da campanha Race to Zero, representante do Chile



O fato de ter sua economia lastreada em commodities, principalmente minerais, com alto impacto ambiental, n�o torna o desafio improv�vel, avalia Mu�oz.

“Toda a ind�stria global tem uma rota, um path way, para limitar o aquecimento neste s�culo a 1,5 grau, conforme o acordo de Paris. Todas as atividades econ�micas est�o sofrendo modifica��es que mostram como ser� a ind�stria em 2050. Isso inclui a minera��o, a agroind�stria, a constru��o civil, a ind�stria automotriz. Se aderir, Minas Gerais estar� marcando a lideran�a: ao entender que o mundo vai para l� – goste ou n�o – se posiciona como o primeiro estado para marcar a refer�ncia”, avalia Gon�alo Mu�oz.

As candidaturas – ou manifesta��es de interesse – para a ades�o � campanha s�o submetidas a um grupo de especialistas liderados pela Universidade de Oxford, que avalia tecnicamente o pleito, concedendo prazo de 12 meses para que o candidato, no caso o estado, apresente as a��es para alcan�ar n�o apenas o objetivo de zerar as emiss�es de gases de efeito estufa at� 2050, mas, tamb�m, os objetivos parciais, ou seja, quanto ter� reduzido em 2030 e em 2040.

“Cada vez mais ampliamos as ades�es no mundo, com novos parceiros engajados nesta corrida para um futuro mais justo, verde e resiliente”, diz Mu�oz.

Ele acrescenta que “� muito importante fortalecermos o multilateralismo, em que os atores, diferentemente dos estados nacionais, v�o cumprir cada vez mais um papel importante”.  De acordo com Mu�oz, que carrega o t�tulo da ONU de “High-Level Climate Champions for Climate Action”, a campanha Race to Zero j� alcan�a o objetivo de chegar � COP26 com ampla coaliz�o de apoios globais para a mudan�a em dire��o a uma economia descarbonizada, de modo a pressionar governos nacionais a ampliar as suas contribui��es para alcan�ar as metas do acordo de Paris.   

Tr�s perguntas para

Gon�alo Mu�oz, um dos l�deres da campanha Race to Zero, representante do Chile


Como � o processo de ades�o � campanha Race to Zero?
O pleito para aderir � Race to Zero � validado por um grupo de experts agrupados por meio da Universidade de Oxford. Esse painel de experts d� o parecer. Todos os participantes passam por um processo que implica, na primeira fase, comprometerem-se com a ci�ncia, se colocando  na rota para a neutralidade do carbono, portanto em linha com o limite m�ximo de aquecimento de 1,5 grau para o s�culo. Em um segundo momento, apresentarem o plano de a��es. E � fundamental que at� 2030 j� incorporem tecnologias que lhes permitam reduzir as emiss�es em 50%. Ent�o, � preciso construir capacidade para mudar, incorporando novas tecnologias. � preciso tornar p�blicas, pelo menos uma vez por ano, as a��es  implementadas.

Que contrapartida t�m estados, cidades e empresas que aderem � campanha?
Conseguem virar parte dos atores globais que est�o marcando a rota para onde o mundo precisa ir, ou seja, ser parte desse grupo, acessando kits comunicacionais que lhes permitem incorporar � sua comunica��o essa condi��o e ao mesmo tempo, se aliam �s Na��es Unidas, promovendo a rota para a COP26. A minha certeza � de que zerar as emiss�es, essa miss�o, se tornou um padr�o de conduta. Hoje � padr�o de comportamento. � por este caminho que o mundo segue.

A economia de Minas est� lastreada em commodities, principalmente a extra��o mineral. Como � o processo de convencimento para a ades�o do estado � meta?
O compromisso de todo o estado � avan�ar para que nos pr�ximos 29 anos transforme a sua economia. Mas isso n�o implica fazer s� novas coisas. Cada uma das atividades que hoje existem j� est� sofrendo modifica��es, mudan�as que mostram como ser� essa ind�stria em 2050. Isso inclui minera��o, agroind�stria, constru��o civil, ind�stria automotriz... Toda a ind�stria global tem uma rota, um path way, para o 1,5 grau. E o que estaria fazendo agora Minas Gerais, se aderir, � marcar a lideran�a, entender que o mundo vai para l� – goste ou n�o – e se posicionar como o primeiro estado para marcar a refer�ncia, como parte de cidadania do estado, atividades produtivas do estado, setor financeiro, universidades do estado. Ao mesmo tempo, em coordena��o com as empresas, o estado envia mensagem pr�pria para outros estados, ao governo nacional, demonstrando assim que as coisas est�o mudando para a dire��o para a qual � preciso ir, e tamb�m come�a a mudar a regra do jogo para alcan�ar as metas de 2050. � um elemento que se retroalimenta. Melhor incorporar esse compromisso o quanto antes.


G7 avan�a na transpar�ncia clim�tica das empresas




Países que fazem parte do G7 discutiram a redução na emissão de C02 e projetos de investimentos aplicáveis a grandes empresas(foto: Johannes Eisele/AFP)
Pa�ses que fazem parte do G7 discutiram a redu��o na emiss�o de C02 e projetos de investimentos aplic�veis a grandes empresas (foto: Johannes Eisele/AFP)
Os pa�ses do G7 deram um importante passo para exigir que as empresas divulguem seus riscos clim�ticos, algo que consideram crucial para a transi��o energ�tica apesar das reservas das ONGs e do fato de que ainda n�o foi alcan�ado um acordo global.

"Somos a favor da publica��o obrigat�ria de dados financeiros relacionados ao clima, que forne�am informa��es confi�veis e �teis para a tomada de decis�es aos participantes do mercado", declarou o G7 das Finan�as em seu comunicado ao final de sua reuni�o de dois dias em Londres.

Essas declara��es obrigat�rias, que incluem, por exemplo, as emiss�es de CO2 ou projetos de investimento, ser�o aplic�veis a todas as grandes empresas comerciais. O objetivo � avaliar melhor o impacto financeiro da crise clim�tica e apoiar a transi��o ecol�gica dos pa�ses que desejam alcan�ar a neutralidade de carbono at� 2050. 
 
Tamb�m � essencial para investidores que financiam grandes grupos e que est�o cada vez mais preocupados com o impacto das mudan�as clim�ticas nas empresas, seja por seus resultados, seja por sua reputa��o. O G7 afirma seguir as recomenda��es da For�a-Tarefa sobre Divulga��o de Informa��o Financeira Relacionada ao Clima (TCFD), criada em 2017 sob os ausp�cios do G20.

Os ministros das Finan�as foram ainda mais longe ao defender o TNFD (For�a-tarefa sobre Divulga��o Financeira Relacionada � Natureza), que trata n�o s� do clima, mas tamb�m da natureza e da biodiversidade.

Finan�as pr�-natureza


Para a organiza��o WWF Fran�a, esse � "um sinal importante que deve permitir que esta iniciativa global receba um mandato na reuni�o de chefes de Estado do G20 em outubro". A associa��o falou da necessidade de "finan�as pr�-natureza". Em rela��o aos riscos clim�ticos financeiros, o desafio � que cada pa�s imponha essa medida �s suas empresas e que haja um acordo sobre o desenvolvimento de normas cont�beis comuns.

O Reino Unido d� o exemplo ao for�ar as empresas a divulgar esse impacto a partir de 2025. No entanto, n�o ser� obrigat�rio no in�cio, e as empresas do pa�s ser�o obrigadas apenas a publicar esses dados ou explicar por que n�o o fazem.

O governador do Banco da Fran�a, Fran�ois Villeroy de Galhau, declarou na quarta-feira, em entrevista ao Financial Times, que poderia haver um acordo abrangente sobre o assunto at� a COP26, a ser realizada em Glasgow em novembro.

Os pr�prios investidores est�o pressionando o G7 a fazer mais, e a associa��o de gestores de ativos do Reino Unido, a IA, pede aos reguladores financeiros que se comprometam a divulgar obrigatoriamente os riscos clim�ticos. "Ter dados compar�veis e de alta qualidade sobre os riscos clim�ticos das empresas � crucial para cumprir as metas de neutralidade de carbono", comentou Chris Cummings, diretor-geral da AI.

Por sua vez, as ONGs alertam que a medida por si s� n�o garante que as empresas ter�o sua participa��o na transi��o energ�tica. "A divulga��o deveria ter se tornado obrigat�ria h� muito tempo, mas neste ponto da crise clim�tica e ecol�gica, a demanda por melhores dados � uma distra��o perigosa", afirma David Barmes, da Positive Money.


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