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Estado de Minas NA BRONCA

Setor de eventos se queixa de abandono: 'BH s� d� ouvidos ao futebol'

Produtores apontam despropor��o entre crit�rios de libera��o de jogos e eventos sociais; classe tamb�m reclama de falta de incentivos e subs�dios


28/10/2021 18:00 - atualizado 28/10/2021 23:22

O sambista Paulinho da Viola e dois instrumentistas se apresentam no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.
Shows realizados em teatros com assentos individuais como o Pal�cio das Artes s�o limitados a 70% da capacidade m�xima do local (foto: Alexandre Guzanshe)
Uma semana ap�s a Prefeitura de Belo Horizonte ampliar o limite de p�blico nos jogos de futebol  – de 40% para 50% da capacidade total –, empres�rios, dirigentes e trabalhadores da �rea de eventos se queixam de falta isonomia no tratamento dado ao setores. 

Leia tamb�m Carlos Starling: 'Aglomera��es t�picas da folia, se fizermos, volta tudo'


Inoperante por quase 15 meses, a classe tamb�m reclama de falta de subs�dios e incentivos, dificuldade de di�logo com o munic�pio, bem como aus�ncia de planejamento para a retomada de eventos tradicionais, como o r�veillon e o carnaval. 

A PBH nega ter privilegiado os jogos e afirma ter concedido benef�cios ao segmento, como parcelamento de impostos e lan�amento de editais. J� o infectologista Carlos Starling, membro do Comit� Municipal de Enfrentamento � COVID-19, � enf�tico: “o que privilegiamos na pandemia foram os par�metros t�cnicos e cient�ficos”.
 

Abandono

 

Diretor da Associa��o Brasileira dos Promotores de Evento de Minas Gerais (Abrape-MG), Leonardo Ziller questiona os crit�rios estabelecidos pela PBH, sobretudo para a realiza��o de shows em estabelecimentos com cadeiras individuais. 

Para locais sem assento fixo,  a regra atual  prev� distanciamento m�nimo de 1 metro entre as mesas e entre cada ocupante, com a capacidade m�xima de 250 convidados – um a cada 4 metros quadrados.

Em estabelecimentos com assentos fixos,  como teatros , o p�blico � limitado a 70% da lota��o total, com n�mero m�ximo de 1.500 pessoas.

J� as sedes capazes de acolher mais de 6 mil clientes podem receber at� 50% do limite, sem restri��o de p�blico total, desde que todos os participantes e trabalhadores estejam testados ou vacinados. 

“Eu gostaria muito de entender qual o crit�rio para permitir 30 mil pessoas euf�ricas num est�dio uma aglomera��o com controle dific�limo, mas liberar s� 70% do p�blico num lugar como o Pal�cio das Artes, com cadeiras individuais, um ambiente certamente mais seguro e tranquilo. Parece que BH s� d� ouvidos ao futebol”, compara Ziller. 

O dirigente tamb�m cobra apoio e constru��o de um cronograma da PBH para a realiza��o de eventos como o r�veillon e o carnaval. “Na contram�o de cidades como Rio de Janeiro e S�o Paulo, BH n�o d� not�cia do r�veillon. Tamb�m n�o mencionou nada at� hoje sobre carnaval. Ali�s,  um m�dico membro do comit� municipal de enfrentamento � COVID chegou a dar uma entrevista  dizendo que ningu�m deve sair na folia, um evento que ainda vai ocorrer daqui a quatro meses. No atual est�gio da pandemia, isso se justifica? Gostaria de lembrar que o carnaval gira a economia da cidade e � fonte de renda para muita gente.  Essa � a capital mais fechada do pa�s”, argumenta o representante. 

“E ningu�m pode dizer que n�o fomos compreensivos. O setor de eventos, apesar de ser o mais prejudicado pela pandemia, sempre se posicionou a favor das medidas de controle. A cidade, em contrapartida, nos abandonou por completo”, emenda. 
 

‘A conta n�o fecha’

 

O presidente da Associa��o Mineira de Eventos e Entretenimento (Amee), Rodrigo Marques, ressalta que as regras atualmente impostas pela PBH praticamente inviabilizam a realiza��o de festas e shows na capital.

