Fabinho Cabilera: jovem negro recebe homenagem e fam�lia cobra respostas

Uma homenagem a F�bio de Lima, mais conhecido como Fabinho Cabilera est� sendo organizada para o domingo (12/09). O jovem de 36 anos faleceu no dia 13 de agosto depois de ficar 22 dias internado no hospital Jo�o XXIII sem identifica��o. A morte do jovem ainda n�o foi esclarecida, o que angustia a fam�lia.

 

Segundo familiares e amigos, Fabinho saiu para trabalhar normalmente, na escola Oleg�rio Maciel, pela manh� do dia 22 de julho. Ao fim do expediente se despediu dos colegas com “at� amanh�”  e n�o foi mais visto. Depois de duas semanas de buscas, a fam�lia encontrou F�bio j� em estado grave no hospital. Ele morreu em decorr�ncia de um quadro de insufici�ncia renal e trauma contuso.

Segundo as informa��es do hospital e do IML, o jovem sofreu uma queda de uma passarela sobre um motociclista. Entretanto, n�o h� informa��es sobre o local da queda nem registro de testemunhas ou de quem seria o motociclista.

 

Fabinho, pelo risco de abordagens policiais que muitos jovens negros sofrem por serem tratados como suspeitos pela cor da pele, fazia quest�o de levar consigo os documentos. No entanto, quando foi encontrado estava sem documentos. Ele deu entrada no hospital como desconhecido, o que fez com que a fam�lia demorasse a encontr�-lo.

 

Fabinho era engajado no movimento cultural de BH. Formado pelo Plug Minas, dan�ava, fazia apresenta��es nas casas noturnas e tamb�m trabalhava como barman na casa de forr� Ziriguidum, no Maleta e Paco Pigale. No Carnaval, participava do Bloco Angola Janga. Descrito como muito animado e gentil, n�o apresentava tra�os depressivos ou suicidas, o que leva a causa da queda a ser um mist�rio. 

Fernanda de Lima e Jamile Brasil, irm� e amiga de Fabinho respectivamente, est�o organizando a homenagem no dia 12 de setembro que tamb�m ter� o car�ter de protesto, com a divulga��o feita nas redes sociais acompanhada da hashtag queremos respostas . Fam�lia e amigos entraram em contato com advogados e aguardam o relat�rio do SAMU para conseguir mais informa��es e descobrir o que de fato aconteceu.

“� um misto de tudo, angustia por n�o saber o que aconteceu, tristeza porque n�o vou ter meu irm�o mais, a gente n�o tem mais o F�bio e agonia. Agonia porque n�o a gente n�o sabe o que aconteceu. Amanh� pode ser eu, pode ser minha filha, pode ser outro irm�o, pode ser um amigo... porque a gente n�o sabe. A gente precisa dessa resposta pra ficar mais tranquilo n�?”, desabafa Fernanda.

Segundo a edi��o de 2021 do Atlas da Viol�ncia,  divulgada em agosto deste ano, no ano entre 2018 e 2019 houve um aumento de 35% das mortes violentas por causa indeterminada.

“De acordo com a pesquisa, a categoria estat�stica mortes violentas por causa indeterminada � utilizada para os casos em que n�o � poss�vel estabelecer a causa b�sica do �bito, ou a motiva��o que o gerou, como sendo resultante de les�o autoprovocada (suic�dio), de acidente como nos de tr�nsito ou de homic�dios.”

Ainda segundo o atlas, no ano de 2019 a taxa de viol�ncia letal contra pessoas negras foi 162% maior que entre n�o negras e a o que significa que a chance de um negro ser assassinado � 2,6 vezes superior �quela de uma pessoa n�o negra.

 

*estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz