
Como constatou a reportagem do Estado de Minas, que esteve no local, no Bairro Santo Agostinho (Regi�o Centro-Sul), houve princ�pio de confronto entre os manifestantes e integrantes da equipe de seguran�a da Cemig, que n�o queriam permitir a entrada. Bombas foram arremessadas. Manifestante e seguran�as chegaram a entrar em luta corporal. Depois, a situa��o se estabilizou e o ato de protesto prosseguiu.

Reivindicando a renova��o do acordo coletivo e apontando o que chamam de "desmonte" da empresa, os eletricit�rios organizaram o movimento, que tem aval do Sindicato dos Trabalhadores da Ind�stria Energ�tica em Minas Gerais (Sindieletro).
"Estamos no primeiro dia de greve, contra uma pauta que retira direitos dos trabalhadores. A retirada de direitos � para reduzir o custo do acordo coletivo e apresentar um custo mais barato de pessoal ao mercado na tentativa de venda da Cemig", diz Jefferson Silva, secret�rio-geral do Sindieletro.
"Houve agress�o por parte dos seguran�as que inclusive estavam armados. Empurraram alguns militantes na porta de vidro que inclusive quebrou com o empurr�o", afirma Juliana Lima, da coordena��o do MTST em Minas Gerais.
A Cemig, por seu turno, garante que a paralisa��o afetou de forma m�nima suas atividades e afirma ter apresentado uma proposta de reajuste salarial de 11%. O �ndice, segundo a estatal, foi recusado pelos representantes dos trabalhadores. A princ�pio, a companhia n�o se posicionou sobre a entrada de grevistas no pr�dio, mas no in�cio da noite desta segunda, resolveu tratar do assunto.
Um protesto de trabalhadores da Cemig j� transcorria na porta da sede da empresa quando um �nibus de pessoas ligadas a movimentos sociais chegou. A partir desse momento, come�aram as movimenta��es para concretizar a ocupa��o. A Pol�cia Militar est� no edif�cio.

CPI acirra rela��o entre empresa e trabalhadores
A Cemig � alvo de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) conduzida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O comit� investiga decis�es tomadas pela gest�o da empresa entre 2019 e este ano. No centro, est� Reynaldo Passanezi Filho, presidente da companhia. O processo de admiss�o dele, feito por uma empresa especializada em recrutar executivos no mercado, embora sustentado pela Cemig por meio da legisla��o que rege a atua��o das estatais, � muito questionado pelos parlamentares.
O Sindieletro corrobora as cr�ticas e pede o afastamento dele at� a conclus�o da apura��o. Contratos assinados sob dispensa de licita��o tamb�m t�m sido postos em xeque.
Os parlamentares estaduais t�m tentado, tamb�m, entender recentes negocia��es de patrim�nios vinculados � estatal mineira. Em janeiro deste ano, a Cemig vendeu, por R$ 1,37 bilh�o, a fatia que detinha na Light, companhia de luz que atua no Rio de Janeiro. Em 2019, quando ainda estava vinculada � Cemig, a Light negociou, pelo valor simb�lico de R$ 1, suas a��es na Renova, que atua com fontes energ�ticas renov�veis.
Nota da Cemig sobre o estado de greve deflagrado
A Cemig informa que o Sindieletro recusou proposta de reajuste salarial superior a 11%, oferecido pela Companhia a todos os seus empregados. O reajuste incidiria sobre sal�rios e benef�cios, como vale-refei��o e aux�lio educa��o, entre outros. A Companhia ofereceu ainda a manuten��o de condi��es diferenciadas oferecidas a empregados, como pagamento antecipado de 30% dos sal�rios na primeira quinzena do m�s e a quita��o do pagamento at� o pen�ltimo dia do m�s corrente, e n�o at� o quinto dia �til do m�s seguinte, como � previsto pela legisla��o.
A Cemig esclarece que a ades�o � paralisa��o � m�nima, sem qualquer preju�zo operacional. A proposta da Cemig foi aceita por 13 dos 16 sindicatos que representam empregados da Companhia. Entre eles, as representa��es de economistas, engenheiros, advogados, administradores, m�dicos, psic�logos e programadores, al�m da Federa��o dos Trabalhadores nas Ind�strias Urbanas de Minas Gerais.
Na tarde desta segunda, integrantes do Sindieletro e de movimentos sociais invadiram parte do sagu�o da companhia. Foram registrados danos � portaria do edif�cio J�lio Soares, sem registro de feridos. A invas�o tamb�m n�o interferiu no trabalho dos empregados da sede da Companhia. Atualmente, 90% dos empregados da Cemig trabalham normalmente em todas as regi�es do Estado.
A Cemig repudia qualquer tipo de viol�ncia e mant�m o di�logo com todas as entidades sindicais.
Mat�ria atualizada �s 19h25 de 29/11, com novo posicionamento da Cemig