
Uma entidade de prote��o aos animais denuncia que c�es abrigados no canil da UFMG estariam sofrendo maus-tratos, al�m de estarem abrigados em situa��o degradante, f�tido e sem incid�ncia de luz solar, segundo a BastAdotar.
A entidade solicitou na manh� desta quinta-feira (24/6) provid�ncias � Comiss�o de �tica da UFMG no Uso de Animais (CEUA). A entidade de prote��o aos animais, criada e atuante na UFMG, � integrada por professores, alunos e funcion�rios. A correspond�ncia tamb�m foi encaminhada em c�pia � Reitoria, � diretoria do ICB e � Ouvidoria da institui��o.
A entidade solicitou na manh� desta quinta-feira (24/6) provid�ncias � Comiss�o de �tica da UFMG no Uso de Animais (CEUA). A entidade de prote��o aos animais, criada e atuante na UFMG, � integrada por professores, alunos e funcion�rios. A correspond�ncia tamb�m foi encaminhada em c�pia � Reitoria, � diretoria do ICB e � Ouvidoria da institui��o.
A BastAdotar quer que a situa��o seja resolvida. De acordo com a entidade, algumas den�ncias chegaram e foram encaminhadas em fevereiro e abril. A presidente da entidade, Mailce Mendon�a Mendes, diz que houve respostas �s primeiras den�ncias, mas que o problema n�o foi resolvido. Ela e uma estudante de massoterapia, Nina Maria do Carmo, de 26 anos, estiveram no local recentemente e constataram a "situa��o cr�tica."
"Estivemos l� pela manh� e � tarde. Em nenhum momento, havia sol no local. Muitos c�es em espa�os pequenos, pouca ilumina��o e um terr�vel mau cheiro. Alguns deles estavam com curativos e outros com ferimentos expostos. Eles latiam muito e ganiam."
Nina contou que mora pr�ximo � UFMG e sabia da exist�ncia de um canil, pois quando passava por perto ouvia os latidos. Em mar�o, resolveu acessar o local, depois de resgatar um cachorro abandonado nas ruas.
Ao chegar ao canil, observou pequenos quartinhos, onde alguns c�es "tinham na pele algo parecendo cicatriza��o de queimaduras, alguns em carne viva. Outros tinham peda�o de tecido, mas n�o visualizei direito, porque h� um mosquiteiro nas janelas e grades de metal. O local � um tanto escuro. Al�m do intenso mau cheiro."

Em fevereiro, o bacharel em direito, Igor Vasconcelos, de 27 anos, usu�rio do hospital veterin�rio da universidade, soube que sua cadela Cacau havia escapado da unidade onde se encontrava internada. "Recebi o telefonema no dia 15 daquele m�s."
Igor conta que, ap�s cinco dias de procura, Cacau foi encontrada, mas que durante as buscas se deparou com um canil, pr�ximo � mata, e que devido aos latidos poderiam atrai-la. Ele conta que se assustou com o que viu. "O canil possui estrutura deplor�vel, sujo e com um mau cheiro terr�vel, al�m de estar cheio de animais confinados em espa�os apertados, situa��o em desacordo com as normas gerais para a utiliza��o de animais para pesquisa e para procedimentos pedag�gicos estabelecidos pela CEUA/UFMG (Comiss�o de �tica no Uso de Animais), conforme consta no site institucional do �rg�o.
"N�o tive autoriza��o ou oportunidade de ver o que tinha na parte interna, mas fiquei em choque ao cogitar que uma grande institui��o como a UFMG ainda realize tantas experi�ncias em animais, principalmente c�es, de maneira que seja necess�rio acumular dezenas deles em ambientes execr�veis. Pude ainda constatar um dos cachorros presos, junto a v�rios outros, todos jovens c�es sem ra�a definida, provavelmente provenientes de uma mesma ninhada, estavam com colares elisabetanos, esparadrapos e v�rios potes, ou algo do g�nero, presos �s suas costas, sugerindo que seja algum tipo de experimento cient�fico. Essa constata��o, eu consegui em v�deo pela parte de fora do canil e que vai como anexo neste e-mail. Apesar de n�o saber do que se trata, at� um leigo como eu pode chegar � conclus�o que se trata de algo bem desconfort�vel, pela forma como o c�o se comportava."
Documentos
Em correspond�ncia encaminhado � CEUA, Igor solicitou que fossem averiguados os registros de proced�ncia, tempo de vida e destina��o daqueles animais, ap�s os experimentos, sendo dada a devida publicidade a tais dados."
