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Estado de Minas M�OS � OBRA E � ARTE

Aos 70 anos, pedreiro descobre novo talento e se destaca no artesanato

H� mais de 50 anos, ele ganha a vida na constru��o. 'Enquanto descanso do meu servi�o como pedreiro, posso exercer essa atividade de extrema delicadeza', diz


03/01/2022 06:00 - atualizado 03/01/2022 07:32

Getúlio de Araújo
Get�lio de Ara�jo Bastos, de 70 anos, pedreiro e artes�o (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 
 
Serrote, martelo, pregos, tijolos e sacos de cimento sempre fizeram parte do universo de Get�lio de Ara�jo Bastos, de 70 anos. No of�cio de pedreiro h� mais de cinco d�cadas, foi construindo casas, da base ao telhado, que ele criou a fam�lia e pavimentou seu caminho pela vida. Em momento algum nesse tempo todo, o morador de Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, jamais imaginou que rosas de organza, com fitas de cetim, e borboletas multicores pudessem povoar seu dia a dia.

Durante a pandemia, e com mais folgas no trabalho como aut�nomo, Get�lio viu a luz da criatividade brilhar e sentiu que as m�os se moviam na dire��o da arte. Assim, nasceu uma primeira pe�a, a panelinha de press�o feita de uma latinha de cerveja. Com elogios da fam�lia e dos amigos, o pedreiro-artes�o n�o parou mais: produziu borboletas e as flores que agora lhe d�o o maior orgulho.

“Meu trabalho � bruto, da manh� � noite. N�o tem moleza, n�o. � subindo em telhado, fazendo massa, orientando o servente, enfim, o tempo todo em movimento”, conta Get�lio, casado h� 42 anos e pai de Monique, de 30, Giovani, de 28, e Jardelli, de 26, e av� de Pedro Henrique, de 7. “Recebi muita energia boa, fiquei feliz, pois, enquanto descanso do meu servi�o como pedreiro, posso exercer essa atividade de extrema delicadeza”, ele diz.
 

Boca a boca

Getúlio de Araújo, de 70 anos
'De repente, as ferramentas s�o outras. � um novo mundo que est� me fazendo muito bem. Meio terapia, sabe?' - Get�lio de Ara�jo Bastos, de 70 anos, pedreiro e artes�o (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Residente no Bairro S�o Geraldo, no sobradinho que ergueu ao lado da casa da m�e, dona Alexandrina, de 93, Get�lio recebe encomendas, principalmente pelas rosas que faz e ganharam fama no popular “boca a boca”. E se diverte quando revela que, nos �ltimos tempos, tem a mesma desenvoltura nas lojas de aviamentos como nas de material de constru��o. “Pe�o os tecidos, fitas e rendas, compro linhas, tesoura, cola quente e outros artigos que preciso. De repente, as ferramentas s�o outras. � um novo mundo que est� me fazendo muito bem. Meio terapia, sabe? A mente deu o sinal e o corpo acompanhou”, garante Get�lio, agora fazendo tamb�m miniflores para tiaras de noivas e para enfeitar ber�os de beb�.

Com a novidade circulando no bairro, Get�lio est� certo de que a vida mudou da �gua para o vinho. “Continuo pedreiro, � meu ganha-p�o, mas por que n�o ser tamb�m artes�o?”, pergunta cheio de sabedoria. Nos dois of�cios, explica, a paci�ncia � a alma do neg�cio. “N�o adianta ficar nervoso em nada nesta vida. Mas garanto que ser artes�o � bem mais tranquilo do que mexer massa e pegar no ‘pesado’. Tudo nesta vida � quest�o de aprendizagem, ningu�m nasce sabendo.”

Da casa de Get�lio, as borboletas “voaram” para pres�pios vizinhos, nesta temporada de Natal que termina na quinta-feira, Dia de Reis. “Um amigo gostou demais e comprou seis, de cores diferentes. Agora est�o enfeitando a gruta onde Jesus nasceu. Quer alegria maior nesta �poca?”. O pr�ximo passo, acredita, ser� fazer um curso para aprimorar a arte, e, no futuro, quem sabe, trocar de profiss�o e ampliar os horizontes: “Mas sempre com paci�ncia para viver e criar.”

 
 


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