O governo do primeiro-ministro Boris Johnson, determinado a liderar a luta contra a mudan�a clim�tica, deposita muitas esperan�as na reuni�o, inicialmente prevista para novembro de 2020 e adiada pela pandemia, que deve reunir l�deres de 196 pa�ses, al�m de representantes de empresas, ONGs e especialistas.
Pregando com o exemplo, o Reino Unido se comprometeu a alcan�ar a neutralidade de carbono em 2050, o que implicar� uma grande transforma��o da economia brit�nica. O governo pretende reduzir at� 2035 as emiss�es de gases do efeito estufa em 78% na compara��o com os n�veis de 1990.
Desta maneira, Londres espera estimular outros pa�ses a anunciar objetivos ambiciosos, uma tarefa diplom�tica que n�o ser� f�cil para o presidente da COP26, o brit�nico Alok Sharma.
"Sempre defendi a necessidade de uma COP presencial (...) ent�o estamos planejando uma c�pula presencial", anunciou nesta sexta-feira durante um discurso a seis meses do evento, previsto para acontecer de 1 a 12 de novembro.
"Garantimos que a seguran�a dos delegados ser� primordial", completou, consciente de que, embora a situa��o sanit�ria no Reino Unido tenha melhorado muito, v�rios pa�ses continuam a temer que seus representantes n�o possam assistir aos debates presencialmente, o que levou alguns a pedir um encontro virtual.
Trabalhando com a ONU e as autoridades locais, os organizadores prometeram adotar medidas para que a reuni�o aconte�a "com total seguran�a", incluindo testes e vacinas, destacou Sharma.
O Reino Unido organizou na semana passada a primeira reuni�o presencial em dois anos dos ministros das Rela��es Exteriores do G7, grupo das sete maiores economias do planeta.
Os chefes de Estado e de Governo do G7, incluindo o presidente americano Joe Biden, tamb�m pretendem se reunir presencialmente na regi�o inglesa da Cornualha, de 11 a 13 de junho.
- 1,5�C "na mente de todos" -
A reuni�o de c�pula de Glasgow � a "�ltima esperan�a" de limitar o aumento da temperatura m�dia global abaixo de 1,5�C na compara��o com a era pr�-industrial, barreira a partir da qual os cientistas acreditam que a mudan�a clim�tica seria incontrol�vel, destacou Sharma.
Segundo a ONU, as emiss�es de gases causadores do efeito estufa teriam de ser reduzidas em quase 8% a cada ano para se manter dentro do aumento global de 1,5�C exigido pelo Acordo de Paris. Isto seria o equivalente a economizar a mesma quantidade que durante a pandemia a cada ano at� 2030.
As organiza��es de defesa do meio ambiente elogiaram o compromisso brit�nico.
"Alok Sharma tem toda raz�o em querer manter a meta de limitar o aquecimento global a 1,5�C", disse Kate Blagojevic, diretora para o clima na ONG Greenpeace.
"Este objetivo deve estar na mente de todos os l�deres mundiais e servir de base para todas as decis�es que tomarem", acrescentou, "mas, para que se torne uma realidade, todos os pa�ses devem intensificar sua a��o agora, come�ando pelo Reino Unido".
Ao mesmo tempo, ela criticou o governo de Johnson que, apesar das grandes declara��es, foi atacado recentemente por algumas decis�es pol�micas.
"O Reino Unido n�o pode reivindicar a lideran�a clim�tica no exterior, enquanto em seu pa�s o governo continua a manter uma nova mina de carv�o em Cumbria ou o bloqueio do planejamento de energia e�lica terrestre brit�nica", disse Blagojevic.
Por sua vez, Tracy Carty, assessora de pol�tica clim�tica da Oxfam, denunciou o apoio de Londres a novas explora��es de petr�leo e g�s no Mar do Norte.
Sharma tamb�m destacou a necessidade de maior financiamento para ajudar os pa�ses vulner�veis.
LONDRES