regressam � escola a partir de 21 de junho, duas vezes por semana, por tr�s horas, divididas em “microbolhas” de 6 alunos cada. No in�cio de julho, ser� a vez dos jovens de 9 a 12 anos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educa��o (SMED), crian�as de 6 a 8 anos matriculadas em institui��es das redes p�blica e privada O sindicato avalia que as regras impostas pelo munic�pio inviabilizam a retomada das atividades, onera as empresas, al�m de comprometer o desenvolvimento pedag�gico dos estudantes. Os pais, por sua vez, est�o divididos quanto � proposta. H� quem tenha optado por manter os filhos em casa, enquanto outros acreditam que o contato dos filhos com o ambiente escolar ap�s 15 meses de afastamento � fundamental, ainda que sob condi��es pouco ideais.
“Nenhuma condi��o”
O documento argumenta que a l�gica de acolhimento bissemanal em pequenos grupos ignora o n�mero de matr�culas das institui��es de ensino, o tamanho das salas de aula, bem como a din�mica de funcionamento das empresas.
“H� col�gios em Belo Horizonte com 2 mil alunos matriculados apenas no Ensino Fundamental. Supondo que menos da metade dos pais opte por enviar os filhos � escola, j� seria necess�rio triplicar, quadruplicar o quadro de professores para formar as bolhas de 6 alunos. N�o h� nenhuma condi��o estrutural, nem pedag�gica para o retorno nos moldes estabelecidos pela prefeitura e 100% das escolas filiadas ao Sinep j� se manifestaram: se n�o houver uma reconsidera��o, as portas ter�o que se manter fechadas”, pondera Zuleica Reis, presidente do sindicato.
A dirigente prop�e que o Executivo municipal libere a realiza��o de rod�zio semanal com turmas reduzidas � metade. "O que n�s pleiteamos � que o ensino seja 50% presencial e 50% remoto. Essa log�stica � poss�vel e segura. O retorno da educa��o infantil mostra isso”, diz a l�der.
“Pior do Brasil”
Para o gestor, a ideia de permitir que os estudantes tenham contato com as institui��es de ensino apenas duas vezes por semana por tr�s horas em benef�cio da socializa��o escolar � contradit�ria.
“As aulas remotas, duram, em m�dia, quatro horas e meia, com intera��o ao vivo entre os professores e estudantes. Agora, os meninos ser�o liberados para voltar � sala de aula para ter um contato reduzido com a escola, de 3 horas? A caminhada pedag�gica dos alunos certamente ficar� prejudicada. A impress�o que temos � de que a proposta da prefeitura � ‘pro forma’. Queremos uma que, de fato, contribua para a caminhada pedag�gica das crian�as, e sabemos que isso � poss�vel. Se for para prejudicar, melhor manter as coisas como est�o”, opina Clemente.
Coordenadora Geral do Col�gio Santa Doroteia, no Bairro Sion, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, Sandra Alves critica ainda a orienta��o dada pela Secret�ria Municipal de Educa��o, �ngela Dalben, de que as escolas identifiquem os jovens que precisam estar presencialmente na sala de aula, de acordo com seus n�veis de aprendizado e dificuldades.
“Nossa vis�o � de que os alunos precisam retornar de maneira igualit�ria, com senso de justi�a. N�o faz sentido pedir que a escola foque num processo de recupera��o. A fun��o da escola � educar de maneira integral. O refor�o escolar � uma demanda que faz parte do cotidiano das institui��es, mas n�o � o foco delas”, afirma
Situado no Bairro Funcion�rios, o Col�gio Arnaldo diz que ainda n�o definiu se vai receber as turmas no Ensino Fundamental a partir do dia 21. A dire��o informou que ainda vai discutir a quest�o junto � comunidade escolar. “Vamos nos debru�ar sobre isso, mas a din�mica imposta pelo poder p�blico, de todo modo, nos soa descolada da realidade”, afirma a diretora Clea Andrade.
“Se eu tenho cinco turmas de uma mesma s�rie, com um professor para cada mat�ria, e preciso dividir cada turma em bolhas de 6 alunos, quantos novos professores terei que contratar? Ainda que a escola assuma o �nus financeiro que isso gera, o mercado vai ter todos esses profissionais dispon�veis para as centenas de institui��es de BH? Inclusive, me pergunto se a rede municipal ser� capaz de cumprir suas pr�prias regras”, complementa.
“O que tem para hoje”
Familiares de crian�as e adolescentes da capital mineira parecem divididos sobre o retorno das aulas presenciais no na pr�xima quinzena. M�e de um menino de 7 anos, a empres�ria M�rcia Machado est� otimista. Ela conta que o afastamento do garoto da escola durante a pandemia trouxe s�rios preju�zos ao desenvolvimento e classifica a retomada das atividades como urgente.
“Ele sentiu muito essa dist�ncia. Est� muito triste e melanc�lico. Chegou at� mesmo a regredir em v�rios aspectos. Dormia sozinho, agora n�o dorme mais. Tomava banho sozinho, agora j� n�o toma. Sei que o retorno n�o � o ideal, mas � o que tem para hoje. S�o poucas horas, s� dois dias na semana, mas vai fazer diferen�a para ele, sim”, afirma.
J� o engenheiro Felipe Silva relata que, por ora, optou manter os filhos de 6 e 8 anos em ensino remoto. Ele diz que prefere observar os efeitos do retorno presencial antes de enviar os filhos de volta � sala de aula. “Prefiro esperar para ver como a escola vai se adaptar, no sentido pedag�gico. J� fui professor, estou achando dif�cil montar um planejamento razo�vel capaz de atender �s exig�ncias do poder p�blico. No momento, com dois empregos, a din�mica de levar e buscar os meninos e ainda ter que acompanh�-los nas atividades online tamb�m � complicada para mim. Se eles demonstrarem muita vontade de ir, eu levo. Sen�o, vou aguardar mesmo”, pondera.
O que diz a PBH
O Estado de Minas solicitou um posicionamento da prefeitura de Belo Horizonte sobre as cr�ticas feitas pelos col�gios particulares aos crit�rios de retomada das aulas presenciais para o Ensino Fundamental.
O munic�pio informou que as normas publicadas no Decreto Municipal Decreto Municipal n° 17.348 n�o tratam da "retomada das aulas", mas do que chama de "acompanhamento personalizado de crian�as at� 12 anos", j� que os indicadores da pandemia ainda n�o permitem o retorno total das atividades presenciais.
Questionada sobre a possibilidade de revis�o do protocolo, como prop�e o of�cio elaborado pelo Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG), a PBH disse que ainda n�o recebeu o documento.