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Estado de Minas TURISMO

S�o Bartolomeu: por que Minas pode ter uma das melhores vilas tur�sticas

O que credencia distrito a disputar reconhecimento da ONU: na lista, doces de fazer salivar, hospitalidade, patrim�nio raro e natureza exuberante


19/09/2021 07:50 - atualizado 19/09/2021 11:01

Igrejas seculares e casario do período colonial estão entre os atrativos que tornam o lugar inconfundível
Igrejas seculares e casario do per�odo colonial est�o entre os atrativos que tornam o lugar inconfund�vel (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Ouro Preto - As �guas do Rio das Velhas, por aquelas bandas ainda transparentes, espelham o orgulho dos moradores, refletem belezas naturais e conduzem a outros tempos. Nas margens, h� trilhas e praias que levam o visitante a mergulhar nas profundezas do distrito de S�o Bartolomeu, um dos primeiros de Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas. Famosa pelos doces artesanais, reconhecidos como patrim�nio imaterial do munic�pio, e com delicado patrim�nio cultural e ambiental, a localidade � daquele tipo mineiro – “f�cil de chegar, dif�cil de sair”. Fica sempre o gosto de deixar para tr�s uma pequena por��o do para�so.

Nesses dias, com alegria e boa dose de aten��o quanto ao futuro, os 730 habitantes desse recanto vivem a expectativa de o distrito se tornar uma das “Melhores Vilas Tur�sticas do Mundo”, por escolha da Organiza��o Mundial do Turismo (OMT), ag�ncia especializada da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). Nascido no fim do s�culo 17, tendo como destaque a matriz (do in�cio do 18) dedicada ao padroeiro e o casario antigo, S�o Bartolomeu fica a 18 quil�metros da sede do munic�pio e a 85 de Belo Horizonte. No caminho, o viajante, com certeza, vai desamarrando os cord�es do estresse, separando o barulho urbano do canto dos p�ssaros, entrando no clima que faz bem � sa�de e ao esp�rito.
Ver galeria . 20 Fotos São Bartolomeu: uma das melhores vilas turísticas de MinasJuarez Rodrigues/EM/D.A Press
S�o Bartolomeu: uma das melhores vilas tur�sticas de Minas (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press )

Os motivos para concorrer ao selo da OMT, com resultado esperado para o m�s que vem, s�o v�rios, a come�ar pela hospitalidade e pelo “jeito bom do pessoal do lugar”, como se diz bem � mineira. Guiada por Marco Aur�lio Junqueira Mota, o Chumbinho, ambientalista apaixonado pela regi�o e atuante no ecoturismo, a equipe do Estado de Minas viu de perto alguns tesouros desconhecidos de brasileiros e estrangeiros e outros largamente admirados. “Esse patrim�nio se mant�m com suas caracter�sticas originais, e a� est� o diferencial”, ressalta o presidente da Associa��o Comunit�ria de Desenvolvimento Social de S�o Bartolomeu, S�rgio Murilo de Oliveira.

Marco Aurélio Junqueira Mota, o Chumbinho, é um ambientalista apaixonado pela região e atuante no ecoturismo
Marco Aur�lio Junqueira Mota, o Chumbinho, � um ambientalista apaixonado pela regi�o e atuante no ecoturismo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Na manh� escaldante de uma quarta-feira, o passeio come�ou na Cachoeira S�o Bartolomeu ou Norata. Apenas cinco quil�metros separam o Centro do distrito da queda d’�gua de 47 metros de altura. Em dias de calor intenso, a sensa��o t�rmica vai diminuindo e a temperatura se torna bem agrad�vel ao redor do po�o cristalino rodeado de vegeta��o exuberante e perto da gruta de pedras constru�da em 1993 para homenagear o santo protetor. Vale a dica de levar garrafa de �gua, talvez um sandu�che ou fruta, lembrando de n�o deixar, claro, qualquer marca na natureza.

No trecho de terra, h� uma profus�o de samambaia�us, quaresmeiras, cip�s, jacarand�s, emba�bas, ip�s e outras �rvores da mata atl�ntica. “Temos 43 cachoeiras no distrito, com 20 abertas � visita��o”, conta Chumbinho. Al�m da caminhada, o visitante pode curtir as trilhas de bicicleta e a cavalo, a fim de descobrir as travessias entre S�o Bartolomeu, Glaura e Ant�nio Pereira. No entorno, como se abra�asse a comunidade, est� a Floresta Estadual Uaimi�, unidade de conserva��o administrada pelo Instituto Estadual de Florestas.

RIO DE SURPRESAS 

Quem j� se acostumou com as �guas sempre polu�das, barrentas e sem vida do Rio das Velhas, quando corta a Regi�o Metropolitana de BH, vai se surpreender ao v�-lo em S�o Bartolomeu. L�, o afluente do Rio S�o Francisco esbanja for�a juvenil, oferecendo-se, em longo trecho, ao banho da crian�ada, assim como dos pais e av�s. “A meninada vai nadar quase todos os dias”, conta, sem preocupa��o e ao lado de um p� de manac� florido, Claudilene Aparecida da Silva, m�e de Henrique, de 8 e Alice, e 7. No passeio, Chumbinho vai mostrando as praias alcan�adas sem pressa, a cerca de 800 metros do centro.

Se a vontade n�o for de entrar na �gua, o turista pode ficar na contempla��o, debaixo de uma �rvore. Movidos pela beleza da paisagem, casais at� esquecem as selfies para aproveitar melhor o tempo e o espa�o.

Primeiro distrito por onde o Rio das Velhas passa depois das nascentes na Cachoeira das Andorinhas, na sede de Ouro Preto, e depois da comunidade de Catarina Mendes, S�o Bartolomeu disp�e, desde a d�cada de 1990, de uma Esta��o de Tratamento de Esgoto (ETE) para garantir a manuten��o da limpeza das �guas.

