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Estado de Minas REFLEXOS DA PANDEMIA

H�bitos alimentares dos brasileiros mudaram durante o isolamento social

Estudo aponta que brasileiros mudaram a forma de se alimentar durante a pandemia, priorizando refei��es noturnas e menos saud�veis


25/10/2021 15:34 - atualizado 25/10/2021 15:44

Homem segura um pedaço de pizza
Com o isolamento social, o brasileiro passou a comer mais refei��es instant�neas e fast foods (imagem ilustrativa) (foto: VitalikRadko/Depositphotos)
O aumento significativo no consumo de fast food, p�es e refei��es instant�neas; a diminui��o da ingest�o de frutas e vegetais; e o crescimento das refei��es noturnas s�o algumas das mudan�as ocorridas nos h�bitos alimentares e no estilo de vida dos brasileiros a partir do isolamento social ocasionado pela pandemia da COVID-19.

A constata��o foi feita por meio de pesquisa realizada por um grupo de profissionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Universidade Federal de Vi�osa (UFV) e publicada na revista internacional Public Health Nutrition. A coleta de dados foi feita no auge da pandemia, em 2020.

O artigo intitulado “Lifestyle and eating habits before and during Covid-19 quarantine in Brazil” (traduzido como ‘Estilo de vida e h�bitos alimentares antes e durante a quarentena de Covid-19 no Brasil’) foi publicado em junho deste ano.

O estudo, que contou com a participa��o de mais de mil volunt�rios on-line, revelou tamb�m que, com exce��o do jantar e do lanche da tarde, o consumo de refei��es mudou visivelmente em compara��o com o per�odo anterior ao distanciamento social.

Os participantes da pesquisa relataram que, durante a pandemia, passaram a consumir com menor frequ�ncia o almo�o e lanches no caf� da manh�. Por outro lado, observou-se uma maior frequ�ncia de lanches noturnos e de outras refei��es.

Mudan�a no estilo de vida

Al�m disso, a pesquisa observou diferen�as significativas em aspectos do estilo de vida dos brasileiros, como o consumo de �lcool, tabagismo, tempo de sono, tempo de tela (per�odo de utiliza��o de dispositivos de tecnologia digital) e a realiza��o de atividades f�sicas. 

Os resultados mostraram um aumento na frequ�ncia de consumo de bebidas alco�licas (com certa redu��o na dose), um certo aumento na frequ�ncia de tabagismo, um aumento de horas no per�odo de sono e no tempo de tela e uma vis�vel redu��o na pr�tica semanal de atividades f�sicas em termos de frequ�ncia e minutos.

De acordo com o estudo, o aumento da frequ�ncia do consumo de �lcool, por exemplo, pode estar associado a uma tentativa das pessoas de combater o estresse, o t�dio e at� mesmo poss�veis emo��es negativas decorrentes do isolamento. 

J� o aumento do tempo de tela (que inclui computadores, televis�es, tablets e celulares) pode ser justificado pelo fato de que mais da metade dos entrevistados relataram que, durante a pandemia, seu tempo de trabalho aumentou. Al�m disso, muitos dos participantes est�o estudando ou trabalhando remotamente em per�odo integral ou parcial. 

Sobre a redu��o na pr�tica de atividades f�sicas, percebe-se que essa � uma mudan�a ocasionada pela dificuldade de praticar exerc�cios, j� que, com as medidas de seguran�a, academias, parques e centros de treinamento e de recrea��o foram diversas vezes fechados. A falta de equipamentos necess�rios e de orienta��o profissional tamb�m dificultam a pr�tica de atividades f�sicas em casa.

Menos refei��es diurnas

Com a an�lise dos resultados, a equipe respons�vel pelo estudo conseguiu observar como as medidas de isolamento adotadas no Brasil provocaram diversas mudan�as no cotidiano das pessoas.

De acordo com Marina Martins Daniel, uma das respons�veis pela pesquisa, observar a redu��o no desempenho das refei��es diurnas e o aumento no desempenho das refei��es noturnas, dentre essas tantas outras mudan�as, evidencia a necessidade de estudos que investiguem as repercuss�es da pandemia em diversos aspectos. 

“O distanciamento f�sico e social � uma medida de seguran�a altamente recomendada pelas autoridades de sa�de. Por�m, pesquisas realizadas com popula��es de outros pa�ses j� v�m mostrando como essa medida pode acabar afetando a vida e os h�bitos das pessoas. Para n�s, brasileiros, n�o foi e nem poderia ser diferente”, diz a pesquisadora. 

Marina tamb�m comenta que diversos fatores podem justificar as altera��es nos h�bitos alimentares dos brasileiros, que, mesmo estando em casa, passaram a consumir alimentos menos saud�veis. 

“Durante a pandemia, muitas pessoas provavelmente passaram a procurar por alimentos mais reconfortantes. Quando essa pesquisa foi realizada, est�vamos no auge da pandemia e quase tudo estava sob lockdown. Muitos estudos j� mostraram que ficar em casa pode desencadear ou agravar quadros ou epis�dios de ansiedade e depress�o nas pessoas, o que pode contribuir para essa altera��o no comportamento alimentar, j� que as pessoas podem passar a consumir alimentos que s�o ricos em a��cares e gorduras e que remetem a uma sensa��o de conforto”, pontua Marina.

Maior participa��o de mulheres na pesquisa

O estudo foi realizado remotamente, com volunt�rios brasileiros maiores de 18 anos, entre os meses de agosto e setembro de 2020, aproximadamente cinco meses ap�s a implementa��o da quarentena no Brasil. 

Um total de 1.496 participantes responderam ao question�rio, mas, ap�s a valida��o dos dados, 1.368 respondentes foram inclu�dos no estudo. A participa��o foi principalmente de mulheres (80%), havendo volunt�rios de diferentes regi�es do pa�s. A maioria dos respondentes, no entanto, reside na Regi�o Sudeste.
 

A equipe de pesquisa

Pesquisadoras de quatro universidades participaram do levantamento e an�lise dos dados: a doutoranda do Programa de P�s-Gradua��o em Ci�ncia de Alimentos da Faculdade de Farm�cia da UFMG, Tamires C�ssia de Melo Souza e a professora adjunta do Departamento de Alimentos da Faculdade de Farm�cia da UFMG, Lucilene Rezende Anast�cio. 

Da Universidade Federal de Lavras (UFLA), est� a mestranda do Programa de P�s-Gradua��o em Nutri��o em Sa�de da Faculdade de Ci�ncias da Sa�de Marina Martins Daniel e a professora adjunta L�via Garcia Ferreira.

Da Universidade Federal de Vi�osa (UFV), participaram a mestranda do Programa de P�s-Gradua��o em Ci�ncia da Nutri��o do Departamento de Nutri��o e Sa�de L�vya Alves Oliveira e a professora adjunta do Departamento de Nutri��o e Sa�de Ceres Mattos Della Lucia.

A professora adjunta Juliana Costa Liboredo, do Departamento de Alimentos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), tamb�m fez parte da equipe.


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