Fila no Life Center: 33 pacientes com sintomas respirat�rios aguardavam atendimento no fim desta manh� (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
O conv�nio m�dico est� longe de garantir assist�ncia r�pida nos prontos-socorros de Belo Horizonte nesta quarta-feira (5/1). Assim como as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital, os hospitais privados est�o lotados de pacientes com sintomas respirat�rios. Em diversas institui��es, a espera por uma consulta ultrapassa tr�s horas.
Ao longo desta manh�, o Estado de Minas percorreu quatro estabelecimentos de sa�de das regi�es Centro-Sul e Leste. O hospital Fel�cio Rocho, no Bairro Santo Agostinho, era o mais movimentado. A fila para o atendimento, com quase cem pessoas, transbordava para a cal�ada. O p�blico, em sua maioria, usava uma pulseira azul que, segundo funcion�rios da institui��o, identifica pacientes com quadro gripal.
A t�cnica de enfermagem Heloiza Gomes diz que chegou ao local por volta de 9h. As 12h30, sequer tinha sido chamada para o preenchimento da ficha de triagem hospitalar. “E o pior � que n�o tenho para onde correr. Antes de vir para c�, tentei outros dois hospitais conveniados ao meu plano de sa�de, que tamb�m estavam lotados. O jeito � aguardar”, conforma-se a jovem.
Hospital Felicio Rocho: sala de espera do pronto-socorro reunia mais de 100 pessoas nesta quarta-feira (5/1) (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
O aposentado Erlande Ventura tamb�m reclama da demora. Ele conta que veio acompanhar a filha e a esposa. A primeira est� com sintomas respirat�rios e outra est� com dores na coluna. “Mais de uma hora que estou aguardando e ainda nem fiz a ficha. Est� ruim para todo canto, para quem tem plano de sa�de e para quem n�o tem”, queixa-se.
Aglomera��o
No Hospital da Unimed, no Bairro Santa Efig�nia, a reportagem contou ao menos 70 pessoas � espera de atendimento no segundo andar, ala destinada exclusivamente aos casos leves de s�ndrome gripal. No setor destinado � realiza��o de testes de COVID-19, o movimento tamb�m era intenso.
Hospital da Unimed: fila tamb�m era grande no setor de testes para a COVID-19 (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
No Hospital Vera Cruz, situado no Barro Preto, cerca de 40 pacientes com sintomas gripais aguardavam assist�ncia entre 11h e 11h30. O grupo era identificado por uma pulseira rosa, conforme informaram recepcionistas e seguran�as.
A institui��o chegou a reservar um espa�o exclusivo a este p�blico para evitar a propaga��o de viroses mas, diante da grande demanda desta manh�, a mistura foi inevit�vel.
Quem recorreu ao ambulat�rio do hospital Life Center esta manh� tamb�m n�o escapou das filas. Por volta de 10h30, 33 conveniados com sintomas gripais esperavam por uma consulta m�dica do lado de fora do sagu�o, onde foram reunidos para evitar a contamina��o de outros pacientes. “Estou gripado, cheguei faz mais de uma hora. Todo lugar est� assim, � um inferno”, diz o assistente administrativo Fernando Santos.
Hospital Vera Cruz: pacientes lotaram pronto-atendimento esta manh� (5/1) (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Refor�o na emerg�ncia
O EM procurou os quatro hospitais percorridos esta manh�. A Unimed-BH informou que, desde segunda-feira (3/1), registrou 3.867 atendimentos presenciais, aumento de mais de 44% em rela��o a quatro semanas atr�s. "Em rela��o ao perfil dos casos, a Unimed-BH vem percebendo um aumento dos casos positivos de COVID-19 e de casos respirat�rios causados por outros v�rus. O crescimento da demanda tamb�m tem ocorrido na rede prestadora", diz a nota enviada � reportagem.
A empresa destacou ainda que tem adotado medidas para ampliar a capacidade de atendimento de suas unidade, tais como o refor�o de suas esquipes e maior oferta de consultas on-line.
O Hospital Vera Cruz esclareceu que o estabelecimento ampliou em 100% a sua capacidade de atendimento de emerg�ncia antecipando crescimento das demandas de s�ndromes gripais. "Apesar do crescimento no n�mero de consultas, nas �ltimas semanas, n�o houve aumento nos casos interna��es relacionadas a s�ndromes respirat�rias e nem �bitos", afirma o texto encaminhado pela Hapvida, detentora da Promed, que administra o hospital.
O Life Center e o Fel�cio Rocho n�o se manifestaram at� a �ltima atualiza��o desta mat�ria.
Gargalo nas interna��es
Hospital Vera Cruz: pacientes lotaram pronto-atendimento esta manh� (5/1) (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
A press�o sobre os servi�os de sa�de tamb�m se reflete na ocupa��o de leitos da capital mineira. Cerca de 75% de todas as enfermarias dedicadas ao tratamento de pacientes com a COVID-19 est�o ocupadas. Todas as vagas dispon�veis na rede do Sistema �nico de Sa�de (SUS) est�o preenchidas.
Em 2021, as nove UPAs contabilizaram cerca de 122 mil atendimentos por doen�as respirat�rias, sendo 11 mil atendimentos realizados em novembro/21 e cerca de 10 mil atendimentos em dezembro/21. J� nos centros de sa�de, em 2020 foram realizados cerca de 273 mil atendimentos por doen�as respirat�rias e, em 2021, 399 mil (dados at� 26/12).
A cobertura vacinal contra influenza est� em cerca de 75%. Desde 19 de julho, a vacina contra a gripe est� sendo aplicada na popula��o em geral, a partir dos 6 meses de idade. Em 2020, a cobertura vacinal da campanha contra a gripe foi de 96,5%. A meta estipulada pelo Minist�rio da Sa�de � imunizar 90% dos grupos priorit�rios.
Em Minas, a Secretaria de Estado de Sa�de j� confirmou 305 infec��es pela doen�a em todo o estado, ou seja, mais que o dobro dos epis�dios registrados at� 26 de dezembro, quanto as estat�sticas apontavam 147 contaminados. Em 79 munic�pios, h� doentes infectados pela chamada cepa "Darwin". Rec�m-descoberto na Austr�lia, o subtipo contribuiu para um aumento de casos de gripe em um per�odo at�pico no Brasil, ou seja, no ver�o.
Os testes de detec��o foram feitos na Funda��o Ezequiel Dias (Funed). At� o momento, a institui��o n�o acusou nenhuma morte pela doen�a.
