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Estado de Minas TRANSPORTE COLETIVO

Greve em BH: segundo dia tem protesto e poucos �nibus nas esta��es

Trabalhadores do transporte coletivo decidiram manter paralisa��o iniciada na segunda-feira (22/11). Quem chega �s esta��es hoje pode ter problemas para sair


23/11/2021 07:29 - atualizado 23/11/2021 09:18

Greve dos motoristas de ônibus. Foto sem ônibus
Plataforma sem �nibus na Esta��o S�o Gabriel, Regi�o Nordeste de BH (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
A greve dos trabalhadores do transporte rodovi�rio de Belo Horizonte entra no segundo dia nesta ter�a-feira (23/11) com mobiliza��o nas esta��es e poucos �nibus. Passageiros continuam enfrentando dificuldades nesta manh�. 



Segundo balan�o da BHTrans, da meia-noite �s 6h de hoje, apenas 30,8% das viagens programadas foram realizadas. O n�mero de viagens no intervalo � maior do que o registrado no in�cio da manh� de ontem. Entre 5h e 6h desta ter�a, as porcentagens por esta��o foram as seguintes:

Jos� C�ndido: 67%
Vilarinho: 58%
S�o Jos�: 50%
S�o Gabriel: 47%
Venda Nova: 40%
Pampulha: 29%
Diamante: 3%
Barreiro: 0%
Demais linhas: 33%

No entanto, a partir das 6h, sindicalistas e trabalhadores que aderiram � greve passaram a atuar nas esta��es para impedir as viagens, de acordo com a BHTrans. Conforme o Centro Integrado de Opera��es de Belo Horizonte (COP-BH), por volta das 6h40, manifestantes bloqueavam a pista do Move na Esta��o Pampulha. H� relatos de internautas de que os passageiros eram orientados a desembarcar antes de entrar no local. 

Greve Estação São Gabriel
Catracas da Esta��o S�o Gabriel ganharam fitas zebradas para impedir a entrada (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Greve dos motoristas na Estação São Gabriel
Passageiros s�o orientados a usar o metr� (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


Na Esta��o S�o Gabriel, o sindicato orientava os motoristas a pararem e levar os �nibus para a garagem. As catracas, que j� contavam com avisos informando sobre a quantidade reduzida de coletivos e orientando o embarque no metr�, ganharam fitas zebradas hoje. Quem entrar, pode ficar sem transporte para seguir ao seu destino ou voltar para casa. 

Na Esta��o Barreiro, segundo o COP-BH, a bilheteria estava praticamente sem movimenta��o. Apenas um �nibus da linha 6350 (Esta��o Vilarinho/Esta��o Barreiro) havia passado mais cedo. 

J� na Esta��o Venda Nova, por volta das 6h, policiais militares e guardas civis municipais acompanhavam a movimenta��o. �nibus da linha 61 (Esta��o Venda Nova/Centro) circulavam precariamente.

Estação Diamante
Esta��o Diamante, na Regi�o do Barreiro, vazia nesta manh� (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


Pouco antes das 8h, a empresa de tr�nsito divulgou um novo levantamento, informando que, das 6h �s 7h, 35% das viagens foram realizadas. A menor porcentagem de viagens realizadas hoje em rela��o �s programadas continua a ser registrada nos terminais de �nibus que atendem a regi�o do Barreiro. Nesse sentido, as maiores s�o em Venda Nova, Leste e Nordeste. Confira abaixo:



Ver galeria . 14 Fotos Com o fracasso da rodada de negociações de segunda-feira, a greve dos rodoviários de Belo Horizonte continua hoje (23/11). Na foto, situação na Estação São Gabriel e no entorno: catracas fechadas, metrô lotado e trânsito carregadoJair Amaral/EM/DA Press
Com o fracasso da rodada de negocia��es de segunda-feira, a greve dos rodovi�rios de Belo Horizonte continua hoje (23/11). Na foto, situa��o na Esta��o S�o Gabriel e no entorno: catracas fechadas, metr� lotado e tr�nsito carregado (foto: Jair Amaral/EM/DA Press )

Transtornos na segunda-feira

Um dia com enormes transtornos na sa�da para o trabalho e novos tumultos na volta para casa. Quem depende do transporte p�blico em Belo Horizonte viveu ontem um cen�rio de caos e dificuldade por causa da grave, que teve in�cio durante a madrugada. Depois de reuni�o virtual com representantes das empresas de �nibus e com a prefeitura de BH, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Sindicato dos Trabalhadores Rodovi�rios de Belo Horizonte (STTRBH) optou pela manuten��o do movimento hoje, o que pode afetar ainda mais a vida dos belo-horizontinos.

