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Estado de Minas RAYSSINHAS

Efeito fadinha: Conhe�a as meninas de BH que se inspiram em Rayssa Leal

Praticantes do skate falam do orgulho que sentem pela conquista da campe� ol�mpica e do desejo de conquistar p�dios mundo afora


01/08/2021 04:00 - atualizado 01/08/2021 07:41

A “m�gica” da fadinha Rayssa Leal, que aos 13 anos gravou seu nome na hist�ria do esporte e dos Jogos Ol�mpicos de T�quio em 26 de julho, ao conquistar a medalha de prata no skate street feminino, � mais poderosa do que ela talvez imagine.

As manobras radicais executadas com perfei��o pela garota de 35 quilos e milh�es de seguidores nas redes sociais brilham nos olhos de toda uma gera��o de meninas que, ao v�-la no p�dio, se viram tamb�m como atletas poss�veis.

Muitas deslizam nas pistas, ruas e pra�as de Belo Horizonte – desde a vit�ria de Rayssa, mais motivadas e confiantes para conquistar espa�o num esporte ainda t�o dominado pelos homens.

Algumas j� trilham o caminho do skate profissional, com t�tulos e trof�us na bagagem. Outras se equilibram h� pouco tempo nas pranchas urbanas, mas j� sonham em voar alto como a fada maranhense.

As skatistas Iandra Gomes, Rafaela Diniz e Sofia Dias se divertem na pista do Parque Lagoa do Nado, ao mesmo tempo que sonham em voar alto como a fadinha do skate (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
As skatistas Iandra Gomes, Rafaela Diniz e Sofia Dias se divertem na pista do Parque Lagoa do Nado, ao mesmo tempo que sonham em voar alto como a fadinha do skate (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

“Me vejo na pr�xima olimp�ada”

Oitava no ranking infanto-juvenil nacional feminino de skatistas, Iandra Gomes, de 15 anos, � uma das campe�s inspiradas por Rayssa, que ela define como “muito incr�vel”. Segundo a jovem, a admira��o pela medalhista � antiga, come�ou bem antes dos jogos ol�mpicos deste ano. “Eu a acompanho faz muito tempo. J� a tinha visto competir em outros campeonatos, inclusive pessoalmente. Rayssa � muito maravilhosa”, elogia a estudante.

Ver a fadinha conquistar a medalha de prata, descreve Iandra, foi como uma “vit�ria pessoal”. “Trouxe muito orgulho e muita felicidade para todas n�s do skate feminino. Imagina, foi uma medalha para o Brasil conquistada por uma menina de 13 anos, num esporte que ainda � t�o masculino. Voc� tem no��o do que � isso? Do que isso significa para n�s, mulheres skatistas?”, entusiasma-se a garota. Cheia de autoestima, com postura de vencedora, ela projeta onde quer estar daqui a quatro anos. “Com certeza, na pr�xima olimp�ada”.

Oitava no ranking infanto-juvenil nacional feminino, Iandra já sabe onde quer estar daqui a quatro anos: 'Com certeza, na olimpíada'(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Oitava no ranking infanto-juvenil nacional feminino, Iandra j� sabe onde quer estar daqui a quatro anos: 'Com certeza, na olimp�ada' (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Disciplinada, Iandra conta que recebe patroc�nio para treinar e leva o esporte muito a s�rio. Nota-se pela desenvoltura com que ela percorria as pistas do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, na Regi�o da Pampulha, na tarde de quinta-feira (29/7).

Parte do talento, garante a skatista, est� no DNA, j� que o pai dela, o engenheiro civil Vladmir Gomes, tamb�m � um craque das pranchas.“Meu pai � outra pessoa que me inspira. Eu j� vi muitos v�deos dele praticando quando tinha a minha idade, ele andava muito, num n�vel a que, um dia, eu ainda quero chegar”, sonha a atleta, que se dedica � modalidade vertical skate – aquela praticada em rampas �ngremes.

Entre as manobras mais desafiadoras, ela cita a invert, na qual o skatista sobe at� a borda da pista e fica de ponta cabe�a usando apenas uma das m�os. Nenhum movimento radical, contudo, parece mais dif�cil do que lidar com o machismo no esporte. Aos 15 anos, Iandra j� perdeu a conta de quantas vezes teve que enfrentar o desagrad�vel comportamento.

“Com 12 anos, eu j� sofria com o machismo por estar num esporte que � mais praticado por meninos. V�rias vezes j� me disseram que eu n�o ia conseguir fazer uma certa manobra ou atividade porque eu era menina”, queixa-se.

“Fora que � muito chato, numa pista p�blica, n�o ter um banheiro. A gente n�o pode trocar de roupa em qualquer lugar. N�o pode nem tirar a blusa, mesmo estando de top. Usar um short � dif�cil. Dependendo da manobra, a gente fica exposta, tem menino que fica comentando. Outra coisa muito ruim s�o os ‘assuntos desnecess�rios’ que os homens ficam conversando perto da gente ou com a gente mesmo”, emenda a jovem, referindo-se a coment�rios obscenos ou que tratam das mulheres com desrespeito.

"Eu posso sim" 

Sofia é praticante da modalidade vertical bowl, com pistas em formato de piscinas profundas e redondas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Sofia � praticante da modalidade vertical bowl, com pistas em formato de piscinas profundas e redondas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
As conquistas de Rayssa Leal tamb�m pavimentam os caminhos de Sofia Dias, de 12 anos, que pratica skate desde 2018. A timidez da adolescente contrasta com o jeito destemido com que ela “surfa” em ladeiras e salta obst�culos sobre rodas.
 
