A campanha de vacina��o avan�a, mas ainda h� quem rejeite seu lugar na fila dos que t�m direito a doses de prote��o contra a COVID-19. Para evitar esse tipo de atitude e tentar garantir a seguran�a de todos, empresas mineiras adotaram estrat�gias para incentivar seus funcion�rios a n�o perder a imuniza��o. Na produtora de cosm�ticos e materiais hospitalares Farmax, em Divin�polis, Centro-Oeste mineiro, um vacin�metro acompanha a aplica��o entre os colaboradores, e um espa�o foi criado para que as pessoas compartilhem o momento quase m�gico da inje��o t�o aguardada pela maioria.
“A gente mapeia quantas pessoas h� naquela faixa et�ria (de imuniza��o em curso na cidade) e mostra quantas j� se vacinaram. Incentivamos que elas venham e tragam o comprovante para nos mostrar. Quem se sentir � vontade, tamb�m pode enviar fotos comemorando, para criar um ambiente positivo, de que a vacina��o � o melhor para todo mundo”, conta Ronaldo Ribeiro, CEO da Farmax.

Em Cl�udio, na mesma regional do estado, na Amap�, fabricante de instala��es e armazenagem, com 600 funcion�rios, tamb�m foi estabelecida uma rede para incentivar a imuniza��o contra a COVID-19. “Foi criada uma programa��o na empresa, a partir de um canal de comunica��o interna e nas reuni�es com gestores. Quando a prefeitura criou um aplicativo para agendamento da vacina��o, a gente o divulgou internamente e disponibilizou internet e uma equipe para dar assist�ncia aos funcion�rios”, conta Ronaldo Tobias, engenheiro de seguran�a do trabalho da empresa.
De acordo com Ronaldo, a Amap� tamb�m deslocou uma van para levar os funcion�rios at� um posto de sa�de para garantir a imuniza��o. Em todos os casos de vacina��o, a empresa abona as horas dos colaboradores, portanto o tempo levado � contado com carga hor�ria cumprida.
Apesar disso, Ronaldo confessa que ainda houve resist�ncia de alguns funcion�rios. Por�m, o planejamento conseguiu ganhar a queda de bra�o. “� um di�logo de seguran�a para preparar a popula��o. Querendo ou n�o, tem aquele discurso antivacina, ent�o se cria uma resist�ncia. Ent�o, l� atr�s, antes de come�ar (a campanha), a gente j� preparou a turma para entender a import�ncia de se vacinar contra a COVID-19”, diz o engenheiro.
Gerente de marketing da Amap�, Gabriel Dias Faria afirma que a empresa chegou a interromper suas atividades durante a pandemia. "Estamos entre as cinco maiores empregadoras da cidade, ent�o isso refletiu na sociedade. Optamos por parar em abril deste ano porque a taxa de contamina��o estava muito alta. As pessoas cobravam o mesmo posicionamento de outras empresas", afirma.
Na vis�o do infectologista Geraldo Cunha Cury, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as empresas acertam em cheio na estrat�gia. “� uma atitude positiva e sensata, porque, na verdade, a vacina � o melhor mecanismo para prevenir formas graves da doen�a. Ent�o, estimular as pessoas � muito importante. T�m at� alguns lugares do mundo onde os funcion�rios p�blicos s�o obrigados a se vacinar. Isso � positivo”, aponta o especialista.
Geraldo lembra do caso de outros pa�ses, como os Estados Unidos, onde cidad�os chegaram a receber uma determinada quantia em dinheiro do governo para se imunizar. No Brasil n�o se chegou a tanto, mas algumas prefeituras criaram mecanismos para atrair quem n�o pretendia se vacinar ou coibir pr�ticas como aguardar uma determinada f�rmula para se imunizar. Em Betim, na Grande BH, o Executivo municipal publicou decreto que autoriza a abertura de processo administrativo, com risco de exonera��o, contra servidores que correrem da agulha.
Em 28 de julho, o CEO do Google, Sundar Pichai, enviou um e-mail interno para os mais de 140 mil funcion�rios globais da empresa para exigir a vacina��o para aqueles que voltaram ao trabalho presencial. “Se vacinar � uma das maneiras mais importantes de manter a n�s mesmos e nossas comunidades saud�veis nos pr�ximos meses”, escreveu na mensagem. A exce��o fica para queles que n�o podem receber a inje��o por motivos m�dicos.