Ônibus lotado na Avenida Afonso Pena
Embarque em �nibus na Afonso Pena: depois de uma manh� complicada, a volta para casa tamb�m exibiu paci�ncia parar enfrentar filas e ve�culos lotados (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)


Outra reuni�o com a mesma pauta est� marcada para esta tarde, a partir das 14h30, em nova tentativa de negocia��o para a categoria. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 9% (INPC mais as perdas dos �ltimos anos), t�quete-alimenta��o de R$ 800, o pagamento do t�quete em caso de afastamento m�dico, remo��o do banco de horas e o abono salarial de 2019 e 2020. A retirada da limita��o do passe livre, manuten��o do passe livre para o afastado e melhorias no plano de sa�de tamb�m fazem parte da negocia��o.

A diretoria do STTRBH informou que o movimento grevista permanece por tempo indeterminado e, por isso, a escala m�nima de circula��o do transporte p�blico deve ser mantida. "O sindicato reafirma a import�ncia de os trabalhadores cumprirem as determina��es judiciais, inclusive quanto � escala m�nima, a fim de garantir que nossa greve seja realizada dentro da legalidade", pontuou Paulo C�sar da Silva, presidente do STTRBH.

Na sexta-feira, o desembargador Fernando Luiz Gon�alves Rios Neto, 1º Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Regi�o, determinou que pelo menos 60% da frota circulasse ontem em BH, com multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da norma. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) entrou com recurso na Justi�a.

Mas, ao longo da manh� de ontem, os intervalos entre os �nibus chegavam a duas horas e meia. A Esta��o Vilarinho, por exemplo, operou com apenas 30% da frota na faixa das 6h, no hor�rio de maior movimenta��o nas esta��es. Por sua vez, Venda Nova teve 26% dos ve�culos � disposi��o e S�o Gabriel e Pampulha contaram com apenas 22% e 20%, respectivamente, no hor�rio. A grave teve ades�o total na Esta��o Diamante, que n�o teve nenhum �nibus rodando no in�cio da jornada de trabalho.

O presidente da BH Trans, Diogo Prosdocim, admitiu que nenhuma das empresas cumpriu o acordo de manter o m�nimo de frota exigida pela Justi�a. “Isso virou uma quest�o que ser� dialogada na Justi�a e vai acabar se tornando uma determina��o judicial. N�o estamos levantando nenhuma possibilidade, at� porque o reajuste ocorre no final do ano, a partir do dia 26 de dezembro. Ent�o, mesmo numa situa��o de normalidade, isso seria discutido apenas em dezembro", ressaltou o presidente da BHTrans.

Custo


Por sua vez, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte P�blico de Belo Horizonte (Setra-BH), Raul Leite, afirmou que o aumento dos sal�rios � invi�vel diante dos altos custos que a opera��o exigiria: “Entendemos o m�rito do pedido dos empregados, sabemos que nossa for�a de trabalho � dedicada e competente, trabalhando com gana nessa pandemia. Eles merecem um aumento. Mas se aument�ssemos 10% em cima de R$ 35 milh�es, que � a folha de pagamento, ir�amos para R$ 38,5 milh�es ou R$ 39 milh�es. N�o fecharia a conta. Entrar�amos em modo de autodestrui��o”.

Ele salientou que a Prefeitura de BH n�o autorizou o reajuste das passagens, que hoje custam R$ 4,50 (o �ltimo ocorreu em 2019), algo considerado fundamental para uma tentativa de acordo com os trabalhadores. Na semana passada, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) afirmou que a tarifa n�o teria aumento em 2021. “Precisamos buscar novas receitas extratarif�rias, que poderiam ser de publicidade ou estacionamento rotativo ou multas de tr�nsito, tudo isso em benef�cio dos mais pobres que hoje pagam R$ 4,50. Se isso pudesse ser implementado, como em outras cidades, a tarifa poderia ser reduzida ou mesmo se manteria”, sugere Leite.

