
A Opera��o Brumadinho est� pr�xima de completar 1 mil dias e recebe nova estrat�gia para encontrar oito joias – como s�o chamadas as v�timas do rompimento da Barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o. O novo m�todo que promete adiantar os trabalhos deve ser detalhado pela corpora��o na quinta-feira (21/10). O Estado de Minas esteve nesta segunda-feira (18/10) na zona quente de buscas e conferiu como funciona o novo processo.
Desde 25 de janeiro de 2019 , quando houve o desastre, os bombeiros mantiveram o trabalho extenuante e j� encontraram 262 v�timas . Sete fases j� foram conclu�das. A �ltima delas foi uma das mais longas e, nesse intervalo, a opera��o teve que ser interrompida parcialmente em fun��o da pandemia de COVID-19.
Essa �ltima fase implementada , a oitava, consiste na utiliza��o de cinco esta��es de busca na �rea onde funcionava o Terminal de Carga Ferrovi�rio (TCF) da mineradora. Essas esta��es abrigam um maquin�rio capaz de melhorar a observa��o do rejeito revirado pois j� � utilizada para "peneirar" o min�rio e foi adaptada especificamente para a Opera��o Brumadinho .
"A gente est� na oitava estrat�gia. Durante esses 1 mil dias foi uma fase de amadurecimento para a opera��o como um todo e tamb�m para a institui��o em rela��o a funcionamento do rejeito, de intelig�ncia operacional, de como as estrat�gias funcionam", observa o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros.
LEIA TAMB�M: Brumadinho 2 anos: veja como est�o os marcos da trag�dia
Esse novo m�todo � baseado na segrega��o granulom�trica. Um maquin�rio recebe o rejeito que ainda n�o foi vistoriado e separa para vistoria de acordo com a gramatura do material. Dentro da cabine, dois bombeiros observam atentos tudo que passa pela esteira e, em caso de visualizar algum objeto que possa ser segmento de corpo, o operador interrompe a m�quina, o material � recolhido e enviado para an�lise do Instituto M�dico-Legal (IML).
"� um momento em que a gente pega toda essa intelig�ncia estrat�gica. Hoje usamos as buscas tradicionais, quando os militares reviram o rejeito e analisam visualmente poss�veis segmentos, e tamb�m solu��es extremamente inovadoras, a separa��o de rejeitos em cima de tecnologias que n�o havia sido adaptada com esse fim", explica Pedro Aihara. "Essa fase � muito de perseveran�a", acrescenta.

At� o momento, h� apenas uma esta��o de buscas em funcionamento, mas a inten��o � que a segunda comece a funcionar j� no pr�ximo m�s e as outras tr�s estejam em opera��o a partir de janeiro. As esta��es funcionam 12 horas por dia e os bombeiros que observam quase sem piscar trabalham em regime de revezamento de duas horas. De acordo com os bombeiros, pelo menos oito segmentos j� foram encontrados na esta��o de buscas e enviado ao IML para an�lise.
LEIA TAMB�M: Bombeiros transformam experi�ncia em trag�dias de Minas em li��es para o mundo
Ao todo, 4 milh�es de metros c�bicos de rejeitos j� foram vistoriados. Sendo 10,5 milh�es de m³ total de lama derramada com o rompimento da barragem, ainda faltam 6,5 milh�es a serem revisados. A previs�o � que as esta��es de buscas concluam essa vistoria em cerca de 2 anos – diferentemente da estrat�gia anterior, que previa cerca de 6 anos para revirar todo o rejeito.
No entanto, isso ainda n�o quer dizer o fim da opera��o, segundo os bombeiros. "Durante a oitava estrat�gia pode ser que a gente veja outro modelo que pode ser implementado. Mas a gente continua sem prazo de t�rmino", afirmou o tenente Aihara. A expectativa � entregar de volta aos familiares oito v�timas que est�o sob a lama.
"Uma palavra que tem muito a ver � a esperan�a. Hoje temos a perseveran�a. Sabemos que as fam�lias sofrem at� hoje. Mesmo 1 mil dias depois, Brumadinho ainda � assunto muito delicado. A esperan�a � diminuir o sofrimento dessas fam�lias por meio do nosso trabalho, embora seja uma opera��o bastante desgastante", completou.
LEIA TAMB�M: Moradores de Brumadinho homenageiam bombeiros com entrega de medalha
- Total de v�timas: 270
- Desaparecidos: 8
- Dura��o: 998 dias
- Efetivo empenhado: 4.142, aproximadamente 70% do efetivo na ativa.
- Efetividade da opera��o: 97,03 %