
O padre Chrystian Shankar, que acusou as escolas de quererem “perverter” crian�as e adolescentes, ter� que se desculpar com educadores e psic�logos. A decis�o foi tomada ap�s conversa com o bispo Dom Jos� Carlos de Souza Campos, da Diocese de Divin�polis, na Regi�o Centro-Oeste de Minas Gerais.
Um v�deo do sacerdote falando sobre poliamor durante uma missa viralizou na ter�a-feira (22/6) nas redes sociais. Nele, ele dizia que foi procurado por pais de um adolescente que o questionaram quanto a como lidar com o filho, ap�s ele ter sido convidado pela melhor amiga para uma rela��o a tr�s.
O convite teria sido feita ap�s a menina ter participado de uma suposta palestra em uma escola da rede privada de Divin�polis. O nome n�o foi revelado pelo padre. Ao longo da semana, professores e psic�logos criticaram as declara��es, alegando que as classes foram generalizadas. Eles tamb�m cobram transpar�ncia e que a institui��o seja revelada.
Tratando o tema como “grave, pertinente e inadi�vel”, a Diocese disse que ficou estabelecido entre o bispo e o padre a “necessidade que ele se retrate do modo universalizado, irreverente e pouco respeitoso com que falou dos profissionais da educa��o e da psicologia, mesmo que tenham suas pedagogias e abordagens pr�prias para seus trabalhos espec�ficos”.
“Ele far� isso em breve. E se comprometeu a evitar este tipo de discurso. Como tamb�m manifestou ao bispo que n�o tinha a inten��o de provocar esse mal-entendido, mas levar � reflex�o e efetivo interesse dos pais na educa��o dos filhos”, informou.
O problema, conforme consta na nota, fica localizado no modo de falar, nas refer�ncias aos sujeitos envolvidos e n�o no assunto tratado. “Mesmo que o tema mere�a muitos aprofundamentos ainda”, destacou.
Discuss�o do tema
Ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade de retrata��o, a Diocese defende a discuss�o sobre sexualidade. Afirma que n�o se pode declinar dela ou deixar de voltar a ela “com seriedade, profundidade, insist�ncia e novos interlocutores”.
“N�o s� porque toca a forma��o humana e moral das novas gera��es, mas tamb�m porque define o papel e o lugar da fam�lia e da escola neste processo de educa��o, que n�o pode ser banalizado nem terceirizado”, argumentou.
Ainda segundo a nota, o tema toca a compreens�o doutrinal da igreja cat�lica acerca do amor, do relacionamento, do matrim�nio, da sexualidade, da vida.
A diocese tamb�m destaca a import�ncia da parceria entre a igreja e a comunidade escolar e diz que ela � “imprescind�vel na forma��o integral de crian�as, adolescentes e jovens”. Afirma que a manter� seja como palestras, missas de formaturas, visitas.
Em nota, a Diocese tamb�m lamentou as conota��es e desdobramentos de discursos dados ao fato. “Passa-se da vida p�blica � vida privada, de uma mat�ria a outra, de uma reivindica��o a outra, da voca��o da fam�lia e da escola ao vi�s pol�tico, da discuss�o � ideologia."
Ela tamb�m defendeu o di�logo. “Neste tempo, que j� nos fragilizou demasiadamente, vamos alargar e aprofundar a proximidade, o di�logo e o respeito entre n�s. Todos temos ainda muito a progredir, mesmo em meio �s diferen�as que permanecer�o”, finalizou.
At� o fechamento desta mat�ria padre Shankar ainda n�o havia se retratado publicamente sobre o caso.
*Amanda Quintiliano especial para o EM
