Lixo se acumula nas margens do rio em Santa Luzia

Tem tambor, pneu de carreta e geladeira. Milhares de garrafas pet, caixas de isopor e sacos pl�sticos. E gal�es a perder de vista, junto a caixas de ferramentas e m�veis. Num remanso formado sob a ponte do Rio das Velhas, na divisa entre as partes Alta e Baixa de Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o lixo que desce com a enchente chama a aten��o de quem passa e j� provoca uma "pescaria" bem diferente, e at� rent�vel.

Com um bambu comprido, alguns moradores recolhem o que podem para conseguir algum dinheiro. Na pracinha perto de um posto de gasolina, um homem com uma capa amarela conseguiu recolher pneu, gal�es e uma caixa de ferramenta. "O senhor pegou isso tudo no rio? Quanto quer por tudo?", pergunta o rep�rter. A princ�pio, o homem co�a a cabe�a e ouve um amigo dizendo: "Uai, o cara quer comprar, v� a� o pre�o!" O vendedor ent�o diz que o fregu�s faz o pre�o.

Sobre a ponte, uma geladeira aguarda que algu�m a carregue. "Acho que n�o presta nem para o ferro velho. S� se algu�m quiser tirar o motor e vender", afirma um homem, que n�o se diz dono da pe�a branca retirada das �guas velozes e turbulentas do afluente do Rio S�o Francisco. Outro homem passa e diz que um amigo vendeu "um pneu de carreta" por R$ 200. 

 

 

O movimento � grande �s margens do Rio das Velhas, que tem interditadas as pontes que ligam as duas parte da cidade, e, consequentemente a Belo Horizonte e ao distrito de S�o Benedito. A �nica alternativa vi�ria para se chegar � Parte Alta, onde fica o Centro Hist�rico, � por uma estrada cal�ada que leva ao Bairro Bom Destino e � rodovia BR-381. Muitos caminhoneiros aguardam a libera��o da Avenida Beira-Rio, ainda tomada pelas �guas. "Vou esperar pois preciso ir a S�o Benedito. Do outro lado, d� muita volta", contou um motorista de um furg�o com placa de Jaboticatubas

 

"N�o mexam com o Rio das Velhas. Ele � bravo. E devolve com for�a tudo o que jogam nele. Sempre foi assim", disse, com sabedoria, um homem de 70 anos, antigo morador do Centro Hist�rico.

O certo mesmo � que a curiosidade � geral. Na manh� desta segunda-feira, 10, como havia muita gente sobre a ponte, que foi ultrapassada ontem pelo rio, agentes da prefeitura pediam para que as pessoas deixassem a estrutura livre.