VIAGEM NO TEMPO 

Sabe aquela hist�ria de que um lugar parece parado no tempo? Os moradores de S�o Bartolomeu aceitam o coment�rio de bom grado, pois sabem que a compara��o significa preservar tradi��es, manter as caracter�sticas originais, permitir a conviv�ncia das fam�lias com seguran�a e afastar problemas urbanos de dif�cil solu��o. Sustentabilidade ao p� da letra, de forma volunt�ria.

Delícias na venda de Vicente Quirino Fortes
Del�cias na venda de Vicente Quirino Fortes (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Na janela de casa, perto da igreja, a vi�va Eliana Souza de Menezes Assun��o recebe o abra�o do filho Leonardo Assun��o e declara seu amor ao lugar onde mora h� 40 anos. “No in�cio, at� chorava por ser t�o parado. Hoje, n�o troco por lugar algum”, diz a senhora, que adora bordar e cuidar da fam�lia. Para Leonardo, novidades s�o bem-vindas, desde que acompanhadas de seguran�a p�blica, preserva��o do patrim�nio e responsabilidade.

Tombada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) desde 1960 e interditada desde fevereiro de 2019 por oferecer riscos � seguran�a, a Matriz S�o Bartolomeu n�o s� representa um espa�o sagrado para os moradores como �  atrativo tur�stico e local de reuni�es da comunidade de maioria cat�lica. Um dos s�mbolos importantes est� no sino de madeira, que, conforme a tradi��o oral, teria, nos prim�rdios, um badalo de prata. No campan�rio, de onde se tem linda vista, uma placa indica que o sino de madeira foi restaurado em 1997, pela Funda��o Gorceix.

O giro por S�o Bartolomeu permite encontrar um grupo de moradores conversando no in�cio da tarde, admirar os orat�rios dedicados aos santos no alto das casas, se deliciar com os doces da venda de Vicente Quirino Fortes, de 86 anos, principalmente o “tijolo” de goiabada casc�o, visitar o alto da Igreja das Merc�s, do s�culo 18 e, claro, degustar queijos, mel e pinga da boa. Bom de papo, “seu” Vicente sempre tem tempo para contar “causos” e celebrar a vida.

HORA DO ALMO�O 

Incansável no tacho, Pia Chaves Guerra se dedica ao produto típico do lugar, um dos atrativos também na venda de Vicente Quirino. Cachoeiras são outra marca, como destaca Marco Aurélio Mota, o
Incans�vel no tacho, Pia Chaves Guerra se dedica ao produto t�pico do lugar, um dos atrativos tamb�m na venda de Vicente Quirino. Cachoeiras s�o outra marca, como destaca Marco Aur�lio Mota, o "Chumbinho" (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Durante a semana, a hora do almo�o se torna um problema para o visitante: os restaurantes abrem apenas aos s�bados e domingos. A alternativa pode ser marcar com anteced�ncia com Chumbinho para providenciar a refei��o.

No dia da visita da equipe do EM, quem “salvou a p�tria” foi a presidente da Associa��o dos Doceiros e Agricultores Familiares de S�o Bartolomeu, Pia M�rcia Chaves Carvalho Guerra, � frente dos Doces Vov� Pia. Chegada da escola onde leciona, ela correu para o fog�o, fez um mexid�o caprichado, buscou verduras na horta para a salada e fritou ovos rec�m-colhidos. De sobremesa, goiabada feita no tacho e queijo-minas. Enquanto isso, Chumbinho, que “� de casa” providenciou o refresco com lim�es do quintal.

Entre uma garfada e outra, Pia conta que a produ��o local de doces tem registro de pelo menos dois s�culos. H� relatos de viajantes, no in�cio do s�culo 19, sobre os costumes alimentares na antiga Vila Rica, atual Ouro Preto, e arredores. Ao passar por Cachoeira do Campo, o austr�aco John Pohl escreveu que recebera, de um “bom velho, uma caixa de doces do arraial vizinho de S�o Bartolomeu”.

Com o selo garantido pela conquista, do t�tulo de Patrim�nio Imaterial de Ouro Preto, em 2008, as del�cias artesanais feitas com goiaba, jabuticaba, p�ssego, figo, lim�o, cidra, laranja, mexerica, entre outras frutas, fazem a festa � mesa. J� s�o um convite � visita��o. Mas h� muito mais.

DEZ MOTIVOS PARA VISITAR

1 ) Experimentar os doces artesanais de frutas da regi�o, especialmente a goiabada casc�o

2) Andar pelas ruas contemplando o casario e muros em ru�nas cobertos de buganv�lias

3) Admirar a fachada da Matriz de S�o Bartolomeu, com o sino de madeira, tombada pelo Iphan em 1960, mas interditada desde fevereiro de 2019

4) Provar do queijo, do mel e da cacha�a dos produtores locais

5) Sentar no adro da matriz e depois puxar conversa com os moradores. A hospitalidade merece aplausos

6) Percorrer as trilhas a p�, de bicicleta ou a cavalo

7) Conhecer as cachoeiras, a exemplo da S�o Bartolomeu ou Norata, a 5 quil�metros do Centro

8) Tomar um banho de rio... no caso, o Rio das Velhas, que nasce na Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto

9) Conhecer o alto da Igreja das Merc�s, de onde se tem uma bela vista do distrito. �timo lugar para fotos

10) Admirar os orat�rios de madeira que ficam no alto de algumas casas da Rua do Carmo

Servi�o
Receptivo S�o Bartolomeu - Turismo Ecol�gico(31) 99890-2890 e 99945-3294


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