
Por volta de 20h30, uma viatura da PM, comandada pelo cabo Rodrigo, que tinha a companhia da soldado Ingrid, recebeu um chamado para comparecer ao referido endere�o, onde havia uma queixa de surto psic�tico.
No entanto, a hist�ria era bem mais grave. Ao chegarem ao local, e pararem a viatura, o cabo vislumbrou na janela do terceiro andar um homem gritando por socorro. Correram para chegar ao apartamento e viram um homem ca�do na cozinha, bastante ferido e sangrando muito. Era Cl�vis.
Enquanto o cabo tentava prestar socorro, foi surpreendido pela chegada de Jo�o Paulo, segurando um viol�o. Depois de olhar o policial no olhos, Jo�o Paulo voltou para o interior do apartamento e retornou com uma faca na m�o.
Olhando nos olhos do policial, disse repetidas vezes: “� voc� mesmo”, “� voc� meso”. De repente, investiu contra o policial, com a faca em posi��o de ataque. O cabo, ent�o, sacou seu rev�lver e efetuou dois disparos. Jo�o Paulo caiu, mas levantou-se novamente e tornou a investir contra o cabo, que correu para fora do apartamento.
No corredor do terceiro andar, estava a soldado Ingrid e uma testemunha. Jo�o Paulo virou-se e foi na dire��o da policial. Nesse instante, o cabo voltou a disparar mais quatro vezes, contra Jo�o Paulo que tombou, mas ainda segurava a faca e proferia palavras de amea�a ao policial, que tomou-lhe a faca e a atirou para dentro do apartamento.
Nesse instante, chegaram ao local outras viaturas da PM. Os policiais primeiro, socorreram Jo�o Paulo, que foi levado para o HPS. Enquanto isso, outros verificaram a condi��o de Cl�vis, constatando que ele j� estava morto.
Hist�ria tr�gica
Pouco depois, a m�e de Jo�o Paulo, Helena, chegou ao apartamento. Ela contou aos policiais, em prantos, que o filho sofria de problemas psiqui�tricos, em virtude de depend�ncia qu�mica e que, h� pouco tempo, ficou seis meses internado.
Disse tamb�m que, h� tr�s dias, o filho tinha tido um surto psic�tico e que a Pol�cia Militar foi quem a socorreu. No apartamento viviam, al�m dela e do filho, seu irm�o Cl�vis.
Depois do surto psic�tico de sexta-feira, Jo�o Paulo teria fugido de casa, retornando no domingo, quando juntou suas roupas e pediu dinheiro para a m�e, dizendo que iria morar na rua. Helena n�o tinha dinheiro, sendo que nesse instante, o tio tirou o dinheiro que tinha do bolso, entregando-o ao sobrinho, que saiu da casa.
Na manh� desta segunda, Helena foi at� a casa de uma amiga, que iria lhe emprestar dinheiro. Mas quando estava na casa dessa amiga, recebeu um telefonema do filho, que lhe pedia perd�o pelas coisas que tinha feito. Desligou em seguida. Depois disso, um segundo telefonema, de uma vizinha, que pedia para ela correr para casa, pois estava acontecendo uma trag�dia.
Quando chegou em casa, n�o p�de entrar no pr�dio, que estava fechado pela PM. E quando conseguiu chegar ao apartamento, viu o tamanho da trag�dia, que seu filho, que estava ferido, matara seu irm�o.
A morte em duas etapas
Vizinhos do pr�dio contaram que chamaram a pol�cia depois de ouvirem gritos de socorro, de Cl�vis, vindos do apartamento de Helena. Alguns vizinhos chegaram a ir at� l�, mas tamb�m foram amea�ados e acabaram se refugiando em suas casas.
Um vizinho contou que quando abriu a porta, viu Cl�vis, ensanguentado, com muitos ferimentos na cabe�a dizendo: “Olha o que ele me fez”. E que a v�tima teria voltado ao apartamento, quando foi novamente esfaqueado, na cozinha do apartamento, pelo sobrinho.
O caso est� a cargo da Delegacia de Homic�dios. Jo�o Paulo segue internado, em estado grave, no Hospital do Pronto Socorro. O cabo Rodrigo est� recolhido ao 22º BPM, onde � lotado. Ele teve sua arma recolhida, uma situa��o de praxe para esses casos, em que acontece a abertura de inqu�rito militar.