
O m�s de outubro e a primeira quinzena de novembro deram uma amostra de que a temporada de chuvas que se iniciou em Belo Horizonte j� � mais rigorosa do que a passada. Nesses 45 dias, a Defesa Civil de BH j� emitiu oito alertas de riscos geol�gicos, o dobro do total registrado no per�odo chuvoso passado, de outubro de 2020 a mar�o de 2021, quando se dispararam quatro alarmes em seis meses.
Eles soam toda a vez o volume de chuva em at� tr�s dias ultrapassa 70 mil�metros (mm), sendo moderados quando acima de 50mm. Traduzem a satura��o elevada do solo, que pode resultar em desabamentos, deslizamentos e desmoronamentos. Para se ter uma ideia da intensidade do come�o da temporada de chuvas, o m�s de outubro registrou uma m�dia de 229,08mm.
Esse volume � 119% maior que a m�dia hist�rica, de 104,7mm, e 269% maior que o volume registrado em outubro de 2020, de apenas 62mm. As chuvas devem voltar na sexta-feira e se prolongar no fim de semana, sengundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inep).
Eles soam toda a vez o volume de chuva em at� tr�s dias ultrapassa 70 mil�metros (mm), sendo moderados quando acima de 50mm. Traduzem a satura��o elevada do solo, que pode resultar em desabamentos, deslizamentos e desmoronamentos. Para se ter uma ideia da intensidade do come�o da temporada de chuvas, o m�s de outubro registrou uma m�dia de 229,08mm.
Esse volume � 119% maior que a m�dia hist�rica, de 104,7mm, e 269% maior que o volume registrado em outubro de 2020, de apenas 62mm. As chuvas devem voltar na sexta-feira e se prolongar no fim de semana, sengundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inep).
Devido a esse volume excessivo de chuvas, at� 31 de outubro de 2021 o acumulado foi suficiente para cinco alertas geol�gicos, sendo os dois demais emitidos em novembro. Um hist�rico que preocupa sobretudo quem vive nas cerca de 2 mil moradias em situa��es cr�ticas nas �reas de risco geol�gico da capital mineira. No per�odo chuvoso anterior, de acordo com a Prefeitura de BH (PBH), foram realizados mais de 4 mil atendimentos ou vistorias “em decorr�ncia de eventos de instabilidade (geol�gica)”.
Com isso, 1.140 fam�lias se encontram em atendimento em decorr�ncia da remo��o tempor�ria at� a mitiga��o do risco geol�gico. “Cerca de 500 fam�lias continuam recebendo o aux�lio da PBH por meio do Programa Bolsa Moradia. Todos os moradores receberam assist�ncia das equipes sociais e foram orientados sobre as condi��es dos locais e dos procedimentos necess�rios”, afirma a administra��o municipal.
Se outubro trouxe dor de cabe�a para quem mora nas �reas de risco e precisou deixar suas casas �s pressas conduzido pela Defesa Civil, novembro come�ou com os c�rregos sob avenidas ganhando volume rapidamente e provocando medidas preventivas como fechamento e desvios de tr�nsito.
Logo na tarde do dia 1º, por volta das 13h, as chuvas concentradas fizeram com que a Defesa Civil bloqueasse os acessos at� a Avenida Vilarinho, em Venda Nova, uma vez que o n�vel do C�rrego Vilarinho subiu rapidamente, passando de 1,40 metro, o ponto da metade de seu leito, para perto dos 2,80 metros, que � o n�vel de transbordamento, atingido ap�s o tr�fego ter sido desviado.
Logo na tarde do dia 1º, por volta das 13h, as chuvas concentradas fizeram com que a Defesa Civil bloqueasse os acessos at� a Avenida Vilarinho, em Venda Nova, uma vez que o n�vel do C�rrego Vilarinho subiu rapidamente, passando de 1,40 metro, o ponto da metade de seu leito, para perto dos 2,80 metros, que � o n�vel de transbordamento, atingido ap�s o tr�fego ter sido desviado.
