'Acabou a paz': moradores de condom�nio denunciam 6 meses de barulho

H� pelo menos seis meses, os moradores de um condom�nio em Juiz de Fora, na regi�o Central da cidade, travam uma batalha contra os frequentadores de uma quadra localizada em frente ao pr�dio onde eles residem. O motivo do embate � o barulho frequente em decorr�ncia dos jogos de futebol no local, entre outras atividades. A Pol�cia Militar j� foi acionada algumas vezes, mas o imbr�glio parece estar longe do fim. 

 

 

 

Conforme os relatos recebidos pela reportagem, xingamentos, comemora��es de gols e barulhos de apito s�o apenas alguns dos tipos de importuna��o que invadem os apartamentos e interferem na qualidade de vida desses residentes. Segundo eles, n�o h� paz dentro das pr�prias casas em muitos dias da semana – em especial nos s�bados e domingos. Cerca de 400 pessoas residem no referido condom�nio.

 

� reportagem, o empres�rio e propriet�rio do estabelecimento localizado na Rua Severino Meireles, no Bairro Alto dos Passos, refor�ou que trabalha dentro da legalidade e cumpre o hor�rio estabelecido no alvar� de funcionamento – que seria, no m�ximo, at� 22h ( leia mais sobre o posicionamento da empresa abaixo ).

 

No entanto, conforme a dona de casa Ana Siqueira, de 47 anos, o hor�rio n�o tem sido respeitado. “Na �ltima reuni�o que tivemos com ele [o propriet�rio da quadra], ficou acordado que as atividades ali n�o passariam das 22h, mas isso n�o est� acontecendo em alguns dias. Ap�s sa�rem da quadra, eles permanecem no bar que h� no local e, algumas vezes, acontecem brigas”, conta a moradora, acrescentando que os barulhos frequentes est�o interferindo na rotina escolar de seu filho de 12 anos.

 

“Ele tem que estar dentro da sala de aula �s 6h30. Ent�o, meu filho precisa deitar cedo, mas acaba perdendo muito sono porque, frequentemente, ele acorda assustado com o barulho no meio da noite. J� aconteceu dele e eu ficarmos acordados at� 2h. Isso atrapalha muito o rendimento escolar”, explica Ana.

 

Conforme a m�dica Bruna Costa, de 36 anos, a situa��o j� foi pior antes dos moradores iniciarem as reclama��es com o propriet�rio. “Anteriormente, com frequ�ncia, eles ficavam jogando futebol na quadra at� 23h30, com direito a muitos palavr�es, comemora��es muito barulhentas e sons de apito”, conta.

 

“Depois, eles iam para o bar que h� dentro do espa�o e ficavam ali at� 0h30 e, algumas vezes, at� de madrugada, por volta das 1h30. Tudo isso acompanhado de m�sica alta e muita gente gritando. Ao sair de l�, ainda ficavam na rua por mais algum tempo”, relembra Bruna, refor�ando que, no entanto, os hor�rios das atividades no local continuam impr�prios algumas vezes e que sua filha de 1 ano e 4 meses tamb�m est� sendo afetada.

 

“O sono dela fica completamente desregulado. Ela dorme � tarde ap�s chegar da escolinha e sempre acorda com o barulho. O problema maior � � noite, quando levo ela pra cama �s 21h. Posteriormente, ela acorda chorando e assustada”, explica.

 

Os barulhos, mesmo � tarde, tamb�m atrapalham a rotina do professor universit�rio Carlos Eduardo, de 68 anos. “�s vezes, eu preciso preparar o conte�do de uma aula, ou lecionar de forma remota, e n�o consigo me concentrar, mesmo com tudo fechado em casa”, revela o docente. “Um advogado redigiu e enviou uma interpela��o n�o judicial para o respons�vel pela quadra, mas n�o adiantou muita coisa”, acrescenta.

 

“O treinador na escolinha de futebol que tem ali grita demais. Algumas vezes, ele usa uma esp�cie de tambor no treinamento com o objetivo, suponho, de dar um ritmo para as crian�as. A� j� viu, o barulho amplifica e d� um eco aqui no pr�dio. Parece que o barulho est� dentro de casa”, finaliza Carlos.

 

 

O empres�rio Anderson Lima de S�, de 41 anos, diz que n�o h� muito o que fazer. “Esse tipo de coisa n�o tem jeito. Qualquer vizinho de quadra vai reclamar”, inicia o respons�vel pelo espa�o, contradizendo os moradores que alegam o n�o encerramento das atividades no hor�rio correto.

 

“N�s j� fizemos uma reuni�o dentro do condom�nio e eu me comprometi a respeitar o hor�rio. Os jogos, atualmente, s� acontecem at� 22h, conforme previsto no alvar�. Eles [os moradores] t�m reclamado de barulhos na rua ap�s esse hor�rio. Sou dono da quadra, mas n�o tenho responsabilidade sobre o que as pessoas fazem ap�s sa�rem dali. N�o tenho como interferir nisso. Na rua, a compet�ncia � da PM”, afirma.

 

“Eu n�o estou descumprindo o hor�rio, mas existe uma toler�ncia. �s vezes, acontece de passar um pouco: no m�ximo at� 22h05 ou 22h10”, conta Anderson, contestando, ainda, a intensidade do barulho que estaria chegando at� os moradores. “Um engenheiro fez um laudo ac�stico e me garantiu que, ao medir os decib�is nas depend�ncias no condom�nio, n�o ultrapassaria o permitido.”

 

Em rela��o ao bar, o empres�rio admite que ocorreram problemas com um funcion�rio que n�o estava respeitando os hor�rios. “Esse profissional foi desligado e coloquei outro no lugar. Nos dias que h� jogo do Vasco, as pessoas ficam l� dentro at� 23h. No entanto, elas permanecem com todas as janelas fechadas para n�o incomodar”, detalha Anderson.

 

De acordo com os protocolos estabelecidos pela Prefeitura de Juiz de Fora – dentro do programa de retomada econ�mica em virtude da pandemia de COVID-19 –, bares, restaurantes e pra�as de alimenta��o em geral est�o autorizados a funcionar at� 1h.

 

Apesar disso, Anderson diz que estuda uma forma de minimizar mais os barulhos. "Eu pensei em fechar a frente da quadra que fica em frente ao condom�nio. Fiz alguns or�amentos e o mais barato ficou em R$ 25 mil. Infelizmente, n�o disponho dessa quantia no momento", finaliza o empres�rio.