
A presidente da Hemominas, J�nia Cioffi, aponta que a funda��o j� analisava a import�ncia do m�todo que � aplicado em diversos pa�ses. “Quando come�ou a pandemia de COVID, quando ainda n�o se sabia que esse v�rus n�o era transmiss�vel pelo sangue, a gente colocou a import�ncia de ter uma metodologia como essa para prevenir ainda mais essas doen�as infecciosas”, explica. Ela lembra que a TRP protege as plaquetas de v�rus, como “dengue, chikungunya, Zika, gripe H1N1 e qualquer outro”.
O m�todo foi aprovado para uso em toda a Europa, em 2002; nos Estados Unidos, em 2014, e no Canad�, em 2018. Ele � importante, sobretudo, para pacientes imunossuprimidos, como pessoas em tratamento quimioter�pico ou que passaram por transplante de medula �ssea, pois ele evita a transmiss�o de bact�rias que podem ser fatal para esse p�blico. De acordo com a Funda��o Hemominas, a rea��o mais comum � transfus�o de plaquetas � justamente a transmiss�o de bact�rias.
De acordo com a Hemominas, al�m de melhorar a qualidade do processo de transfus�o de hemocomponentes, a inativa��o de pat�genos tamb�m impacta o aproveitamento dos estoques de plaquetas, pois aumenta de cinco para sete dias a vida �til desse produto. O custo total de implanta��o do m�todo foi de cerca de R$ 5 milh�es.
“Ele tem um custo alto de implanta��o, mas depois fica muito pr�ximo dos procedimentos que a gente j� faz de manuten��o. A gente faz a mudan�a de metodologia, t�m alguns testes que n�o v�o ser mais necess�rios de serem feitos por causa da contamina��o bacteriana”, explica a presidente da Hemominas.
A tecnologia implantada altera os �cidos nucleicos dos microorganismos que podem estar presentes nos componentes do sangue. Esse procedimento faz com que os agentes infecciosos deixem de se replicar e deixa o hemocomponente mais seguro.
A Hemominas aponta que o m�todo tradicional de testagem pode escapar pela janela imunol�gica, que � o per�odo de contamina��o de um indiv�duo e o aparecimento do positivo no teste diagn�stico, seja sorol�gico ou molecular. “A gente tem que continuar seguindo a legisla��o brasileira, mas o que nos propicia � aqueles doadores que s�o assintom�ticos, e que poderiam transmitir, [s�o cobertos pela t�cnica], explica a presidente da funda��o.
A inativa��o de pat�genos j� est� sendo realizada desde 1º de dezembro. “N�s vamos come�ar com a regi�o metropolitana e o Hemocentro de Belo Horizonte, que j� recebe hemocomponentes de v�rias cidades onde n�s temos unidades e equivale a aproximadamente 50% do que a gente produz”, apontou J�nia.
Ela acrescenta que h� um projeto para ampliar esse processo para outras unidades, mas que, atualmente, � poss�vel atender demandas espec�ficas no estado. “Para os pacientes que t�m necessidade maior, como esses transplantados e que fazem tratamento com quimioterapia, mesmo em cidades onde ainda n�o est� sendo feito esse processo, os hospitais podem receber o hemocomponente j� inativado porque a gente tem uma log�stica de estoque de transporte de hemocomponente em todo estado.”
Doa��o
J�nia Cioffi segue alertando para a necessidade de recomposi��o dos estoques de sangue nos hemocentros de todo o pa�s. “A pandemia trouxe uma dificuldade para todos os hemocentros na manuten��o dos estoques. Isso aconteceu por causa dos protocolos de distanciamento e necessidade de maior cuidado na hora de atender os doadores. No momento, nosso estoque [em Minas Gerais], n�o est� muito ruim, mas n�s continuamos precisando de doadores dos grupos A positivo, O positivo e todos os negativos”, destacou.
A presidente lembra que neste per�odo de Ano-Novo o refor�o dos estoques � ainda mais importante.
“Infelizmente, a gente sempre v� mais acidentes nessa �poca, ent�o a gente acaba usando mais bolsas de sangue. Eu aproveito para convidar as pessoas a doarem em qualquer hemocentro do pa�s, porque todos os estados precisam de doa��o.”