Quando os transtornos foram contornados em Venda Nova, a chuva sem tr�gua exigiu alertas e desvios de tr�fego �s 19h, na Avenida Tereza Cristina, na Regional Oeste. O C�rrego Ferrugem, que � afluente do Ribeir�o Arrudas, ganhou volume rapidamente, passando do n�vel de metade da galeria, com 1,60 metro, para pr�ximo ao transbordamento, com 3,20 metros.
O mesmo ocorreu com o Arrudas, que foi de 2,80 metros para perto dos 6,38 metros, o limite da sua calha. As avenidas Silva Lobo e Francisco S�, foram fechadas �s 19h20, diante da amea�a de transbordamento do C�rrego dos Pintos, o mesmo ocorrendo com a Rua Joaquim Murtinho, no Santo Ant�nio, que chegou a ter parte de sua conflu�ncia com a Avenida Prudente de Morais Alagada, por volta das 19h40.
O mesmo ocorreu com o Arrudas, que foi de 2,80 metros para perto dos 6,38 metros, o limite da sua calha. As avenidas Silva Lobo e Francisco S�, foram fechadas �s 19h20, diante da amea�a de transbordamento do C�rrego dos Pintos, o mesmo ocorrendo com a Rua Joaquim Murtinho, no Santo Ant�nio, que chegou a ter parte de sua conflu�ncia com a Avenida Prudente de Morais Alagada, por volta das 19h40.
Tudo isso ocorreu porque, naquele dia, BH registrou m�dia de 83,62mm de chuvas, o que corresponde a 35% do volume hist�rico de todo o m�s, que � de 239,8mm. Em Venda Nova foram 66,2mm, 27% da m�dia mensal, 79,8mm na Regional Oeste (33,3%) e 101mm na Regional Centro-Sul (42,1%), a mais volumosa, pouco acima da Noroeste, que apresentou 100,2mm (41,8%).
O plano de bloqueio e desvio de tr�nsito � iniciado a partir da previs�o meteorol�gica para a regional alvo, monitoramento hidrometeorol�gico e an�lise do n�vel dos c�rregos. O bloqueio � feito por agentes da Guarda Civil, de tr�nsito, PM, Defesa Civil e volunt�rios dos N�cleos de Defesa Civil.
Obras em ponto cr�tico
O segmento de via sanit�ria com hist�ricos de inunda��es mais cr�tico de Belo Horizonte � o da Avenida (e C�rrego) Vilarinho, em Venda Nova, na avalia��o do professor de engenharia hidr�ulica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Rafael Palmier. “� o mais problem�tico. Os alertas preventivos e o fechamento pr�vio de vias sujeitas a alagamentos s�o medidas importantes, mas o n�mero relativamente elevado de eventos cr�ticos de inunda��o � um indicador da incapacidade das atuais galerias para escoar as vaz�es de eventos extremos”, afirma Palmier.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), as interven��es contra enchentes na Avenida Vilarinho s�o implementadas em tr�s lotes. A �nica prevista para este ano � a caixa de capta��o da via com a Rua Doutor �lvaro Camargos, uma estrutura para captar escoamentos superficiais no emboque do Ribeir�o Isidoro com o C�rrego Vilarinho, ao custo de R$ 12,8 milh�es.
Para o primeiro semestre de 2022 est� programado o tratamento de fundo de vale e controle de cheias nos afluentes C�rrego Marimbondo e C�rrego Lareira. Ser�o R$ 40 milh�es. E, em 2023, a otimiza��o das drenagens dos c�rregos Vilarinho, Nado e Ribeir�o Isidoro, e implanta��o de dois reservat�rios, ao custo de R$ 124,6 milh�es.
Para o primeiro semestre de 2022 est� programado o tratamento de fundo de vale e controle de cheias nos afluentes C�rrego Marimbondo e C�rrego Lareira. Ser�o R$ 40 milh�es. E, em 2023, a otimiza��o das drenagens dos c�rregos Vilarinho, Nado e Ribeir�o Isidoro, e implanta��o de dois reservat�rios, ao custo de R$ 124,6 milh�es.