Recebeu resposta em 24 de fevereiro de D�bora Cristina Sampaio de Assis, coordenadora da CEUA, informando que o tema foi discutido em reuni�o ordin�ria, e que todas as provid�ncias cab�veis seriam tomadas para apura��o dos fatos.
Tamb�m que os respons�veis pelo local foram notificados e nomeada uma comiss�o, composta por m�dicos veterin�rios, que atuam na �rea de cl�nica e cirurgia veterin�rias e com amplo conhecimento em bem-estar animal, para realizar uma visita t�cnica ao biot�rio.
Em 16 de abril, Igor voltou a acionar a CEUA: "Gostaria de saber alguma atualiza��o acerca do procedimento instaurado pela comiss�o para apurar as poss�veis irregularidades que estariam ocorrendo no canil da UFMG. Informa��es sobre a regularidade da documenta��o, as visitas t�cnicas e a reuni�o extraordin�ria que seria convocada me seriam muito �teis e acredito que sejam dados p�blicos, j� que apuram inclusive supostos cometimentos de crimes de maus-tratos ou similares em uma institui��o federal." O pedido foi reiterado no dia 24.
A resposta foi encaminhada no dia 27 daquele m�s, �poca em que a CEUA informava sobre alguns dos procedimentos que foram tomados pela comiss�o institu�da, em regime de urg�ncia, para avaliar a situa��o.
De acordo com a resposta, "ap�s a visita, a comiss�o considerou que, de modo geral, os c�es que se encontram no biot�rio demonstram um bom estado geral de sa�de e manifesta��o de comportamentos sociais. O c�o "com colar elisabetano" e "v�rios potes presos nas costas" foi inspecionado fisicamente pelos m�dicos veterin�rios da equipe, encontrando-se bem nutrido, ativo e capaz de se movimentar livremente. Como ressalva, dada a metodologia da pesquisa, o animal necessita usar o colar elisabetano para n�o remover os recipientes fixados com esparadrapo em seu dorso. Pelo mesmo motivo, est� isolado, sem companhia na acomoda��o".
Nota da UFMG
Em nota, "a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) confirma o recebimento de carta den�ncia sobre a situa��o das instala��es de animais que participam de atividades de pesquisa realizadas pela Institui��o e est� apurando a situa��o relatada. A Universidade informa que todas as atividades envolvendo experimentos com animais, bem como procedimentos necess�rios e suas instala��es, s�o devidamente cadastradas no Conselho Nacional de Controle de Experimenta��o Animal (Concea) e objetivam atender a todos os padr�es �ticos, sanit�rios e legais que regulamentam esta atividade. Al�m disso, essas atividades t�m o acompanhamento constante da Comiss�o de �tica no Uso de Animais (Ceua) da UFMG.
Em rela��o aos dois canis do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas (ICB) mantidos no Campus da Pampulha, a UFMG informa que s�o higienizados diariamente, sete dias por semana, com uma �rea de alimenta��o, outra �rea protegida para descanso dos animais e sol�rio em todas as baias. Para evitar o estresse desses animais, o acesso �s instala��es � restrito, conforme a legisla��o e normas t�cnicas. E como se trata de ambiente controlado, o canil � telado, evitando a entrada de insetos e a contamina��o dos animais por pat�genos, em acordo com o que presume a regulamenta��o vigente, bem como os padr�es �ticos e de cuidados com esses animais, fundamentais para o avan�o da pesquisa.
A Universidade ressalta ainda que, desde que foi publicada a Resolu��o Normativa Nº 41 do Consea, que trata exclusivamente de "C�es e Gatos dom�sticos mantidos em instala��es de institui��es de ensino ou pesquisa cient�fica", em 25 de julho de 2018, vem trabalhando para o seu atendimento. De acordo com o inciso V do caput do Artigo 5º da Lei n° 11.794/2008, publicado em 25 de julho de 2018, as institui��es t�m o prazo de cinco anos para compatibilizar suas instala��es f�sicas �s exig�ncias dessa Norma.
Em um dos canis do ICB atualmente est�o sendo realizadas adequa��es de ordem t�cnica, preservada a integridade dos animais ali mantidos. J� o segundo canil do ICB, cujas fotos seguem em anexo, apresenta-se em est�gio mais avan�ado e evidencia os esfor�os do Instituto no cuidado com os animais".