Uma doen�a que pode causar a morte se n�o for curada. A s�filis, Infec��o Sexualmente Transmiss�vel (IST), segue preocupando as autoridades de sa�de de Minas Gerais. Os n�meros de casos come�aram a aumentar de forma gradual em v�rias regi�es do estado. Os dados foram levantados pela Secretaria Estadual de Sa�de (SES-MG) nas 28 Ger�ncias Regionais de Sa�de (GRS) com exclusividade a pedido do Estado de Minas.
Duas delas j� est�o com registros superiores aos registrados em todo o ano passado: Diamantina (10,8%) e Ponte Nova (7,15%).
Os dados da s�filis s�o divididos entre casos adquiridos (durante rela��es sexuais), em gr�vidas (que s�o considerados mais graves, pois pode haver a transmiss�o ao beb�), e cong�nitas (quando m�es que n�o s�o tratadas corretamente passam a doen�a aos rec�m-nascidos).
Em Diamantina, a s�filis adquirida foi quem puxou a alta este ano. Enquanto foram 94 registros em todo o ano de 2020, desta vez, apenas at� agosto deste ano foram 118. Entre gr�vidas, os casos somados este ano chegam a 40 (contra 47 em 2020). E casos cong�nitos est�o em 5, contra 6 de todo o ano passado.
Na Ger�ncia Regional de Ponte Nova, a s�filis transmitida a rec�m-nascidos subiu de 3 casos em 2020 para 8 at� agosto deste ano, e o de casos adquiridos de 92 para 113.
Em Itamarandiba, aumento foi superior a 130%
A cidade de Itamarandiba, de 35 mil habitantes, localizada no Vale do Jequitinhonha, foi uma das primeiras a emitir um alerta sobre o aumento de casos de s�filis em Minas Gerais.
Em todo o ano de 2020 foram 28 casos notificados. De janeiro a agosto deste ano, j� foram 65 registros. Aumento de 132%.
A coordenadora do Setor Municipal da Vigil�ncia em Sa�de do Trabalhador, Juciele Rodrigues Costa, avalia que o aumento de casos tamb�m refletem, indiretamente, em outros �ndices negativos, como alcoolismo e at� abusos sexuais.
"Para conter o avan�o da s�filis � necess�rio que as pol�ticas p�blicas foquem em a��es de preven��o, al�m do monitoramento das pr�ticas sociais e ter toda uma programa��o para que as a��es sejam realizadas visando mais efetividade poss�vel",
A secretaria de sa�de fez, no m�s passado, uma campanha educativa sobre a doen�a, com realiza��o de testes para confirmar poss�veis casos que n�o tenham sido comunicados �s autoridades. O foco � o p�blico masculino.
"Entretanto, o trabalho requer envolvimento de todos: popula��o em ser receptiva �s a��es de conscientiza��o e as equipes, de sa�de e de atendimento social, precisam se atentar � ocorr�ncia do agravo", apela Juciele.
Outras regi�es tamb�m preocupam
O levantamento feito pela SES-MG mostra que, faltando tr�s meses para o final do ano, seis outras regi�es j� tem, este ano, mais de 70% dos casos registrados em todos os meses de 2020. Isso preocupa as autoridades de sa�de, j� que, no ritmo de contamina��es atual, 2021 pode fechar com mais ocorr�ncias do que o esperado.
Na Ger�ncia Regional de Pedra Azul, j� h� 78% dos casos registrados em todo 2020 apenas at� agosto.
O que � s�filis?
S�filis � causada por uma bact�ria, que pode atingir todas as pessoas, e at� ser passada de m�e para filho.
�s vezes, a doen�a nem � percebida, pois pode n�o apresentar sintomas. Mas, existem alguns detalhes que podem ser observados:
- Ferida, geralmente �nica, no local de entrada da bact�ria (p�nis, vulva, vagina, colo uterino, �nus, boca, ou outros locais da pele)
- Podem surgir manchas no corpo, que geralmente n�o co�am, incluindo palmas das m�os e plantas dos p�s.
- Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabe�a, �nguas pelo corpo
A coordenadora estadual de IST/Aids e Hepatites Virais da SES-MG, Mayara Cristina Marques de Almeida, aponta que o uso do preservativo � o principal m�todo de preven��o da s�filis e outras IST em todas as rela��es sexuais.
"A realiza��o do teste r�pido como forma de detec��o precoce, bem como a ades�o ao pr�-natal adequado, permite o tratamento oportuno das gestantes e parcerias sexuais e pode contribuir de forma significativa na preven��o da ocorr�ncia da s�filis cong�nita ou prevenir as formas graves dessa doen�a", afirma.
O tratamento � feito com a penicilina benzatina, antibi�tico que est� dispon�vel nos servi�os de sa�de do SUS. Todas as parcerias sexuais dos �ltimos 3 meses devem ser testadas e tratadas para que n�o haja nova transmiss�o.
No caso da s�filis cong�nita, a doen�a � transmitida da m�e n�o tratada ou tratada de forma n�o adequada para crian�a durante a gesta��o. Por isso, � importante fazer o teste para detectar a s�filis durante o pr�-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmiss�o.
A maior parte dos beb�s com s�filis cong�nita n�o apresentam sintomas ao nascimento. No entanto, as manifesta��es cl�nicas podem surgir nos primeiros tr�s meses, durante ou ap�s os dois anos de vida da crian�a.