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Estado de Minas �S PRESSAS

'A gente largou tudo, eu prefiro a vida', diz vizinha da Usina do Carioca

Usina do Carioca, hidrel�trica administrada pela Santanense, teve chance de rompimento de 99% nesse domingo


10/01/2022 18:13 - atualizado 10/01/2022 18:29

Maria Helena Campos conversa com o irmão, acamado, em Pará de Minas
Maria Helena Campos levou o irm�o, acamado, para se abrigar com ela longe da barragem (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
As cidades pr�ximas a Par� de Minas, na Regi�o Central de Minas, viveram uma segunda-feira (10/1) de tens�o. Isso porque neste domingo (9/1), a represa da Usina do Carioca, hidrel�trica administrada pela empresa Santanense (de tecidos, com f�brica dentro do munic�pio), teve chance de rompimento de 99%, segundo as autoridades.

A Prefeitura de Par� de Minas emitiu alertas para que as pessoas de distritos e povoados como Bom Jardim, Juazeiro, S�o Jo�o de Cima, Brumado, Varj�o, parte baixa do Casquilho e Velho da Taipa, que abrangem os munic�pios On�a do Pitangui, Pre�o, Concei��o do Par� e Pitangui, sa�ssem de casa. A �gua, em caso de rompimento, n�o atinge o distrito de Carioca ou outros pontos centrais de Par� de Minas, mas a cidade se prepara para atender as pessoas.

As pessoas que deixaram suas resid�ncias foram encaminhadas a uma Unidade B�sica de Sa�de (UBS) de Carioca. Nela, h� trabalho de apoio de Defesa Civil, pol�cias Civil e Militar, bombeiros e integrantes de prefeituras das cidades pr�ximas.

A reportagem do Estado de Minas esteve no local nesta segunda e foi surpreendida: o lugar estava vazio. Isso porque conhecidos e familiares acolheram os vizinhos da Usina do Carioca.

Maria Helena Campos, de 63 anos, mora em um s�tio que est� na mancha prevista em caso de rompimento. Ela foi para a casa do filho.

"Eu fiquei muito apavorada. Tem 30 anos que moro no Carioca e seis no s�tio, nunca tinha visto uma enchente do rio e essa situa��o na represa. Mas tudo por causa da barragem, e se arrebentar n�o vai sobrar nada", disse.

A filha e o genro de Maria Helena tamb�m acolheram Ant�nio dos Santos Henriques, de 72 anos. Acamado, ele � vizinho de Maria Helena e mora com a esposa, que tamb�m est� nesta casa, sem grandes expectativas de retorno.

"Trouxe ele para c�, acamado. Se a barragem estourar, a casa dele vai embora, que � mais baixa, at� a minha vai embora, que � alta at�. Eu sa� na frente, e o Corpo de Bombeiros foi buscar ele para mim pouco depois", disse.

"Nunca tinha visto isso na minha vida, mas tenho f� em Nossa Senhora. Tenho medo, muito medo. Porque a gente vem para c�, mas tem coisas da gente l�, tem animal, cria��es. A gente largou tudo, eu prefiro a vida", afirmou.

Poucas casas � frente, mais pais recebidos pelos filhos. Maria de Lourdes, de 70 anos, contou com o apoio da filha, Edna Aparecida para acolh�-la.

"A �gua do rio foi no meu passeio, praticamente. A barragem d� um quil�metro, se a barragem estoura vem parar l� em casa", disse.

A moradora diz que, em 50 anos, nunca viu nada semelhante. "Eu acho que, ficar l� mesmo, n�o vou mais. Posso voltar, mas depois saio de novo. Sempre tive medo, j� deu enchente, ficamos ilhados, mas agora deu", conta.

Maria de Lourdes posa para foto com a filha na porta de casa, em Pará de Minas
Maria de Lourdes foi para a casa da filha, Edna, ap�s alerta sobre barragem da Santanense (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
 

Em caso de rompimento, �reas de s�tios e fazendas ser�o diretamente afetadas, al�m da cheia no Rio S�o Jo�o e no Ribeir�o Paci�ncia, o que motiva a retirada de comunidades ribeirinhas em diversos pontos ao longo do curso d'�gua.

Ao todo, 130 pessoas foram removidas de suas resid�ncias. Resta uma fam�lias para sere resgatada e, segundo a Prefeitura de Par� de Minas, ela se recusa a deixar o local e ser� retirada por meio de ordem judicial.

Outras cidades pr�ximas observam com aten��o a possibilidade de rompimento. S�o elas: S�o Jo�o de Cima, Casquilho de Baixo e Casquilho de Cima. Todas est�o em alerta.

Usina do Carioca


A represa da Usina do Carioca n�o chegou a se romper, mas �reas laterais racharam e o duto sofreu uma fratura. A Santanense afirma que engenheiros e t�cnicos est�o trabalhando no conserto.

A represa fica a 23 quil�metros do centro de Par� de Minas, cidade que abriga a usina. Prefeito de Par� de Minas, Elias Diniz (PSD) diz que as autoridades est�o em estado de alerta, j� que a previs�o � de que as chuvas n�o tenham tr�gua at� quarta-feira (12/1).

"� dif�cil de a gente fazer um progn�stico, envolve engenharia, envolve carta. Primeiro, n�s n�o temos plantas em m�os para verificar se foi feito em cima de solo mole ou em cima de pedreira, se as laterais est�o comprometidas. Tudo isso entra no radar, e a equipe de engenharia ainda vai analisar o esfor�o mec�nico que ainda pode fazer. Ainda temos um volume de �gua que vai chegar at� quarta-feira, mas somos leigos no assunto. Quem pode dar um parecer � a equipe de engenharia", afirmou, ao EM.

A empresa afirma que est� executando as a��es do Plano de A��es Emergenciais e diz monitorar a situa��o em tempo real. "Apesar de ter sido identificado o descal�amento parcial do conduto acess�rio engastado ao barramento, a estrutura da barragem permanece preservada", asseguraram os representantes da f�brica.

 


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