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Estado de Minas ENTREVISTA/CORONEL ERLON

Intera��o com a comunidade marcou a Opera��o Brumadinho para os bombeiros

Chefe do Estado-Maior do Corpo de Bombeiros, coronel Erlon afirma que a proximidade com as pessoas possibilitou "uma efetividade jamais vista no mundo"


21/10/2021 17:35 - atualizado 21/10/2021 18:43

Chefe do Estado-Maior, coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho, no milésimo dia de operação
O chefe do Estado-Maior, coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho, no mil�simo dia da Opera��o Brumadinho (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)


BRUMADINHO - Os mil dias da trag�dia desencadeada com o rompimento da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, da Vale, marcam com certa tristeza a evolu��o no trabalho do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que foi for�ado a encarar novas estrat�gias de buscas ao longo deste per�odo.

Ao chegar no  mil�simo dia de Opera��o Brumadinho, o Estado de Minas conversou com o chefe do Estado-Maior, coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho. O militar lista aprendizados e transforma��es do per�odo e constata que a aproxima��o da corpora��o com os atingidos se tornou fundamental para o �xito dos trabalhos.

Confira a entrevista:

A Opera��o Brumadinho � hist�rica. Quais transforma��es ela trouxe para a tropa e para a corpora��o?

A primeira quest�o � a forma como a gente passou a encarar qualquer evento dessa magnitude. Em especial para a tropa, houve uma melhoria na capacita��o, um emprego maior daquilo que a gente treina no dia a dia e, principalmente, a descoberta e a utiliza��o de equipamentos que at� ent�o a gente n�o tinha no nosso mercado.

Coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho
Chefe do Estado-Maior, coronel Erlon Dias do Nascimento Botelho, no mil�simo dia de opera��o (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

E para o senhor, como bombeiro e chefe de estado-maior?

Com certeza � um momento em que a gente reflete muito sobre tudo aquilo que a gente vivencia e muito mais a forma como a gente pode responder � sociedade. A Opera��o Brumadinho foi marcada para n�s, bombeiros militares, com uma proximidade muito grande com a comunidade. Isso �s vezes � raro: a gente atende a ocorr�ncia e volta pro quartel. Aqui, at� hoje, 1 mil dias, a gente praticamente conhece todas as fam�lias, conhece quem est� envolvido. Essa proximidade � marcante, foi e � importante, principalmente com os resultados. Uma efetividade jamais vista, eu posso dizer, no mundo.

E enquanto ser humano?

� uma situa��o muito emotiva. A emo��o vem no seguinte sentido: que a gente pode fazer alguma coisa diferente. A gente passa a reconhecer as fragilidades, a compreender um pouco mais o sofrimento alheio e, principalmente, a dedica��o em dar uma resposta melhor. 
 

Depois de mil dias, o senhor considera que, estrategicamente, poderia ter feito algo de diferente em algum momento da opera��o?

N�o, porque eu pessoalmente acompanhei todas as estrat�gias. Tirando a primeira fase que � reativa, a partir da segunda, toda estrat�gia que a gente entrava, a gente pensava o que poderia ser feito para melhorar. Entendo que a cada estrat�gia foi um aprendizado.

H� um levantamento sobre os custos da opera��o at� aqui?

Ainda n�o. A opera��o n�o encerrou. A gente precisa levantar tudo que foi gasto em termos de maquin�rio, de opera��o. Apenas ao t�rmino a gente vai ter essa no��o. Mas foram in�meros milh�es, n�o tenha d�vida.

Bombeiros e familiares de vítimas
Bombeiros foram homenageados por familiares (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)


O que o senhor acredita que precisa ser feito para que trag�dias como a de Mariana e Brumadinho n�o ocorram mais?

Obviamente que em termos t�cnicos � muito dif�cil porque a nossa fun��o de bombeiro trabalha muito em cima das consequ�ncias. Mas, obviamente que a quest�o preventiva tem que estar em primeiro lugar. Sempre estar acompanhando. Acho que os �rg�os que participaram de Brumadinho melhoraram do ponto de vista fiscalizat�rio, do ponto de vista interno, para estar pensando em alguma coisa que possa prevenir. Seja melhorando a fiscaliza��o, as condi��es de trabalho e entender aquilo que aconteceu para n�o acontecer mais.

Ver galeria . 15 Fotos Corpo de Bombeiros e familiares de vítimas do rompimento da barragem se encontraram no milésimo dia de operação. Nova estratégia de buscas é lançada para agilizar os trabalhos e encontro de oito joias.Leandro Couri/EM/D.A. Press
Corpo de Bombeiros e familiares de v�timas do rompimento da barragem se encontraram no mil�simo dia de opera��o. Nova estrat�gia de buscas � lan�ada para agilizar os trabalhos e encontro de oito joias. (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press )

Para entender a dimens�o da trag�dia

Em 25 de janeiro de 2019, �s 12h28, milh�es de metros c�bicos de rejeitos se rompiam na barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o, desencadeando a maior trag�dia do Brasil em termos de perdas humanas.

At� hoje, 262 v�timas foram encontradas e identificadas. Oito pessoas permanecem sendo procuradas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).

O volume de rejeito foi de aproximadamente 10,5 milh�es de metros c�bicos, o que equivale a cerca de 4,2 mil piscinas ol�mpicas (uma piscina ol�mpica padr�o tem 2.500 metros c�bicos).

Com a quantidade de rejeito, seria poss�vel fazer 4 pir�mides de Qu�ops (maior pir�mide do Egito, com volume de constru��o de 2.574.466 metros c�bicos)

Atualmente a �rea de busca envolve aproximadamente 290 hectares.


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