Festival da Jabuticaba: Sabar� mostra projeto e espera aval dos bombeiros

At� a manh� deste s�bado (13/11), o tradicional evento da Grande BH estava temporariamente suspenso. A prefeitura de Sabar�, que � a respons�vel por realizar o festival, informou ainda na noite passada que a programa��o confirmada poderia ser reagendada e pediu desculpas pelos transtornos. No entanto, o Estado de Minas conversou com o Executivo municipal, que tenta, junto aos bombeiros, liberar a festividade ainda no decorrer de hoje.

De acordo com a prefeitura, os eventos s�o classificados em baixo, m�dio e alto risco, dependendo da quantidade de p�blico e da estrutura montada no local. Como o Festival da Jabuticaba foi feito para receber 2 mil pessoas, a administra��o municipal entendeu que n�o precisaria de apresentar o PET. No entanto, estruturas extras para proteger expositores e visitantes da chuva foram instaladas. Com o acr�scimo de tendas, o evento passou a ser enquadrado em alto risco, o que dependeu do "sinal verde" do Corpo de Bombeiros.

Ainda segundo a prefeitura, o projeto t�cnico foi apresentado ainda na noite dessa sexta. No entanto, o trabalho para que os bombeiros avaliem os documentos n�o � simples. Isso por causa do fim de semana, per�odo em que o administrativo dos bombeiros est�o em recesso, de acordo com o Executivo de Sabar�. Portanto, ainda � incerto quando vai haver o crivo da institui��o e um poss�vel aval para a realiza��o do festival.

� reportagem, os bombeiros informaram que para a realiza��o de uma nova vistoria � necess�rio a apresenta��o do PET por parte do realizador do festival. Outra op��o seria pela caracteriza��o de risco m�nimo com a desmontagem das estruturas, solicitando, assim, o desembargo do evento. Mas esta �ltima op��o � invi�vel, segundo a prefeitura de Sabar�, para manter a qualidade do festival, sem precisar cancelar. Desta forma, a primeira alternativa foi a escolhida pela administra��o municipal.

A programa��o original do Festival de Jabuticaba - edi��o que marcaria a volta do regime presencial desde o come�o da pandemia - previa o come�o do evento nessa sexta, indo at� o dia 21, sendo realizados nos dois pr�ximos fins de semana e no feriado de Proclama��o da Rep�blica, celebrado na segunda-feira (15/11). No entanto, a Prefeitura de Sabar� disse que trabalha com outras possibilidades, caso o aval dos bombeiros n�o aconte�a nos pr�ximos dias.

Uma das hip�teses seria de transferir a programa��o do atual fim de semana para o recesso dos dias 27 e 28 de novembro, mantendo a agenda entre os dias 19 e 21. Neste caso, a prefeitura apostaria nos dias �teis para intensificar os trabalhos com os bombeiros para a avalia��o do projeto, desenhando o evento com base no parecer da institui��o.

A transfer�ncia para o �ltimo final de semana do m�s, caso n�o tenha o parecer dos bombeiros em tempo h�bil nos pr�ximos dias, seria para manter o que foi proposto entre Sabar� e os produtores que far�o exposi��es no evento. A prefeitura disse que todos entenderam o que aconteceu.

Um dos expositores � Jefferson da Concei��o Lima, de 28 anos, e que h� 10 deles se dedica ao com�rcio. Jefferson n�o escondeu a frustra��o pela interdi��o do evento, principalmente pelo fato de 2020 o Festival da Jabuticaba ter sido realizado de forma virtual. No entanto, ele est� confiante de que os bombeiros possam autorizar o funcionamento normal, minimizando os preju�zos.

"Ficamos frustrados, porque h� todo um preparativo de meses, n�o � s� de um dia. Reunimos com os produtores para buscar mercadoria, a� chega na hora do evento e somos pegos de surpresa desse jeito. Acaba tendo preju�zo", desabafou o comerciante, que vendia jabuticabas na porta do Centro Administrativo Prefeito H�lio Geraldo de Aquino, enquanto as geleias e licores estavam do lado de dentro da estrutura, sem poder ser comercializadas, uma vez que s�o perec�veis.

