
A Pol�cia Civil concluiu o inqu�rito que investiga o empres�rio Luiz Eduardo Castellar, de 53 anos, que instalou c�meras no banheiro feminino de seu lava-jato – na Rua Josephino Aleixo, 120, no Bairro Buritis, em BH – para espionar funcion�rias.
Segundo investiga��es da Delegacia Especializada de Investiga��o � Viol�ncia Sexual, o empres�rio cometeu os crimes de filmar conte�do com cena de nudez e de importuna��o sexual contra 12 mulheres que trabalhavam no local.
O caso veio � tona em mar�o, quando uma funcion�ria, que era uma das v�timas V., m�e de quatro filhas, denunciou as c�meras � pol�cia.
“Eu tinha falado com uma colega e depois com minhas duas sobrinhas, que tamb�m trabalhavam no local. Achava estranho os coment�rios que o patr�o fazia, sobre intimidades que aconteciam dentro do banheiro feminino”, conta.
Segundo ela, tudo que era conversado por elas no banheiro era comentado pelo patr�o. “Ele se aproximava da gente e falava baixinho, isso, quando n�o havia mais ningu�m por perto. Aquilo foi me deixando com a pulga atr�s da orelha.”
A gota d'�gua das desconfian�as de V. foi sobre uma atitude sua no banheiro: “Como eu estava desconfiada de que havia c�mera ou escutas l� dentro, entrei no banheiro, tranquei a porta e comecei a fu�ar. Olhei debaixo do arm�rio de nossas roupas e em outros pontos. Pouco depois que sa�, ele se aproximou de mim e come�ou a fazer perguntas sobre o que eu estava fazendo no banheiro. Porque estava abaixada? Dei uma desculpa. Mostrei meu brinco e disse que havia ca�do e que eu estava procurando”.
Quando V. teve certeza de que estava sendo observada, resolveu denunciar: “Resolvi falar com uma colega e com minhas sobrinhas. Falei pra elas que s� confiava nelas e que era para elas ficarem atentas”.
E foi uma das sobrinhas de V. quem encontrou a primeira c�mera.
Depois disso, a vida de V. no lava-jato come�ou a mudar.
“Ele me disse que estava gostando do meu servi�o, da minha dedica��o e que iria me promover para supervisora. Tive de fazer um curso e, com isso, ele me mantinha pr�ximo dele e me tirou de circula��o no lava-jato. Era apenas para me afastar, pois desconfiava que eu pudesse descobrir o segredo.”
No banheiro, a per�cia da Pol�cia Civil encontrou tr�s c�meras.
O depoimento de outra funcion�ria, M., de 25 anos, denuncia que passava fome no trabalho, al�m de ter sido assediada pelo empres�rio.
Funcion�rias contaram tamb�m que o patr�o colocava apelidos debochados nas funcion�rias, muitas vezes demonstrando preconceito, chamando uma de “Pretinha”, outra de “Michael Jackson”.
Uma delas era chamada por ele de “Gordinha”, isso, depois de v�-la nua pelas filmagens no banheiro.
Decis�o judicial
A Justi�a do Trabalho (TRT) j� anunciou os dois primeiros ganhos de causa para v�timas, ex-funcion�rias do lava-jato. Duas a��es de indeniza��o foram julgadas. Faltam 12.
Ex-funcion�rias tiveram direito, tamb�m, � rescis�o indireta.
As senten�as foram proferidas por ju�zes da 28ª Vara do Trabalho e da 6ª Vara do Trabalho, respectivamente.