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Estado de Minas SUSTO NA CIDADE

Estudo aponta causas de tremores em Divin�polis

Foram 29 abalos s�smicos em 10 dias na cidade do Centro-Oeste de Minas; Centro de Sismologia da USP analisou barragens, pedreiras e chuvas


20/01/2022 15:33 - atualizado 20/01/2022 15:58

Vista de Divinópolis
Pelo menos 500 relatos de tremores foram feitos por moradores de Divin�polis ao Centro de Sismologia da USP (foto: Divulga��o/Prefeitura de Divin�polis)
Entre os dias 10 e 19 de janeiro, Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas, registrou 29 tremores de terra. Os eventos foram computados pelo Centro de Sismologia da Universidade de S�o Paulo (USP). As magnitudes variaram entre 1.6 e 3 na escala Richter e s�o consideradas leves, gerando mais preocupa��o do que danos para a popula��o.

Estudo feito pelo Centro de Sismologia apontou como epicentro o Bairro Candid�s. Moradores da regi�o, incluindo os bairros Icara� e Lagoa dos Mandarins, relataram sentir as casas tremerem, al�m de terem ouvido fortes estrondos. Pelo menos 500 relatos foram enviados por cidad�os � USP por meio do link “Sentiu a�?”.

mapa
Mapa mostra locais de onde moradores reportaram efeitos dos tremores de terra � p�gina Sentiu A�?, do Centro de Sismologia da USP (foto: Centro de Sismologia da USP)


O levantamento tamb�m apontou que todos os tremores estariam ocorrendo em uma �nica fratura da crosta superior. A s�rie atual teria causa natural, descartando interfer�ncia de pedreiras e barragens.

“Tudo indica que os tremores de terra em Divin�polis s�o de origem natural e fazem parte de um "enxame" s�smico, similar a outros casos de sismicidade no Brasil”, informa o estudo.

O Centro de Sismologia tamb�m diz que n�o existe t�cnica comprovada que permita prever a evolu��o da sismicidade. S�o raros os casos em que os tremores aumentam em frequ�ncia e magnitude a ponto de causar danos s�rios. “Mas n�o se pode descartar totalmente esta possibilidade. No entanto, a chance de danos maiores � remota”, esclarece.
 
Tabela
Magnitude dos tremores variaram entre 1.6 e 3 (foto: Fonte: Centro de Sismologia da USP)


Causas descartadas

Embora o reservat�rio de Carmo do Cajuru, a 20 km de Divin�polis, j� tenha registrado atividade s�smica na d�cada de 1970, a dist�ncia entre o munic�pio e o epicentro descarta possibilidade de rela��o, assim com a Usina do Gafanhoto, a 2,5 km.

“Portanto, a possibilidade de os tremores terem alguma rela��o com a barragem � extremamente remota e pode ser descartada”, pontua o estudo.

 
Outra possibilidade, descartada, � o impacto causado pela explora��o em pedreiras.  Os poucos casos s�o de extra��o de enormes quantidades de rocha deixando uma cava com mais de 100 m de profundidade. Neste caso, os focos dos sismos estar�o tamb�m logo abaixo da cava ou nas suas beiradas. 

Mapa
Figura A mostra que os tremores foram longe das pedreiras Dibrita e MBL e da barragem do Gafanhoto. Na B, o epicentro, na regi�o do Bairro Candid�s (foto: Centro de Sismologia da USP)


“Os tremores de Divin�polis est�o longe das pedreiras Dibrita (2.2 km) e MBL (3.4km). Portanto, pode-se tamb�m descartar a possibilidade de efeito das pedreiras mencionadas”, afirma.

O estudo tamb�m tratou como “muito remota” a possibilidade e rela��o com as chuvas intensas das �ltimas semanas, j� que n�o houve relatos em outras regi�es do estado.

Para descartar totalmente, seria necess�rio acompanhamento por alguns anos para verificar a evolu��o das atividades s�smicas e observar o comportamento tamb�m em per�odos de estiagem.


N�o h� motivo para preocupa��o

A ativa��o de falhas geol�gicas locais ou a acomoda��o de massas e blocos de rochas em profundidade s�o fatores que podem contribuir para a ocorr�ncia de sismos naturais de pequena dimens�o e magnitude reduzidas.

“For�as e tens�es compressivas e extensivas naturais que atuam no interior da crosta terrestre, e acumulam-se ao longo do tempo, s�o, provavelmente, os agentes que engatilharam a o evento observado em Divin�polis”, explica o diretor t�cnico de Geologia da Geocontrole, Guilherme de Freitas.

Sismos de magnitude 3,0 s�o comuns no Brasil e em Minas Gerais. O estado j� presenciou sismos de magnitudes bem maiores, como os de S�o Francisco, em 1931, e o de Itacarambi, em 2007, no Norte do estado, ambos com magnitudes 4,9.

Em Divin�polis, o �ltimo at� ent�o registrado havia sido em 1990, com magnitude de 2.8.

Para o diretor t�cnico de geologia n�o h� motivo de preocupa��o. “O nosso pa�s est� no interior de uma grande placa tect�nica, denominada placa Sul Americana. As regi�es do nosso planeta mais propensas a sofrerem com terremotos e/ou sismos naturais s�o as localizadas nas proximidades de limites entre placas tect�nicas, como os pa�ses Andinos na Am�rica do Sul (Argentina, Peru, Col�mbia, Chile... etc.), o que n�o � o nosso caso”, explica.

O alerta � para as edifica��es irregulares ou com fragilidades. “� importante, contudo, se manter o monitoramento constante de �reas de alto ou muito alto risco geol�gico-geot�cnico, assim como de estruturas edificadas que apresentam algum n�vel de alerta”, alerta.

Nestes casos, onde h� um risco associado j� identificado, sismos naturais, mesmo que de intensidade reduzida, podem ser o gatilho para a ocorr�ncia de outros problemas maiores.

“Como deslizamentos, escorregamentos, ou at� rupturas de estruturas geot�cnicas”, exemplifica. Neste caso, cabe acompanhamento dos �rg�os de Defesa Civil para monitorar encostas e estruturas.

*Amanda Quintiliano - Especial para o EM


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