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Estado de Minas FOGO SEM CONTROLE

Setembro j� concentra um quarto das ocorr�ncias de inc�ndio de 2021

Minas enfrenta uma temporada hist�rica de inc�ndios florestais. Setembro j� � o que registra mais focos ativos em uma d�cada. Chuva � esperan�a


23/09/2021 06:00 - atualizado 23/09/2021 07:56

No dia 17, bombeiros combatiam incêndio em uma área da Serra do Curral, na Região Centro-Sul de BH, perto da Rua Patagônia
No dia 17, bombeiros combatiam inc�ndio em uma �rea da Serra do Curral, na Regi�o Centro-Sul de BH, perto da Rua Patag�nia (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)

O fato de Minas Gerais arder em chamas em setembro, historicamente, j� � conhecido pela popula��o e pelas autoridades. O problema � que, neste ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) computa o m�s com mais focos ativos no estado desde 2011: 4.919. Em m�dia, o Inpe registra um foco ativo em Minas a cada seis minutos neste m�s. Como ele ainda n�o terminou, portanto, pode ser superado o total contabilizado em 2011 (5.930), ou at� mesmo o recorde de 7.489, registrado em 2003.

Para efeito de compara��o, a m�dia hist�rica de setembro, iniciada em 1998, � de 3.301 focos ativos. Em resumo, agora est� 49% acima desse n�vel, de acordo com o instituto. Esses dados s�o apurados via sat�lite. O Corpo de Bombeiros usa uma metodologia diferente. A contabiliza��o ocorre por meio do sistema do n�mero de ocorr�ncias. A corpora��o tamb�m computa uma alta hist�rica.



“Nos nossos atendimentos, a gente j� atingiu, s� at� setembro, o que a gente atendeu no ano passado inteiro, que j� foi o patamar recorde dos �ltimos 10 anos. A m�dia hist�rica fica em torno dos 16 mil chamados via 193. Neste ano, at� setembro, s�o cerca de 20 mil. S� neste m�s, concentramos um quarto das ocorr�ncias de 2021”, afirma o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).
 
Como sempre, grande parte desses epis�dios est� ligada � a��o humana. Segundo os bombeiros, a maior parcela dos inc�ndios de setembro se deu em per�metros urbanos, sobretudo na Grande BH. Outra situa��o comum, segundo Pedro Aihara, � na zona rural, onde agricultores colocam fogo em vegeta��o na tentativa de realizar a limpeza de determinadas �reas. A situa��o muitas vezes sai do controle.

De acordo com Aihara, a condi��o cr�tica j� era esperada pela corpora��o no in�cio do ano. Por volta de fevereiro, os bombeiros projetavam per�odo de estiagem maior. Para isso, o CBMMG tentou se antecipar para evitar trag�dias. “Desde o in�cio de fevereiro, a gente est� com a Opera��o Alerta Verde. O objetivo � mapear quais s�o os pontos mais cr�ticos no estado, e o desenvolvimento de a��es preventivas. Nos parques estaduais, por exemplo, fizemos aceiros, treinamento de brigadas e qualifica��o dos �rg�os parceiros", detalha o tenente.

"Existe uma previs�o de chuvas, embora seja uma previs�o t�mida. Muito longe de resolver o problema. Mas, chovendo, pelo menos a gente consegue ter uma umidade maior. Uma vegeta��o um pouco menos seca"

Tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG)



Al�m disso, segundo ele, houve um trabalho dos bombeiros junto �s prefeituras. "A ideia era monitorar aqueles lotes que n�o est�o em condi��es adequadas de manuten��o. Manter os lotes capinados � uma obriga��o dos propriet�rios, conforme o C�digo de Posturas. Ent�o, fazemos um monitoramento de perto de todas as grandes ocorr�ncias”, diz o militar.