“No caso das festas, para conseguir respeitar a distribui��o de uma pessoa a cada 4 metros quadrados imposta pelo protocolo, precisamos de lugares muito grandes para a realiza��o de eventos de pequeno e m�dio porte. N�o existem tantos espa�os assim dispon�veis em BH. Quanto aos shows, a produ��o depende da venda de ingressos para fechar a planilha e lan�ar. Hoje, com os protocolos adotados em BH, ficou praticamente imposs�vel. A conta n�o fecha.  A solu��o que encontramos, por enquanto, foi transferir os eventos para cidades da Regi�o Metropolitana, como Nova Lima, Santa Luzia e Contagem", diz Marques. 

Para o presidente da Amee, ao longo da pandemia, o munic�pio ofereceu pouco suporte ao setor. “H� 20 meses, pedimos isen��o dos impostos pelo menos durante o per�odo em que ficamos parados, mas n�o conseguimos. A prefeitura alega que ofereceu parcelamento. Mas quem n�o faturou nada em mais de um ano e meio n�o tem como pagar. Outra coisa que faltou foi di�logo. N�o houve muita abertura do prefeito para se sentar conosco e conversar, para planejar a retomada. Evento n�o � como boteco que abre a qualquer momento. Todo evento demanda planejamento. A PBH poderia ter constru�do conosco uma proposta, uma solu��o”. 
 

Infectologista nega privil�gios 

 

O Estado de Minas apresentou as quest�es levantadas pela Abrape-MG e pela Amee ao infectologista Carlos Starling, membro do Comit� Municipal de Enfrentamento � COVID-19 de BH, que refutou que a cidade privilegie algum setor. 

“N�o faz sentido dizer que o futebol foi de alguma forma privilegiado. A �nica coisa que o comit� privilegiou na pandemia foram os par�metros t�cnicos e cient�ficos. Proporcionalmente, os crit�rios adotados para os est�dios s�o semelhantes aos de eventos de maior porte. Ali�s, o futebol s� foi liberado porque os eventos tamb�m foram”, observa o m�dico. 

Quanto � aus�ncia de planejamento para o carnaval, o infectologista sustenta que o atual cen�rio ainda n�o permite fazer proje��es. “As pessoas precisam compreender que o momento epidemiol�gico � favor�vel, mas ainda � incerto. Se outras capitais conseguiram uma bola de cristal para prever o que vai acontecer em fevereiro ou mar�o, n�s ainda n�o temos esse recurso”. 


O que diz a PBH

 

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte destacou que o processo de reabertura vem ocorrendo de maneira gradual, com avan�os calcados na avalia��o dos impactos das �ltimas medidas de flexibiliza��o nos indicadores epidemiol�gicos.

“Mesmo com avan�os na vacina��o, h� de se considerar o cen�rio da pandemia diante de novas variantes para a tomada de decis�o”,  diz o texto enviado ao EM .

Quanto aos incentivos oferecidos ao segmento, o Executivo municipal cita o Programa Reativa BH, al�m da morat�ria e parcelamento de IPTU e taxas relativas a 2020, concedidos aos setores que tiveram alvar� de funcionamento suspenso durante a pandemia.

Outro aux�lio ao segmento mencionado pela PBH � o programa 'Belo Horizonte 4 Esta��es', idealizado em 2018 pela Belotur. “No contexto atual, este edital auxilia na retomada gradativa e segura da cadeia produtiva de turismo e de eventos. At� o momento, foram 352 projetos aprovados e executados com verba do edital. Ao todo, foram investidos R$ 12,045 milh�es. Desses n�meros, somente durante a pandemia, 249 projetos foram aprovados, com investimentos de R$ 8,3 milh�es”, afirma a nota. 

A PBH promete, por fim, recursos espec�ficos para o Carnaval de 2022. “Em breve haver� o edital de Ver�o publicado, o que significa mais investimento para o setor, principalmente em eventos fechados de Carnaval. 75 projetos poder�o ser aprovados neste edital, num valor global de R$ 3,75 milh�es’. 


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