
A vaz�o das comportas da barragem de Carmo do Cajuru, munic�pio vizinho, ser� ampliada gradativamente podendo chegar a 450 metros c�bicos. No final da tarde de hoje chegou a 500 metros c�bicos por segundo de aflu�ncia do reservat�rio e poderia atingir 630 at� amanh� (11/1).
Joana j� colocou os m�veis e eletrodom�stico para cima. Separou os itens essenciais, como documentos. Ao lado dos filhos que tentam convenc�-la a ir algumas ruas para cima, ela ainda n�o est� disposta a sair de casa. “Teimosa”, afirma com o sorriso que disfar�a o medo.
A resist�ncia � reflexo de quem j� enfrentou pelo menos outras cinco enchentes. “Teve vez de perder muita coisa. Guarda roupa”, relembra. S�o 33 anos morando no mesmo local que, segundo ela, trazem “experi�ncia”.
“A gente fica de olho, observando, porque a gente tem um pouquinho de experi�ncia pelo tempo que mora aqui. A �gua n�o vem de uma vez como uma tromba d’�gua, ela vem vindo, r�pido, mas assim, ali perto do gol, quando voc� v� que ela est� ali voc� junta os trem e sai porque sabe que ela est� vindo”, conta deixando escapar a apreens�o.

“Eles acham que estou muito sossegada, mas a gente sabe como est� por dentro da gente. A gente fica na expectativa: vai dar certo”.
Com menos seguran�a e mais apreensiva, Paula Cristina, moradora h� 35 anos do bairro, resume em uma palavra: “tristeza”. Al�m de improvisar para proteger os m�veis de casa, ela tamb�m precisou repetir todo o trabalho no c�modo do com�rcio que tem ao lado.
“Temos que tirar as coisas, fica esperando essa �gua vir. J� estamos nesta tortura h� uma semana, vem e n�o vem. Agora tirar tudo, � muito triste”, desabafa.
Ela, o marido e os dois filhos, de 8 e 14 anos, v�o para casa de parentes.
Enquanto a reportagem esteve no local, o movimento da rua era intenso. Moradores se misturavam entre as equipes e m�quinas de suporte da prefeitura. A cada esquina, um aglomerado de pessoas.
Em uma casa, a filha de um casal de idosos estava sentada aguardando a hora de ir embora. Ela j� tinha tirado os pais do im�vel e levado para um local mais seguro.
Quem mora na parte mais alta tamb�m n�o escondeu a curiosidade e desceu algumas ruas para ver a situa��o.

Apoio
T�cnicos da Defesa Civil e servidores da Secretaria Municipal de Servi�os Urbanos est�o na regi�o mais alag�vel do bairro. Um ponto de apoio tamb�m foi criado.
“A gente pede que a popula��o deixe suas casas, pegue os documentos, siga as placas de rota de fuga que foram instaladas no ano passado e vai para o ponto de encontro e procure a Defesa Civil que est� no bairro”, destaca o secret�rio de tr�nsito e transporte, Lucas Estevam.
Mais cedo, a vice-prefeita Janete Aparecida (PSC) tamb�m esteve no bairro orientando os moradores. Ainda n�o h� um n�mero oficial, mas estima-se que 55 fam�lias estejam desalojadas em Divin�polis desde o final da semana passada.
Alerta
Al�m do Bairro Candel�ria, em Divin�polis, a amplia��o da vaz�o tamb�m coloca em risco ribeirinhos de Carmo do Cajuru, onde fica localizada a barragem.
“Vai existir inunda��o nas partes mais baixas do nosso munic�pio, pr�ximo da nossa prainha. Avisamos a popula��o ribeirinha, que � pouca que temos aqui dentro do nosso munic�pio, mas avisamos que todos desocupem as suas casas”, diz o prefeito Edson Vilela.
O n�vel da barragem est� subindo 4 cent�metros por hora.
*Amanda Quintiliano especial para o EM