Esperan�a


Com a chegada da primavera ontem, as chuvas devem finalmente cair em Minas Gerais em breve. Com elas, a umidade relativa do ar sobe um pouco e diminui a seca, o que torna a vegeta��o ligeiramente menos vulner�vel. Ainda assim, a pluviosidade deve ficar aqu�m do esperado nessas primeiras semanas do per�odo chuvoso. “Existe uma previs�o de chuvas, embora seja uma previs�o t�mida. Muito longe de resolver o problema. Mas, chovendo, pelo menos a gente consegue ter uma umidade maior. Uma vegeta��o um pouco menos seca”, avalia o militar.



M�dia acima de 57% nas �reas florestais


Na terça-feira, as labaredas ameaçaram residências no Jardim Taquaril, Zona Leste da cidade
Na ter�a-feira, as labaredas amea�aram resid�ncias no Jardim Taquaril, Zona Leste da cidade (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Respons�vel pelo combate de inc�ndios em unidades de conserva��o, o Instituto Estadual de Florestas (IEF), ligado � Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), tamb�m contabiliza alto n�mero de ocorr�ncias neste ano. A m�dia hist�rica entre 2013 e 2020 � de 428 registros. Em 2021, at� a segunda-feira, foram 674 – uma diferen�a 57,4% superior.

Quanto � �rea atingida, os dados tamb�m assustam. A m�dia hist�rica � de 8.793,59 hectares (ha) – 24ha por dia – consumidos nas partes internas das unidades de conserva��o. At� 15 de setembro, 2021 indica 6.330,62ha queimados (24,6ha/dia). Na mesma toada, no entorno dessas reservas florestais, a �rea destru�da pelo fogo neste ano j� superou a mediana: 8.242,4 hectares, contra 6.937,15ha.

No balan�o m�s a m�s deste ano, setembro registra o recorde de ocorr�ncias: 199 at� o dia 20. Em �rea queimada, no entanto, julho tem a triste lideran�a: 5.445,32ha de reservas florestais que desapareceram queimados. 

De pequenos registros a mata devorada


Dia 9, as chamas tomaram parte do Parque Estadual Serra Verde, na Região Norte de Belo Horizonte
Dia 9, as chamas tomaram parte do Parque Estadual Serra Verde, na Regi�o Norte de Belo Horizonte (foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)
Num dos tantos epis�dios mais recentes, na ter�a-feira, os bombeiros combateram um inc�ndio no Bairro Cidade Jardim Taquaril, no Leste de Belo Horizonte. As chamas persistiram at� por volta das 20h10. At� mesmo um helic�ptero foi deslocado ao local. O fogo ficou concentrado na Avenida Country Clube de Belo Horizonte, nas proximidades dos bairros Castanheiras e Pirineus. As chamas se alastraram rapidamente pela vegeta��o e chegaram perto de quatro casas.

Cinco viaturas foram enviadas ao local. Moradores tiveram de deixar suas resid�ncias para evitar o risco de queimaduras. Como em outras situa��es, a corpora��o ficou em alerta para o risco de uma poss�vel reativa��o dos focos.

Tamb�m houve registro de ocorr�ncias em outras regi�es de Minas Gerais. No Parque Estadual Pico do Itamb�, entre as cidades de Serro e Santo Ant�nio do Itamb�, na parte Central do estado, um inc�ndio persiste h� tr�s dias. Bombeiros e brigadistas estavam ainda ontem no local.

No Km 233 da BR-462, em Santa Juliana, no Alto Parana�ba, os bombeiros de Arax� apagaram um inc�ndio que consumiu cerca de 300 hectares de vegeta��o. O combate durou cerca de 3h30min e somou esfor�os de funcion�rios de uma fazenda, al�m do apoio de uma aeronave agr�cola.

J� em Manhua�u, na Zona da Mata, os militares apagaram diversos focos isolados durante toda a madrugada de ontem. Nenhuma casa foi danificada, mas os moradores foram orientados a acionar os bombeiros em caso de novos inc�ndios.


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