Jovem negro que morreu de forma misteriosa recebe homenagens em BH
Amigos e familiares cobram explica��es das autoridades sobre causas que levaram a v�tima � morte. Ele ficou internado por 22 dias no Hospital Jo�o XVIII
Amigos e familiares compareceram pr�ximo ao viaduto de Santa Tereza para pedir explica��es sobre morte de jovem negro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Uma tarde dedicada a homenagens, mas tamb�m de protesto por uma misteriosa morte ainda n�o totalmente desvendada pelas autoridades. Centenas de amigos e familiares do professor e dan�arino negro F�bio de Lima, de 36 anos, ou Fabinho Cabilera, se reuniram neste domingo (12/9), abaixo do Viaduto de Santa Tereza, para exigir explica��es sobre as causas que levaram o jovem � morte em 13 de agosto.
Jovem morreu depois de 22 dias internado (foto: Arquivo pessoal)
Ele morreu em decorr�ncia de um quadro de insufici�ncia renal e trauma contuso depois de ficar internado 22 dias no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XVIII sem identifica��o.
O caso revolta familiares, j� que as causas n�o foram esclarecidas. De acordo com informa��es do hospital e do IML, o jovem sofreu uma queda de uma passarela e teria ca�do sobre um motociclista. Entretanto, n�o h� mais informa��es sobre o local da morte nem registro de testemunhas ou de quem seria o motociclista. Ele n�o portava documento de identifica��o.
A fam�lia pensava que ele estava viajando. Ele foi visto pela �ltima vez na manh� de 22 de julho na Escola Oleg�rio Maciel, onde trabalhava. Ap�s duas semanas de buscas, a fam�lia encontrou F�bio j� em estado grave no hospital.
“Queremos entender o que ocorreu com F�bio, um jovem negro, trabalhador. Houve muito descaso em toda a hist�ria. Ele ficou desaparecido, internado 11 dias e a fam�lia n�o sabia. E n�o foi feito o exame de DNA. Como minha m�e imaginava que ele estava viajando, foi tudo muito dif�cil. N�o sabemos o que ocorreu”, afirma a irm� Fernanda Lima, de 40 anos.
Parentes de F�bio se emocionaram com a homenagem (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A ideia do ato surgiu depois que a morte causou como��o na capital: “O F�bio era muito ligado ao forr� e ao rap. Por isso, trouxemos amigos dele para tocar algumas m�sicas. O encontro � tamb�m para saber o que aconteceu com ele”, acrescenta.
Fabinho era engajado no movimento cultural de BH. Formado pelo Plug Minas, dan�ava, fazia apresenta��es nas casas noturnas e tamb�m trabalhava como barman na casa de forr� Ziriguidum, no Maleta e Paco Pigale.
No carnaval, participava do Bloco Angola Janga. Descrito como muito animado e gentil, n�o apresentava tra�os depressivos ou suicidas, o que leva a causa da queda a ser um mist�rio.
Laudos
Desde ent�o, a fam�lia tem tentado saber o que ocorreu com ele. “Os laudos do hospital e do IML est�o prontos. Agora, aguardamos o laudo do Samu para darmos continuidade �s investiga��es. Tem um advogado nos assessorando nos tr�mites que vamos ter de fazer”, alega Jamille Brasil, amiga de Fabinho.
Os �ltimos dias t�m sido de muita ang�stia. “Estamos passando por um per�odo dif�cil. N�o tem resposta de nada. N�o sabemos o que ocorreu. Ele era um menino negro e n�o andava sem documento. Sabemos como � o problema no Brasil”, afirma Fernanda.