
A situa��o � consequ�ncia de uma massa de ar quente e seco que atua em Minas Gerais nos �ltimos dias. Focos de inc�ndio registrados em grande parte do estado, que experimenta a maior temporada de queimadas em dez anos, ajudam a piorar a situa��o.
A capital e cidades da regi�o acordaram neste domingo cobertas por uma camada espessa de fuma�a e polui��o. Um desconforto que virou o assunto do momento em BH, at� mesmo tirando um pouco o foco das turbul�ncias da pandemia. Nas ruas, por onde se olha, tem gente tentando um refresco do sol escaldante.


Natural de Belo Horizonte, Celso lembra de ocasi�es em que vivenciou o calor�o na cidade. Mas, como agora, ele garante que nunca viu antes. Para ele, a principal causa do problema s�o as queimadas e o ac�mulo de polui��o. "Muito o que vem do aumento da popula��o em si. Cada vez mais o homem retira a terra para colocar asfalto."
O funcion�rio p�blico Luiz Fernando de Carvalho, de 50 anos, � paulista e filho de mineiros e vem a Belo Horizonte desde os 15. Ele conta que adora a cidade, que considera "o para�so das artes e da gastronomia", em suas palavras. Quando vem � capital, tem sempre a companhia da esposa, a professora de bal� Marisol Carvalho, de 60 anos. A frequ�ncia de tr�s vezes ao ano na viagem para c� mudou com a pandemia. Estiveram em BH pela �ltima vez em setembro de 2019, para um festival de dan�a em Nova Lima, e s� retornaram agora. Neste domingo, tamb�m foram � Feira Hippie.
"J� estive em BH em dias de muito calor. Desta vez, o que piorou, al�m da secura, � esta fuligem no ar. E, sinceramente, � muito dif�cil caminhar com a m�scara e respirar bem com esse sol. Ao mesmo tempo, evita inalar essa fuligem. O que podemos fazer � hidratar e tentar n�o ficar t�o exposto ao sol", pontua.

A massoterapeuta Luiza Patr�cio de Alencar, de 59 anos, enfrenta o calor bebendo muita �gua durante o dia, e na rua a sombrinha � a companheira fiel. Passando pelo Bairro Renascen�a, na Regi�o Nordeste de BH, ela conta que o sol n�o est� nem mais fraco, nem mais forte. "Na verdade, � a camada de prote��o na atmosfera que diminuiu. Com as queimadas, com a polui��o lan�ada no ar. Uma consequ�ncia da atitude do ser humano de sempre deixar para depois. Tudo o que est� acontecendo � agora", observa.
Luiza lembra que o desmatamento da Amaz�nia, por exemplo, � um assunto com o qual ela se depara desde a inf�ncia e ver a natureza pedindo socorro � um motivo de tristeza. "Os animais est�o morrendo, o planeta est� em uma UTI, agonizando. N�o aguenta tanto descarte, tanto lixo. Tudo pela gan�ncia, pelo dinheiro. Belo Horizonte costumava ter um ver�o agrad�vel, mas as esta��es do ano tamb�m mudaram. O calor est� esturricante", diz.

Umidade em estado de aten��o
De acordo com a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), entre 20% e 30% de umidade relativa do ar � estado de aten��o; abaixo de 20% � estado de alerta. O n�vel ideal de umidade do ar para o organismo humano gira entre 40% e 70%. A t�tulo de compara��o, cidades no deserto africano do Saara comumente registram umidade entre 14% e 20% e, em S�o Pedro do Atacama, no Chile, isso tamb�m � recorrente - na regi�o, nesta sexta-feira (17/9), o �ndice foi de 8%.
Geralmente, idosos e crian�as s�o as pessoas que mais sentem os efeitos negativos da secura do clima, sendo os principais reflexos na sa�de o agravamento de doen�as respirat�rias, para a popula��o em geral. Para evitar complica��es com o tempo seco, a Defesa Civil recomenda: hidrata��o durante o dia; dar prefer�ncia a alimentos leves e frescos, como saladas, frutas, carnes grelhadas; evitar frituras; dormir em local arejado e umedecido por aparelhos umidificadores, ou colocar uma bacia com �gua no c�modo; evitar atividades f�sicas ao ar livre e exposi��o ao sol entre 10h e 17h; evitar banhos com �gua quente, para n�o potencializar o ressecamento da pele (se necess�rio, usar hidratante); e procurar um especialista no caso de problemas respirat�rios mais graves.