Praticante da modalidade vertical bowl – com pistas em formato de piscinas profundas e redondas –, Sofia gosta de manobras complicadas, na execu��o e na nomenclatura (ao menos para os leigos no assunto). Entre as preferidas, ela enumera o feeble (deslizar o skate nas bordas da pista), ollie (quando o praticante e o skate saltam para o ar sem o uso das m�os), e o frontside rock n’roll (quando o skatista empurra as rodas da frente para as bordas da pista, para, por alguns segundos, dar um giro de 180 graus e seguir deslizando).

A garota j� disputa campeonatos e coleciona alguns pr�mios. Com a vit�ria de Rayssa em T�quio, ela diz que passou a sonhar em ir mais longe. “A vit�ria dela significou muito. N�o foi uma vit�ria s� dela, foi de todas as meninas que andam de skate. Nessa olimp�ada, ela, com certeza, influenciou muita gente, mais do que j� influenciava. Para mim, ficou a confian�a de que eu posso, sim, ser uma atleta. Quem sabe na pr�xima olimp�ada eu tamb�m n�o esteja l� no p�dio?”, desafia-se a menina.

Al�m de trof�us, o skate rendeu � garota alguns tombos, dos quais ela se lembra com bom humor. “Por incr�vel que pare�a, o pior deles n�o foi em nenhuma competi��o ou pista. Foi quando estava s� brincando, descendo uma rampa que tem na minha casa. Estava chovendo e o skate, se molhar, estraga. Ent�o, para desviar da chuva, eu subi numa poltrona que estava no corredor. Acabei caindo e batendo a cabe�a. Tive que ir para o hospital de ambul�ncia, fiz tomografia e tudo mais. Ainda bem que n�o foi nada grave no final. Hoje, eu acho gra�a, mas, na hora, foi tenso!”, relembra a skatista.

"S�o muitas emo��es"

Rafaela é fã da modalidade street, a mesma de Rayssa, praticada em pistas que simulam a arquitetura da cidade(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Rafaela � f� da modalidade street, a mesma de Rayssa, praticada em pistas que simulam a arquitetura da cidade (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Rafaela Diniz, de 9 anos, � “radical” at� mesmo no penteado. Com a lateral do cabelo raspada, a garota cheia de estilo come�ou a andar de skate h� seis meses. Articulada, a menina � f� da modalidade street – a mesma de Rayssa Lea –, praticada em pistas que simulam a arquitetura da cidade. Ela diz que ainda n�o decidiu se pretende se profissionalizar no esporte, mas certamente j� aprendeu muito com ele.

“As vezes eu sinto medo, principalmente quando fa�o um movimento mais perigoso. E eu caio bastante, n�? Todo mundo que pratica cai. Com isso, passei a ter menos medo de errar. Mas o mais importante � que eu me divirto muito! No skate, s�o muitas emo��es o tempo todo!”, filosofa a garota.
  
Para ver Rayssa competir na olimp�ada, Rafaela diz que ficou acordada at� 2h da madrugada e vibrou intensamente com a medalha de prata conquistada pela atleta. “Fiquei muito feliz quando ela ganhou. Admiro muito a Rayssa, ela nunca desiste! Durante a olimp�ada, ela caiu v�rias vezes. Mas ela se levantou, sacudiu a poeira e seguiu em frente”, diz a estudante, que tamb�m se inspira nas skatistas Let�cia Bufoni a Pamela Rosa.

Esbanjando esp�rito esportivo, ela incentiva aqueles que ainda n�o se arriscam nas pranchas urbanas. “O mais legal no skate � que � um esporte para todo mundo. Qualquer um pode andar de skate. At� meu pai que j� tem 42 anos anda!”. 

Meninas do skate

Cinco jovens skatistas do cen�rio nacional e internacional da modalidade

Rayssa Leal
Prata em T�quio, Rayssa Leal, 13 anos, ficou famosa aos 7, quando um de seus v�deos andando de skate vestida de fadinha foi postado pelo Tony Hawk, uma das maiores estrelas do esporte. Al�m da medalha ol�mpica, a menina de Imperatriz (MA) acumula conquistas em competi��o internacionais como Street League Skateboarding Championship e Campeonato Mundial de Skate.



Leticia Bufoni 
Aos 28 anos, Let�cia bufoni � o maior nome brasileiros no street mundial. Aos 14 anos, a paulista mudou-se para Los Angeles, na Calif�rnia, onde tornou-se skatista profissional. Al�m de ser maior medalhista e vencedora da hist�ria do skate de rua no X Games - os jogos ol�mpicos dos esportes radicais - , Let�cia foi protagonista do reality show Let�cia Let's Go, no Canal Off, e virou personagem do jogo de videogame Tony Hawk's Pro Skater 5.



Isadora Pacheco
Aos 15 anos, Isadora � destaque das competi��es nacionais e internacionais. Desde os nove anos, compete no Circuito Brasileiro de Skate na modalidade Bowl/Skate Park. Atualmente � a oitava colocada no ranking da World Skate. A jovem tamb�m comanda o programa Partiu Skate do Canal Off.



Dora Varella
Com 19 anos, Dora Varella � atualmente  sexta colocada no Ranking Ol�mpico da World Skate. O esporte radical entrou na vida da jovem quando ela tinha 10 anos e pediu skate para a av� no Natal. O talento da garota foi descoberto pelo pai, que a incentivou a treinar em pistas e a participar de competi��es. 



Gabriela Mazetto
Gabriela Pereira Mazetto, de 23 anos, � de Praia Grande, litoral paulista. Ela come�ou no esporte aos 13 anos. Craque da prancha urbana, ela j� conquistou medalhas em v�rios eventos internacionais como Oi STU Open e o mundial da China.







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