
O delegado Marcos Pimenta, que preside a investiga��o sobre as causas do acidente que matou 10 pessoas no �ltimo fim de semana no c�nion do Lago de Furnas, em Capit�lio, Sudoeste de Minas, deu detalhes sobre os trabalhos em entrevista coletiva na manh� desta sexta-feira (14/1).
uma placa de rocha se desprendeu do c�nion, atingindo em cheio a lancha Jesus, que transportava 10 pessoas. Todas morreram. Nas outras embarca��es mais pr�ximas, algumas pessoas ficaram feridas, mas j� tiveram alta. Assim como no restante do estado nos �ltimos dias, o tempo era inst�vel na regi�o.
Em 8 de janeiro, Segundo ele, at� o momento j� foram ouvidas 17 pessoas. Entre elas, v�timas de ferimentos que moram no Rio de Janeiro e tr�s pessoas da mesma fam�lia que s�o de Belo Horizonte. Os investigadores trabalham ao lado da Pol�cia Federal (PF) e contam com o aux�lio de especialistas.
“� um trabalho que requer muita calma, serenidade, uma a��o s�ria da Pol�cia Civil. N�s n�o vamos nos poupar a exaurir todo e qualquer tipo de questionamento. O foco agora n�o � procurar culpados, e sim respostas. Para que evite, se for poss�vel, que outras placas caiam. N�s estamos trabalhando ao lado da ci�ncia. J� procuramos diversos ge�logos que s�o especialistas no tema”, disse Marcos Pimenta.
“As pedras v�o cair por conta dos movimentos naturais (da terra). S�o pedras de quartzito. Nada mais interessante e importante que a a��o de cientistas e ge�logos para eles sim colocarem a causa da queda. Se foi uma causa espont�nea e natural ou se foi provocada por terceiros”, disse o delegado. “O que pode ter ocorrido, e que vamos saber s� no final das investiga��es, � se houve ou n�o a��o de terceiros para acelerar a queda. Caso, eventualmente, tenha algum respons�vel, eles ser�o indiciados e o inqu�rito encaminhado ao Minist�rio P�blico, que vai articular a��o penal”, explica Pimenta.
Segundo ele, neste primeiro momento, v�rias hip�teses s�o consideradas, desde a a��o das chuvas at� a movimenta��o na rodovia pr�xima ao local ou obras. Al�m dos ge�logos, os investigadores n�o descartam acionar sism�logos – especialistas em movimenta��o e tremores de terra – para embasar o inqu�rito.
O delegado espera que o laudo pericial sobre o local onde o acidente ocorreu, e que � feito com o apoio da Pol�cia Federal (PF), fique pronto em 30 ou 40 dias. J� o inqu�rito, segundo ele, n�o tem prazo para ser conclu�do.
“O ‘Mar de Minas’ � uma riqueza de todos n�s e que precisa de responsabilidade para ser explorado. Neste momento, seria leviano outorgar alguma responsabilidade. N�s vamos exaurir todo e qualquer questionamento. (…) O importante � o t�cnico falar, a ci�ncia responder. A Pol�cia Civil vai se pautar pela ci�ncia”, disse Pimenta. Ele tamb�m exemplificou que o resultado da investiga��o pode contribuir com a sociedade e com o turismo, para que a atividade seja realizada com mais seguran�a no lago.
Marcos Pimenta tamb�m informou que a equipe de investiga��o j� se reuniu com o Minist�rio P�blico Federal (MPF) para troca de informa��es. Ontem, o �rg�o recomendou que Capit�lio, S�o Jo�o Batista do Gl�ria e S�o Jos� da Barra interditem temporariamente as �reas semelhantes ao c�nion onde as mortes ocorreram.
O MPF tamb�m questionou a Delegacia Fluvial de Furnas, pertencente � Marinha, sobre o deslizamento no c�nion e sobre como � feita a fiscaliza��o da seguran�a de navega��o no local. A empresa Furnas Centrais El�tricas tamb�m ter� que prestar esclarecimentos. Ela dever� enviar ao MPF o mapa geol�gico da regi�o e os �ltimos relat�rios de monitoramento. As informa��es solicitadas t�m como base o Contrato de Concess�o nº 004/2014, feito entre a Ag�ncia Nacional de Energia El�trica e Furnas.