Paloma (alto � esq.), Polyane (abaixo � esq.) e Paulo (� dir.), com as respectivas fam�lias; para eles, o momento foi de alegria compartilhada (foto: Divulga��o/TJMG)
Tr�s irm�os, Paloma, Polyane e Paulo receberam as certid�es de casamento em uma celebra��o coletiva nessa sexta-feira (12/11) em Muria�, na Zona da Mata mineira. Ao todo, os 220 casais participaram da cerim�nia que foi realizada pelo Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) em parceria com o Centro Universit�rio Faminas do munic�pio.
A ansiedade dos irm�os na v�spera da cerim�nia deu lugar a sorrisos. "Estou muito feliz em poder compartilhar minha felicidade com meus irm�os e fazer parte da deles tamb�m", comentou Paloma Cruz de Oliveira, a irm� do meio.
Paulo n�o conseguiu descrever sua felicidade em palavras. "Se eu fosse sozinho, n�o teria dado tanta emo��o ali como foi com a gente casando juntos. Foi muito especial para mim e para elas."
A irm� mais nova, Polyane, tamb�m achou maravilhoso poder se casar no mesmo dia que os irm�os. "Poder compartilhar minha alegria e o meu sonho com meus irm�os foi uma sensa��o maravilhosa. � uma coisa que n�s tr�s j� planej�vamos h� muito tempo. Antes de arrumar namorado a gente j� falava que queria casar todo mundo junto para poder compartilhar a nossa alegria e realizar o nosso sonho e o sonho dos nossos pais", declarou.
A m�e dos tr�s irm�os morreu h� sete anos e Paloma, Polyane e Paulo sentiram que ela n�o tenha vivido para ver o dia em que os tr�s filhos compartilharam a felicidade de se casarem na mesma celebra��o. Mas o pai acompanhou a cerim�nia. "Meu pai estava presente, foi uma alegria imensa para ele casar os tr�s filho", disse Polyane.
Paloma sempre teve o sonho de casar. Ela e o marido, Vladimir Junior, j� falavam sobre o assunto, mas n�o era uma realidade pr�xima, tendo em vista a condi��o financeira do casal e a pandemia de COVID-19. "Mas surgiu essa oportunidade e ficamos muito felizes de poder realizar um sonho", falou.
Polyane e o marido, �quila na cerimonia de casamento civil coletivo (foto: Arquivo pessoal)
O mesmo aconteceu com Polyane. "Tem muitos anos que a gente pretende se casar. Quando a gente completou seis meses de namoro a gente j� estava planejando juntar um dinheirinho para a gente casar. Mas foi ficando dif�cil porque eu estava desempregada, depois ele ficou desempregado tamb�m, mas quando apareceu essa oportunidade a gente aproveitou para poder realizar o nosso sonho", informou.
O evento n�o teve custo para os casais. Entre os crit�rios para participar do mutir�o, estavam residir na regi�o de Muria� e comprovar renda familiar baixa. "Os inscritos deveriam ter renda familiar inferior a dois sal�rios m�nimos e estar convivendo em uni�o est�vel, de fato, h� mais de um ano, entre outros requisitos", informou o juiz coordenador do Cejusc de Muria�, Juliano Veiga.
O irm�o mais velho agradeceu a Deus por tornar essa experi�ncia poss�vel. "Deus nos deu essa oportunidade de fazer a comunh�o porque para a gente era um sonho distante", disse Paulo.
"O mutir�o � um marco para a inclus�o social, trazendo benef�cios para os casais em situa��o de hipossufici�ncia econ�mica, que n�o tinham a uni�o oficializada, e resgatando, entre outros aspectos, a autoestima deles", disse Margarida Esp�sito, coordenadora do curso de Direito da Faminas.
Paloma e o marido j� haviam conversado sobre casar, mas n�o tinha dinheiro e a pandemia tamb�m foi um empecilho (foto: Arquivo pessoal )
A irm� do meio adorou a cerim�nia realizada no sal�o nobre da Faminas e � grata pelo evento. "Foi uma sensa��o muito boa poder compartilhar um momento t�o importante em nossas vidas com tantas pessoas e poder ver a felicidade de todos. Sou muito grata a Deus por ter nos permitido chegar at� aqui", disse.
O casamento foi realizado em dois turnos, um na parte da tarde e outro na parte da noite, respeitando o limite de pessoas e protocolos sanit�rios conforme orientado pela prefeitura, mas nem por isso, acabou com a felicidade dos casais. "Gra�as a Deus deu tudo certo, minha palavra para tudo isso � gratid�o".
Polyane de Oliveira amou o casamento coletivo. "Acabamos encontrando com amigos l� tamb�m, que a gente nem esperava encontrar. A cerim�nia foi linda. Se pudesse repetir eu repetiria tudo de novo, foi cada palavra linda que foi dita l� no casamento, foi tudo muito bom", comentou. Paulo tamb�m toparia se casar novamente para reviver as emo��es. "A cerim�nia foi uma das melhores da minha vida, porque casar com aquele monte de casais � coisa de outro mundo, s�o sonhos se realizando juntos e � contagiante."
Processo
O per�odo de inscri��es ocorreu em maio e junho. Os interessados fizeram a inscri��o no NPJ da Faminas, que encaminhou para o Cejusc os pedidos de convers�o de uni�o est�vel em casamento. Ap�s a an�lise da documenta��o, acompanhada da colheita das declara��es de duas testemunhas e da manifesta��o do Minist�rio P�blico, foi proferida senten�a reconhecendo a uni�o est�vel com a sua convers�o em casamento, com efeitos retroativos ao in�cio da uni�o. "Depois da senten�a, o procedimento foi encaminhado para o cart�rio de registro civil, que lavrou todas as certid�es de casamento", informou o magistrado.
Hist�ria
Paloma, o marido Valdir Junior e a filha do casal, Milena (foto: Arquivo pessoal )
Paloma conhecia Valdir de vista. "Eu o vi no mercado, quando fui fazer compra com minha m�e", contou. Anos depois, eles se reencontraram no mundo virtual e marcaram de sair. Viram-se em um s�bado e, no dia seguinte, estavam namorando. Hoje o casal tem uma filha, Milena, de 4 anos.
J� Polyane conhece o �quila h� quase 5 anos. Uma colega de igreja chamou os dois para um passeio, onde eles conversaram e tomaram sorvete. "Depois ela chamou a gente para ir para a casa dela. Come�amos a ler a B�blia, e ela pediu para ele cantar. Ele tem uma voz maravilhosa. Ele come�ou a cantar, fiquei mais encantada por ele ainda", complementou. Os rec�m-casados possuem um filho, Benjamin, de 2 anos.
O irm�o delas, Paulo J�nior, teve contato inicial com Luana pelas redes sociais, h� mais de 4 anos. "Eu a conhecia desde de quando ela timha 14 anos, s� que ela n�o dava moral. A� se passaram anos e nossos olhares nunca pararam de se cruzar", comentou Paulo. Ap�s v�rias conversas, h� tr�s anos os dois decidiram namorar. Atualmente, a filha do casal, Sofia, tem 7 meses. "Somos o casal fechamento e criamos um canal no YouTube. Hoje somos youtubers e estamos sonhando e evoluindo cada vez mais", contou.
* Estagi�ria sob supervis�o do editor Benny Cohen