Outros pontos de alagamento respons�veis por transtornos e perigo na capital mineira sofrem por terem recebido antigas concep��es de galerias que enclausuram total ou parcialmente c�rregos e ribeir�es, segundo o professor de engenharia hidr�ulica da UFMG.
“Vis�es mais contempor�neas de uso e ocupa��o do solo priorizam a cria��o de parques lineares ao longo de cursos d’�gua em vez da canaliza��o, que por muito tempo foi considerada a solu��o tradicional no Brasil. Infelizmente, a situa��o de muitas �reas urbanas obriga o gestor p�blico a optar por obras estruturais para mitigar o problema das enchentes urbanas”, afirma.
“Vis�es mais contempor�neas de uso e ocupa��o do solo priorizam a cria��o de parques lineares ao longo de cursos d’�gua em vez da canaliza��o, que por muito tempo foi considerada a solu��o tradicional no Brasil. Infelizmente, a situa��o de muitas �reas urbanas obriga o gestor p�blico a optar por obras estruturais para mitigar o problema das enchentes urbanas”, afirma.
Uma das estruturas que durante as chuvas mais fortes � rapidamente inundada e leva risco de morte a motoristas e moradores � a Avenida Tereza Cristina, a partir da conflu�ncia do Ribeir�o Arrudas com o C�rrego Ferrugem (Contagem). Os dois corpos h�dricos, al�m de encaixados em leitos de concreto, ainda recebem conflu�ncias em �ngulos praticamente retos. “As conflu�ncias de c�rregos canalizados em galerias s�o quase sempre preocupantes, em especial com �ngulos de 90°”, afirma, indicando que essas conex�es muitas vezes provocam refluxos dos corpos h�dricos.
A PBH afirma ter v�rias interven��es direcionadas para domar as �guas do Ribeir�o Arrudas na Avenida Teresa Cristina, entre o munic�pio e Contagem. Uma delas � a constru��o da Bacia das Ind�strias para armazenar o volume excessivo de �gua durante as chuvas com previs�o de conclus�o em 2022. J� foram entregues duas bacias no C�rrego T�nel/Camar�es, no Barreiro, e est�o em andamento as do C�rrego Olaria/Jatob� e do C�rrego Bonsucesso.
Juntas, todas essas bacias ser�o capazes de armazenar quase 1 bilh�o de litros d´ï¿½gua. As prefeituras de BH, Contagem e o governo do estado preveem uma terceira bacia na Vila Sport Club, um Parque Linear na Vila Madre Gertrudes, em BH, a macrodrenagem do C�rrego Ferrugem, bacias no Rio Volga, Vila PTO e Vila Ita�.
Juntas, todas essas bacias ser�o capazes de armazenar quase 1 bilh�o de litros d´ï¿½gua. As prefeituras de BH, Contagem e o governo do estado preveem uma terceira bacia na Vila Sport Club, um Parque Linear na Vila Madre Gertrudes, em BH, a macrodrenagem do C�rrego Ferrugem, bacias no Rio Volga, Vila PTO e Vila Ita�.
A PBH informa tamb�m, que al�m dos investimentos em obras, desenvolve a��es permanentes de preven��o �s enchentes e prote��o da popula��o contra os riscos de desastres, desde manuten��o de bacias de deten��o, limpeza de bocas de lobo e de vias, galerias, fundos de vales de c�rregos, conten��o de encostas, como trabalho preventivo.
O estado reservou no Termo de Repara��o pelo rompimento da barragem da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, firmado junto � Vale, R$ 298 milh�es para obras de conten��o de cheias nas bacias do Riacho das Pedras e C�rrego Ferrugem. Recursos tamb�m ser�o aplicados na constru��o de unidades habitacionais e indeniza��o de fam�lias removidas para as obras.