"� como se voc� tivesse um funcion�rio, ordenasse que ele fizesse apenas metade de uma tarefa e esperasse pela tarefa completa. N�o faz sentido", explica o m�dico infectologista Leandro Curi. "Cada fabricante especifica, ap�s testes e pesquisas, quantas doses s�o necess�rias para que a vacina funcione no organismo, o que chamamos de imuniza��o plena".
Em Belo Horizonte, 32,9 mil pessoas n�o receberam a segunda dose de vacina da CoronaVac, segundo dados da Secretaria Municipal de Sa�de. Os grupos que n�o tomaram a dose de refor�o s�o trabalhadores da sa�de e idosos, primeiros a serem contemplados no esquema vacinal, desde janeiro.
"� como se voc� usasse um guarda-chuva furado. Ou trancasse apenas a metade do port�o. Estamos gerando uma resposta incompleta do organismo"
Leandro Curi, infectologista
O n�mero � alarmante. "� preocupante. S�o potenciais carregadores do v�rus, ainda mais falando em uma pandemia ainda sem controle. Cada vez que uma pessoa deixa de ter a imuniza��o plena, � um risco a mais de gerar uma cepa mais resistente, congestionar o sistema de sa�de e, l�gico, se adoecer e morrer", complementa Curi.
Desleixo, desinforma��o e/ou dificuldade
Mas por qual motivo uma pessoa deixaria de se proteger, proteger os familiares e ajudar a colocar fim a uma pandemia que j� se arrasta por mais de 15 meses? O infectologista Adelino de Melo Freire J�nior aponta algumas raz�es, que podem ir do "desleixo de pessoas que sup�em que uma dose j� seria suficiente, at� o esquecimento - n�o est� atento, saiu do radar passou a n�o se preocupar."
O temor por efeitos colaterais tamb�m � visto como um dos fatores por alguns especialistas. Adelino explica que algumas "pouqu�ssimas" pessoas sentiram alguns efeitos colaterais e acabam temendo que se repitam numa segunda aplica��o. "S�o todos sintomas muito leves, de pouca dura��o e com certeza infinitamente mais brandos do que a pr�pria doen�a", adverte.
Em rela��o aos idosos, que foram os primeiros imunizados, os especialistas alertam que pode ocorrer falta de mem�ria - ou mesmo dificuldade de lomoca��o. "Muitos moram sozinhos, n�o possuem acompanhantes e acabam se esquecendo ou n�o tendo condi��es de se dirigir ao local de imuniza��o. Tamb�m ocorrem eventuais falta de esclarecimentos sobre a necessidade da segunda dose", observa o m�dico infectologista Carlos Starling.
Curi, Starling e Freire, como outros especialistas, s�o un�nimes em refor�ar a necessidade da segunda aplica��o, como forma de conter a velocidade contamina��o e as consequente muta��es do v�rus. E tamb�m condenam os chamados sommeliers da vacina. "N�o se pode escolher vacina em momento grave como esse. A melhor vacina � aquela no bra�o", diz o m�dico Adelino Freire.
Recomenda��o
Adelino ainda cita um outro motivo para explicar as mais de 30 mil aus�ncias em BH. "S�o aquelas recomenda��es das autoridades sanit�rias como a de se evitar a vacina em casos de comprova��o de infec��o pelo novo coronav�rus entre uma dose ou outra".
Quando a pessoa estiver com alguns dos sintomas gripais, especialmente febre, �, de fato, recomendado um intervalo de quatro semanas. Mas o infectologista sustenta: "O ideal � que seja testado e, somente em caso positivo, deve se evitar a segunda dose".
Raio-x da vacina��o em BH
- In�cio no dia 19 de janeiro
- 2.054.107 vacinas j� foram recebidas
- 1.131.976 pessoas receberam a primeira dose
- 425.965 receberam a segunda dose
- 15.467 receberam vacina em dose �nica
- Popula��o residente em BH: 2.521.564
Popula��o acima de 60 anos:
- Aplica��es da 1ª dose: 464.636
- Aplica��es da 2ª dose: 317.680
For�as de seguran�a e salvamento, for�as armadas e funcion�rios do sistema de priva��o de liberdade
- Aplica��es da 1ª dose: 18.878
- Aplica��es da 2ª dose: 178
Trabalhadodres da sa�de
- Aplica��es da 1ª dose: 189.414
- Aplica��es da 2ª dose: 101.920