
“Este � um crime repugnante, macabro”. A conclus�o � do delegado Alexandre Fonseca, da Delegacia de Homic�dios do Barreiro, que investiga o encontro nesta ter�a-feira (30/11) de um beb� enrolado numa cinta e envolvido por duas sacolas pl�sticas, escondido dentro de um congelador, e foi repassado pela m�e para um vizinha, h� um ano. A descoberta ocorreu ap�s a dona da casa fazer uma limpeza no congelador dela e, ao desenrolar o embrulho, se deparou com o feto.
Segundo a investiga��o, o beb� nasceu com vida, 48 cent�metros e 2,490 quilos, entre a 35ª e a 37ª semana de gesta��o. De acordo com o exame de necropsia do Instituto M�dico-Legal, a crian�a, do sexo feminino, "era vi�vel e que nasceu com vida, apresentando maturidade pulmonar."
Diante da situa��o, a vizinha resolveu limpar o congelador e, ao apanhar o embrulho, resolveu ver o que era, abrindo-o. “Qual n�o foi o susto ao deparar com o feto? Ela resolveu, ent�o, procurar pelo pastor de sua igreja, que � um policial militar aposentado e este a orientou a procurar a pol�cia”, contou o delegado.
Aborto induzido
A partir da�, come�ou a investiga��o, com a pris�o da suposta m�e, que j� tem dois filhos e confessou o crime. Primeiro, ela disse que teve um aborto espont�neo. Depois, mudou a vers�o e afirmou ter tomado um ch� abortivo. S� no terceiro interrogat�rio ela admitiu ter for�ado o aborto.
“Ela disse que n�o queria ter a crian�a e que usava uma cinta para esconder a gravidez. Procurou, ent�o, na internet, informa��es sobre abortos em Belo Horizonte e descobriu um aborteira no centro de BH”.
A mulher juntou dinheiro e pagou R$ 1.300 por um rem�dio abortivo. “Ela disse que foi para um hotel, onde tomou o rem�dio e fez o aborto. Estava sozinha. Contou tamb�m que, assim que a crian�a nasceu, ela desmaiou e ao recobrar os sentidos, viu que a crian�a estava morta”, afirma o delegado Alexandre.
Depois de abortar, ela pegou a placenta e a jogou no vaso sanit�rio, dando descarga. Como o feto n�o cabia neste, resolveu enrol�-lo na cinta e em seguida em dois sacos pl�sticos, retornando para casa, entregando o embrulho � vizinha, dizendo que era uma carne e que precisaria congel�-la, para n�o perd�-la. E que pegaria posteriormente. “Mas passou-se um ano e nesse momento, embora a vizinha tentasse devolver o embrulho, nunca aconteceu”, diz o delegado.
Ainda segundo o delegado, o abortivo n�o era suficiente para matar a crian�a. “O abortivo s� funcionaria entre o terceiro e o quinto m�s de gravidez”, diz. A morte se deu pelo fato do cord�o umbilical n�o ter sido amarrado, e que por isso se eu a morte do feto. “O laudo determina, aina, que n�o existiam fraturas no feto e que possivelmente, passou por uma hipotermia, o que teria acelerado o processo de morte.”
Diante das conclus�es do laudo de necropsia, ainda ser�o feitos outros exames, como tomografia e DNA. O delegado descarta a hip�tes de crime de aborto, e diz que a mulher responder� pelo crime de oculta��o de cad�ver e tamb�m por homic�dio.
A pol�cia entrou em contato, tamb�m, com o suposto pai. “O homem, que est� na Bahia e � o atual companheiro da m�e, diz que o filho n�o � dele. Coloca em d�vida a afirmativa da m�e. No entanto, o exame de DNA apontar� se isso � verdade ou n�o”, diz o delegado Alexandre, que diz que os outros dois filhos da mulher, s�o de ouro pai, fruto de seu primeiro casamento.