
Quatro policiais civis de Una�, no Noroeste de Minas, s�o suspeitos de integrar um esquema de fraudes em vistorias de ve�culos na Circunscri��o Regional de Tr�nsito (Ciretran).
O Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), bra�o do Minist�rio P�blico (MP), fez nesta ter�a-feira (15/6) uma opera��o, chamada de Fast Pass, para buscar documentos e prender preventivamente despachantes e pessoas f�sicas que fazem parte do esquema.
Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreens�o e 13 de pris�o preventiva. Nas buscas realizadas foram apreendidos diversos documentos, aparelhos eletr�nicos, celulares e outros objetos relevantes para a investiga��o.
As investiga��es come�aram no final do ano passado, depois que alguns delegados de Una� apresentaram algumas provas que indicavam o esquema.
Al�m dos mandados de pris�o, a Justi�a tamb�m pediu o afastamento do delegado regional de Una� e de uma investigadora durante as investiga��es.
Como funcionava o esquema?
Segundo os promotores Guilherme de Castro Germano, Luiz Pablo Almeida de Souza e Nilo Virg�lio dos Guimar�es Alvim, diversos ve�culos tiveram as vistorias aprovadas mesmo com irregularidades, sendo que outros nem sequer passaram pelo processo.
Nos documentos, apenas eram juntados os decalques do chassi e do motor, que tamb�m s�o obrigat�rios, mas mais dif�ceis de falsificar.
Essa "vista grossa" era feita com o pagamento de propina pelo condutor do ve�culo aos policiais civis, por interm�dio dos despachantes.
“Evidentemente que n�o submeter ve�culos ao crivo de uma vistoria traz s�rio risco � seguran�a vi�ria, uma vez que n�o s�o conferidos itens b�sicos de seguran�a”, destacam os promotores.
Ainda de acordo com as investiga��es, foi verificado que alguns despachantes e particulares recebiam tratamento privilegiado, com a emiss�o de documentos agilizada, vistorias feitas at� em outros estados, al�m da inser��o de dados falsos no momento da emiss�o de documentos.
Os despachantes que faziam parte do esquema tamb�m tinham privil�gios, conseguindo vagas para vistoria, independentemente de agendamento, ou ent�o sendo avisados antes dos outros sobre a abertura de vagas.
Os envolvidos no esquema v�o responder por corrup��o ativa e passiva, falsidade ideol�gica, tr�fico de influ�ncia, organiza��o e associa��o criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 20 anos de pris�o.
Sobre os policiais civis envolvidos no esquema, a Pol�cia Civil afirma que todas as medidas criminais e administrativas ser�o tomadas.
"A PCMG n�o admite desvios de conduta, assegurando total independ�ncia nos trabalhos correcionais", concluiram.
"A PCMG n�o admite desvios de conduta, assegurando total independ�ncia nos trabalhos correcionais", concluiram.
O nome da opera��o
Em ingl�s, "fast pass" quer dizer "passagem r�pida", que � uma forma de exemplicar o que acontecia no Ciretran, segundo o MPMG.
O tratamento diferenciado a quem paga a mais pelo servi�o, em locais de divers�o como parques e cinemas, � comumente denominado de "fast pass".
“Tal pr�tica no servi�o p�blico n�o deve ser tolerada sob pena de viola��o a v�rios princ�pios constitucionais, dentre eles o da igualdade e probidade administrativa”, afirmam os promotores.