D�ficit


O Setra-BH alega d�ficit operacional. Segundo c�lculos da entidade, com base em outubro deste ano, com o transporte de 20 milh�es de passageiros, com tarifa m�dia de R$ 3,20, a arrecada��o � de R$ 64 mil. Desse total, R$ 27 milh�es foram para o diesel. Contando com a folha de pagamento, de R$ 35 milh�es por m�s, sobram, segundo o Setra-BH, R$ 2 milh�es para impostos e outras obriga��es, que v�o da manuten��o dos �nibus �s garagens.  

Tumulto


A falta de �nibus mudou radicalmente a rotina dos belo-horizontinos, que desejavam chegar ao trabalho. V�rios deles, sem �nibus, sa�ram da esta��o e buscaram outras solu��es para chegar ao destino. � o caso de Franciele Caldeira, de 37 anos, que n�o conseguiu transporte para ir at� a Savassi, Regi�o Centro-Sul da cidade. "A gente at� sabia que ia ter a greve, ent�o n�o pegou muito de surpresa. Fui at� a esta��o para ver se realmente iria ocorrer. Nosso patr�o j� at� tinha conversado que, qualquer coisa, a gente podia pegar o transporte por aplicativo. Foi o que eu fiz", disse a atendente de clientes.

J� o vigia Roneison Ricardo de Souza, de 55, se mostrou persistente e conseguiu embarcar num �nibus depois de chegar �s 5h, � esta��o em Venda Nova. Mesmo assim, ele se espremeu num ve�culo totalmente lotado para chegar ao destino. "Por conta da greve, me informaram que a linha 62, que eu pego, n�o passaria. A linha 61 foi a �nica que me atendeu, mesmo assim pela metade”. Ele concordou com a movimenta��o grevista, mas disse que � injusta com o trabalhador: "Apoio, acho justo reivindicar, est� na lei, mas acho que eles deveriam pensar no cidad�o. � a gente quem paga o pato".

Um dos motoristas que trabalharam normalmente disse que o ato � totalmente v�lido num momento de dificuldade financeira: "Tem a porcentagem que tem que trabalhar, fiquei sabendo que s�o 60%, mas n�o sei se realmente � esse n�mero. � uma movimenta��o leg�tima, eu apoio, digo que � leg�tima pois � meu sal�rio. N�o sei a situa��o das empresas, mas est� dif�cil para a gente", comentou o condutor, que preferiu n�o se identificar. V�rios �nibus tiveram pneus furados para evitar a partida das garagens.

Socorro e lucro


Outra parte importante da greve s�o os motoristas de aplicativos, que "socorrem" os usu�rios de �nibus e, ao mesmo tempo, lucram. Gilmar Maia, de 49, aguardava um passageiro na Esta��o Venda Nova e comentou que o movimento est� bom. “Sempre trabalho pela manh� e saio �s 7h. Hoje sa� um pouco mais cedo e j� tive retorno. Normalmente, tenho quatro corridas pela manh�zinha. S� at� aqui j� foram oito, com pre�o de 40% a 60% maior. A gente lamenta toda a situa��o, mas tamb�m precisamos trabalhar e prestar nosso servi�o, que � mais do que legal", disse.

A greve encheu o metr�, com menos capilaridade que o transporte p�blico municipal, por ter somente uma linha. Na Esta��o Vilarinho, a movimenta��o foi intensa e chegou a ser at� maior que a parte exclusiva dos �nibus.

No come�o da noite, tamb�m houve tumulto nas principais ruas da capital. Um ve�culo da linha 4107 chegou a ter o embarque tamb�m pela parte traseira. O motorista desligou os motores devido � impossibilidade de fechar as portas em meio � intensa aglomera��o. Tamb�m houve bastante aglomera��o em Venda Nova, Vilarinho e no Barreiro. *Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Rachel Botelho


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