Proximidade do per�odo mais chuvoso em Minas refor�a medidas de precau��o

Outubro chegou e abre a temporada de chuvas em Minas Gerais, que come�a pra valer na segunda quinzena. Ainda em per�odo de transi��o de esta��o, o ch�o j� molhou e deixou muita gente preocupada com os temporais. Em Belo Horizonte, o volume de chuva nos 13 dias deste m�s j� chegou a 100,7 mil�metros (mm), de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A m�dia climatol�gica � de 104,7mm, ou seja, j� choveu 96,2% do esperado para o m�s de outubro. A cidade inclusive chegou a ter alerta de risco geol�gico feito pela Defesa Civil. Mas o que esperar para o per�odo chuvoso que vai at� mar�o? Antes de qualquer resposta, a regra de ouro: melhor prevenir do que remediar, e as atitudes antes e durante as precipita��es podem fazer a diferen�a (confira quadro).

“A gente n�o consegue prever como vai ser at� mar�o, mas j� conseguimos ter uma ideia de como ser�o esses tr�s primeiros meses (outubro, novembro e dezembro) da temporada”, diz Anete Fernandes, meteorologista do Inmet. “Ainda n�o podemos falar que a esta��o chuvosa come�ou, porque a primeira quinzena de outubro � considerada a transi��o. Tivemos as primeiras pancadas, mas precisamos da chuva mais recorrente, mais frequente, que deve come�ar agora no in�cio de novembro”, acrescentou.

O Inmet estabelece tr�s crit�rios de previs�o para o per�odo. A tend�ncia � que este �ltimo trimestre do ano tenha chuvas de normal a abaixo da m�dia no Sul de Minas, normal a acima da m�dia no Norte do estado e dentro da normalidade no restante do mapa. “Nossa an�lise � qualitativa, n�o quantitativa. Ent�o, n�o podemos afirmar qual volume de chuva vai cair em cada lugar”, afirmou Anete. Al�m disso, a previs�o meteorol�gica tamb�m pode ser atualizada � medida que o clima sofre altera��es.

“Normalmente, considerando o hist�rico das chuvas em Minas Gerais, o per�odo mais volumoso costuma ser entre novembro e janeiro, por conta dos sistemas que atuam”, disse a meteorologista. � o caso da Zona de Converg�ncia do Atl�ntico Sul (ZCAS), um sistema que forma uma faixa de nebulosidade que se estende desde o sul da regi�o amaz�nica at� a regi�o central do Atl�ntico Sul, respons�vel por grandes tempestades. Foi assim em janeiro do ano passado, quando BH teve o dia mais chuvoso da hist�ria da cidade (171,8 mil�metros em 24 horas do dia 24). Os temporais daquela semana deixaram a cidade alagada, derrubaram �rvores, arrastaram carros e causaram deslizamentos de terra.

Preven��o

“Durante a configura��o das ZCAS que se prolonga sobre o oceano, ocorrem dias consecutivos com chuva. Assim teremos aumento de rios e reservat�rios”, comenta Anete. “N�o d� pra falar com tanta anteced�ncia se ela vai ser desastrosa este ano. A gente precisa acompanhar os modelos. Nos �ltimos anos, houve uma uni�o de esfor�os para que as autoridades se preparem para tomadas de decis�o. Isso tem sido feito.”

Al�m da possibilidade de repetir o cen�rio triste e comum em dias de alto volume de precipita��o, existe uma rela��o direta de chuva com temperatura. “Nesta �poca, a gente tem uma quantidade maior de nuvens, que controlam a temperatura e n�o fica t�o quente. Mas uma caracter�stica que tamb�m acontece, mais em fevereiro e mar�o, � o que chamamos de veranico, que s�o dias consecutivos de calor e sem chuva.”

Belo Horizonte

As trag�dias j� vividas em Belo Horizonte no per�odo chuvoso serviram para refor�ar os cuidados com a popula��o. Em setembro, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Subsecretaria de Prote��o e Defesa Civil, recebeu reconhecimento do governo federal para suas iniciativas nesse sentido. A Defesa Civil Nacional, vinculada ao Minist�rio do Desenvolvimento Regional, reconheceu “iniciativas de sucesso” realizadas no munic�pio. Uma delas tem a ver com as a��es de bloqueio de vias; outra reconhece o projeto de mapeamento de �reas de risco de inunda��o; e a terceira a��o com vertente da temporada de chuvas � o treinamento de comportamento de seguran�a durante o per�odo chuvoso e plano de conting�ncia da prefeitura.

O subsecret�rio de Prote��o e Defesa Civil, coronel Waldir Figueiredo, esclarece que a prefeitura obedece �s recomenda��es do Marco de Sendai, principal instrumento orientador de redu��o de risco de desastres adotado por pa�ses membros da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). “A Defesa Civil de Belo Horizonte se tornou uma refer�ncia no Brasil. O reconhecimento das boas pr�ticas colabora ainda mais para a promo��o de uma cultura de preven��o, percep��o do risco e ado��o de medidas de prote��o por parte da popula��o”.

Na segunda-feira,  o Estado de Minas mostrou que a cidade conta com mais de 60 pontos principais de alagamentos . A prefeitura j� concluiu oito grandes interven��es para conter inunda��es e ainda tem pelo menos nove obras para evitar grandes estragos. A maior parte desses pontos se encontram nos extremos do mapa: Barreiro e Venda Nova. Em um dos grandes corredores de BH, a Avenida Tereza Cristina, a expectativa de controle das inunda��es est� ligada a obras do governo do estado no C�rrego Ferrugem – na capital e na vizinha Contagem, ainda sob embargos judiciais relativos � desapropria��o de im�veis na �rea.

Como evitar perigos durante a chuva

Afaste o risco geol�gico