

Dados da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e do Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef) mostram que, por ano, cerca de seis milh�es de vidas s�o salvas por causa do aumento das taxas de amamenta��o exclusiva at� o sexto m�s de idade do beb�.
No Brasil, os �ndices de aleitamento materno exclusivo, nessa faixa et�ria, aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7%, em 2020. J� a amamenta��o para crian�as menores de quatro anos, subiu de 4,7% para 60%, no mesmo per�odo.
A pediatra da Santa Casa de BH, Elisa Vieira, explica que o leite materno � muito importante para a sa�de do beb�, e auxilia na preven��o de doen�as na idade mais avan�ada. “O leite materno pode prevenir obesidade e doen�as cardiovasculares, na maioridade. J� no caso dos beb�s, diminui a possibilidade de diarreia e dificuldade de respira��o”, explica.
“� importante lembrar tamb�m que � um momento de conex�o da m�e com o beb� e de se conhecerem e aprenderem juntos”, ressalta a pediatra.
Na amamenta��o, tamb�m � importante que a mulher esteja em condi��es saud�veis, e a sa�de psicol�gica pode ajudar na produ��o de leite. A psic�loga da Santa Casa de BH, Nat�lia Santiago Soares, conta que o apoio dos familiares � um fator que ajuda na maior produ��o de leite.
“A tens�o, o medo e a ang�stia de saber se vai conseguir amamentar seu beb�, toma conta das m�es, principalmente as de primeira viagem. Por isso � importante o apoio da fam�lia desde o nascimento at� a volta para a casa, dividir as tarefas. S�o fatores que contribuem para que o leite seja produzido na quantidade ideal para a crian�a”.
Al�m disso, a enfermeira Cinthia Moreira cita alguns fatores que causam o desmame precoce da crian�a antes dos seis meses. “ Quando o beb� nasce, vem as perguntas, ser� que meu leite vai ser o suficiente ou se vou conseguir alimentar meu filho(a) corretamente? E tamb�m a preocupa��o de n�o produzir tanto leite nos primeiros dias ap�s o nascimento", conta.
“Devido a estas d�vidas e inseguran�as, muitas mulheres acabam inserindo a mamadeira antes do tempo na crian�a. Mas o normal � que a mulher comece a produzir leite materno em maior quantidade em at� 72h ap�s o parto. A ansiedade destas m�es em n�o saber esperar o tempo certo, contribui para uma diminui��o na produ��o do leite materno, onde ocorre a ideia do desmame precoce”, completa a enfermeira.
A press�o em volta da mulher e as regras, aumentam a ansiedade que eleva o n�vel de adrenalina.” Quando a mulher est� nesta situa��o de tens�o, diminui a produ��o de ocitocina que � onde se “carrega o leite”. Se este problema for mais frequente, a m�e pode produzir cada vez menos leite.” conta a enfermeira.
O correto � ter a amamenta��o livre, ou seja, que a m�e sempre amamente o beb� quando ele tiver fome, sem hor�rios, para que assim aumente a produ��o do leite materno” alerta Cinthia.
A fonoaudi�loga Tha�s Vilarinho, de 42 anos, moradora de S�o Paulo e m�e de 2 filhos, � dona do perfil no @maesforadacaixa, no Instagram. Tha�s tamb�m � autora dos livros “M�e Fora da Caixa” e “M�e Rec�m Nascida”.
Ela conta que amamentou os filhos por mais de um ano e ressalta a import�ncia da amamenta��o. "A amamenta��o desperta sentimentos diferentes em cada mulher. Algumas sofrem muito com dores e machucados; outras passam pelo processo sem transtornos, mas a realidade � que todas s�o m�es e merecem respeito."

“O que � percept�vel � que s�o tantas regras, opini�es e padr�es impostos pela sociedade com o processo de amamentar, que eu chamo de uma esp�cie de 'ditadura da amamenta��o'”, conta a fonoaudi�loga.
“As mulheres precisam de liberdade e autonomia, para aprender com seu beb� qual a melhor forma de amamentar, criar v�nculos �nicos com a crian�a, desde o seu nascimento”, conclui Tha�s.
Campanha
“Essa campanha refor�a as boas pr�ticas e protocolos j� estabelecidos na Maternidade Hilda Brand�o da Santa Casa BH, refer�ncia em assist�ncia obst�trica e neonatal de alto risco em Minas Gerais. Al�m disso, somos um hospital “Amigo da Crian�a e da Mulher", t�tulo conquistado em 2014, certificado pela Organiza��o Mundial da Sa�de e pela Unicef”, conta Camila Adriana Barbosa Costa, gerente da Unidade de Cuidados Materno Infantis e Ag�ncia Transfusional do SCBH.
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.