Assim como Jefferson, outros comerciantes expuseram jabuticabas � venda na porta do centro administrativo. Caso de Guilherme Geraldo Marciano, de 22 anos. O comerciante j� tinha montado seu stand na parte interna do festival, quando o evento foi embargado. Neste s�bado, a solu��o foi vender jabuticaba na rua para n�o perder o estoque.

"Aqui estamos pegando cliente at� no ar. Trouxe 20 caixotes de jabuticaba e vendi dois", disse.

Licores, vinhos e geleias eram alguns dos produtos que Deivin Leandro Guimar�es Pedrosa, de 33 anos, expunha em uma pra�a pr�xima ao centro administrativo. Com parte do estoque “preso” em seu stand no evento embargado, o comerciante procurava vender os produtos em menor tempo poss�vel, uma vez que a validade dos produtos possuem prazo curto.

“Muito surpreso (pelo embargo). At� chorar eu chorei, pois tem muita coisa que perde. Fiz lingui�a, sorvete, suco, coisas que amanh� n�o estar�o boas. Feitos para vender hoje e n�o vai rolar. Vim aqui para a pra�a para tentar dar uma sa�da, para ver se ameniza alguma coisa, mas � muito dif�cil".

Apesar do esfor�o, no momento em que conversou com a reportagem, Deivin havia vendido poucos itens, uma vez que o p�blico se interessa, tamb�m, pela festa em si. Para a fam�lia dele, participar do Festival da Jabuticaba � uma tradi��o. Todos participam desde a primeira edi��o. O comerciante passou a ir ainda quando era crian�a.

"Cheguei aqui 10h. Vendi muito pouco. Pessoal est� procurando a festa, �s vezes nem � o produto em si. � a festa da jabuticaba, que sempre foi uma festa bem bonita e harmoniosa. O festival foi divulgado em cima da hora, tamb�m, por isso aconteceram esses problemas", afirmou.

Durante a noite dessa sexta e a manh� deste s�bado, o p�blico compareceu na porta de onde aconteceria o evento, por�m, era avisado pelo Corpo de Bombeiros sobre o embargo. Al�m da institui��o, a Pol�cia Militar (PM), Guarda Municipal, Defesa Civil e a equipe de tr�nsito de Sabar� auxiliaram nos trabalhos.

Uma das visitantes que deram "de cara com a porta" na manh� deste s�bado foi a dentista Karina Aparecida Silva, de 26 anos. Sua principal reclama��o foi a falta de comunica��o com as pessoas que pegaram os ingressos via internet. Os t�quetes, inclusive, j� estavam esgotados.

"Se eles (bombeiros) embargaram � porque deu alguma coisa, mas tinham que ter comunicado antes. Se os bombeiros falaram que n�o pode ter o evento, algum motivo deve ter, mas s� achei que teve falta de comunica��o mesmo", lamentou Karina.

O sargento Rodolfo Tadeu da Silva, do 61º Batalh�o de Bombeiros de Sabar�, estava na porta onde aconteceria o evento para orientar o p�blico. Ele compreendeu a frustra��o de comerciantes e visitantes quanto ao embargo, mas destacou que a seguran�a � prioridade na realiza��o de eventos.

"Infelizmente acaba que isso atrapalha muito essas pessoas que investiram para ter uma renda, mas a quest�o da legalidade � muito importante para prover e promover a seguran�a de todos".

Em nota, a prefeitura de Sabar� disse que os bombeiros chegaram ao evento por volta das 18h dessa sexta para vistoriar o local, enquanto a maior parte do p�blico j� estava no espa�o. Por�m, a comunica��o sobre a suspens�o tempor�ria do evento se deu por volta de 22h.

A demora se deu, segundo a prefeitura, pela tentativa de negocia��o com os bombeiros para avaliar poss�veis alternativas em prol da libera��o do evento ainda na noite dessa sexta. A administra��o municipal tamb�m explicou que procurava entender o que estava acontecendo, quando tentou reverter a situa��o. A publica��o da nota oficial sobre a suspens�o tempor�ria do festival se deu quando todas as possibilidades foram esgotadas, argumentou o Executivo.