Brumadinho: Juliana Resende, v�tima identificada, era funcion�ria da Vale
V�tima era analista operacional e deixou dois g�meos �rf�os de pai e m�e, j� que o rompimento da barragem tamb�m levou o marido de Juliana, Dennis Augusto
Juliana Resende tinha 33 anos (foto: Arquivo Pessoal)
"A Ju era significado de amor, de perseveran�a, de luz na nossa casa. Era muito amiga, generosa, bondosa. Falta um peda�o no meu cora��o". Quem descreve Juliana Creizimar de Resende Silva � sua irm�, Josiana Rezende.
Juliana � a mais recente identifica��o feita pela Pol�cia Civil entre os casos de v�timas do rompimento da Barragem de C�rrego do Feij�o, em Brumadinho. A identifica��o foi confirmada pela Pol�cia Civil nesta quarta-feira (25/8), um dia depois de os
bombeiros encontrarem um corpo
entre os rejeitos de min�rios nas �reas de buscas.
A opera��o completa hoje 2 anos e 7 meses de buscas. Ao todo, 261 pessoas que morreram em decorr�ncia do rompimento da barragem j� foram identificadas. Nove v�timas continuam desaparecidas.
Ao completar dois anos da trag�dia
, a reportagem do
Estado de Minas
conversou com Josiana Rezende, que lutou incansavelmente por justi�a e para que todas as outras v�timas sejam encontradas.
“A Ju realmente iluminava. Era muito amiga, generosa, bondosa, e todos a viam dessa forma. O cora��o perdeu um peda�o. Esse peda�o n�o vai ser preenchido. � exatamente isso pra mim. Falta um peda�o no meu cora��o”, lamentou a irm�.
Josiana, conhecida como “Joj�”, foi vice-presidente da Associa��o dos Familiares de V�timas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina C�rrego do Feij�o (Avabrum) at� este m�s de agosto.
Trag�dia familiar
Juliana Resende deixou dois g�meos �rf�os de pai e m�e, j� que a trag�dia tamb�m levou o marido de Juliana, Dennis Augusto, ambos funcion�rios da Vale.
Juliana Resende deixou dois filhos (foto: Arquivo Pessoal)
Apesar do sofrimento, Joj� participa ativamente das reuni�es com o Corpo de Bombeiros e profissionais do IML, cobrando das autoridades o andamento das buscas. Em janeiro deste ano, Josiana falou do sentimento de esperan�a em continuar a opera��o.
“Essa aus�ncia dela em todos os momentos � muito complicada. No que se agarrar? Hoje, nos filhos dela. � a motiva��o de manter as buscas, de seguir em frente. Meu pai fala que no meio disso tudo eles t�m dado um colorido na nossa vida. O tempo passa muito r�pido. A gente s� percebe quando v� que os meninos j� est�o fazendo 3 anos e at� hoje nessa situa��o de espera”, diz.
Mem�ria e saudade
A vida, hoje, � reviver o rompimento da barragem. Seja numa forma de repara��o, de honrar as “joias” – como os bombeiros chamam as v�timas ainda n�o encontradas –, de cobrar por justi�a ou de dar alento �s nove fam�lias. O pedido � para que haja um lugar digno em mem�ria de Juliana. Mesmo sabendo que Juliana n�o volta mais para casa, o desejo sob l�grimas � de dizer mais uma vez: “Eu te amo”.
“Eu queria poder abra�ar ela de novo, ouvir a voz, sentir o cheirinho, conversar, ouvir a risada, ver ela brincando com os meninos dela. Mas o fundamental � eu dizer o quanto eu a amo. N�o que eu n�o dissesse, mas seria a oportunidade de falar o que eu sinto por ela”, ressalta Josiana.