
Isso significa que, naqueles dias, cada 100 pessoas transmitiam a doen�a para outras 119. De acordo com infectologistas, o ideal � que o Rt fique abaixo de 1.
Desde 25 de janeiro, por�m, os dados mostram queda. Ontem (31/1), o Rt estava em 1,1. No boletim desta ter�a-feira (1/2), a taxa indica estabilidade, permanecendo em 1,1.
Depois de viver um janeiro com a maior incid�ncia de casos de coronav�rus, com quase 500 mil infectados, Minas ter� em fevereiro seu maior pico de contamina��es desde o in�cio da pandemia, segundo estimativa da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG).
Na semana passada, o secret�rio de estado de Sa�de, F�bio Baccheretti, havia afirmado que Belo Horizonte atingiria o pico das contamina��es pela �micron antes do restante do estado, justamente porque a variante apareceu na capital primeiro.
Os primeiros registros ocorreram em meados de dezembro, quando o estado estava no controle de casos.
A expectativa da SES-MG � de que Belo Horizonte chegue � curva mais acentuada de testes positivos justamente nesta semana, enquanto outras regi�es do estado ter�o seu pico de infec��es em duas ou tr�s semanas.
A PBH opta pela cautela e informa, por meio de nota, que n�o � poss�vel afirmar se o pico da onda j� foi alcan�ado ou se est� na parte ascendente ou descendente do n�mero de casos.
"A Secretaria Municipal de Sa�de monitora diariamente os n�meros epidemiol�gicos e assistenciais da doen�a no munic�pio e qualquer agravamento que comprometa a capacidade de atendimento ser� tratado da forma devida, com o objetivo de preservar vidas", informou a prefeitura na nota.
Ainda conforme o executivo, a metodologia de c�lculo do Rt segue recomenda��es internacionais e foi criada pelo Imperial College de Londres. A Prefeitura adotou a metodologia, inclusive, antes da orienta��o da Organiza��o Mundial da Sa�de, por meio de nota t�cnica de 12/05/2020.
A partir de modelos epidemiol�gicos, demogr�ficos e estat�sticos, que consideram o n�mero de Suscet�veis e Infectados na popula��o, a prefeitura calcula o Rt utilizando os dados de casos confirmados, inclusive aqueles de maior gravidade ou que exigem algum tipo de interven��o cl�nica.
A �ltima estimativa produzida descreve que, nos �ltimos dias, aqueles indiv�duos que estavam infectados acabaram por infectar mais pessoas, ou seja, 100 indiv�duos infectados resultaram na infec��o de outros 110.

Queda na procura por testes
Um outro dado a ser levado em conta pode vir dos laborat�rios. Segundo informou o Laborat�rio Hermes Pardini nesta ter�a-feira, Minas Gerais teve uma redu��o de 60,4% no volume de testes de COVID RT-PCR em rela��o � m�dia m�vel dos �ltimos 14 dias.
''Iniciamos a semana em Minas Gerais com uma redu��o na procura de testes de RT-PCR. Entretanto, ainda temos uma alta positividade (57%), mas ela est� reduzindo em rela��o aos �ltimos dias", explica Melissa Valentini, infectologista do Pardini.
Sendo assim, segundo ela, aparentemente parece ser a estabiliza��o do pico epid�mico no estado. "Mas � importante lembrar que os quadros mais graves da COVID e os �bitos acontecem de 14 a 20 dias ap�s o diagn�stico, portanto, as pr�ximas duas semanas precisam ser acompanhadas de perto", ressalta Melissa.
Ocupa��o de leitos segue alta
Por outro lado, a situa��o segue complicada nos leitos de UTI e enfermarias de Belo Horizonte destinados aos pacientes com a COVID-19. Os locais permanecem sobrecarregados e pr�ximos do esgotamento.
Boletim epidemiol�gico divulgado nesta ter�a-feira (1º) pela prefeitura mostra que a taxa de ocupa��o em UTIs voltou a subir de 85,4% para 88,4%. Nas enfermarias, houve recuo de 90,3% para 84,8% entre ontem e hoje, um �ndice ainda muito alto, se forem levados em conta os mais de 550 leitos abertos pela PBH somente em janeiro.
Nesse mesmo per�odo, mais 1.058 pessoas na cidade testaram positivo para a COVID-19 e sete pessoas morreram.
At� o momento, 316.247 pessoas j� se infectaram com o coronav�rus na capital. Em acompanhamento m�dico est�o 4.799 pacientes. Os recuperados somam 304.271 e o n�mero de �bitos na cidade em decorr�ncia da doen�a chega a 7.177.
A prefeitura refor�a que a popula��o precisa manter as recomenda��es sanit�rias como o uso correto de m�scaras, evitar aglomera��es, lavar as m�os com frequ�ncia e manter a etiqueta respirat�ria e a situa��o vacinal em dia.
A an�lise do atual cen�rio por um especialista
O RT, �ndice que indica o n�vel m�dio de transmiss�o da COVID-19, reduziu em BH nos �ltimos dias. Saiu de 1,18 e chegou a 1,10, estabilizando neste patamar de ter�a para quarta-feira (1º). Isso pode significar que possivelmente estamos atravessando o pico da pandemia na capital, de acordo com o infectologista Estev�o Urbano.
“A estabiliza��o do RT nas �ltimas horas e uma queda em rela��o aos �ltimos dias significa que possivelmente n�s estejamos no pico da pandemia. Talvez com uma tend�ncia a queda dos n�meros, ou seja, talvez em breve poderemos estar saindo do pico”, disse.
Este momento de queda na transmiss�o deve ser acompanhado com muita aten��o por todos, pois n�o significa que os n�meros seguir�o essa tend�ncia de queda, devido �s caracter�sticas do coronav�rus. N�o estamos numa zona de conforto, alerta o infectologista.
“Mas devemos ter toda a aten��o, pois isso n�o � uma garantia. Esse v�rus tem uma replica��o, um comportamento muito aleat�rio e podemos ser surpreendidos por um novo refluxo de casos nos pr�ximos dias. Mas h� uma tend�ncia que estejamos vivendo agora o pico da pandemia e que realmente em breve estejamos com o in�cio da queda dos casos. Isso n�o significa que a situa��o seja confort�vel porque estamos ainda com um n�mero muito alto de casos. A quest�o �, se estamos numa tend�ncia de queda nos n�meros, quanto tempo ainda continuaremos com esse n�vel alto para ent�o depois atingirmos o n�vel baixo. N�o significa que amanh� esse n�vel estar� muito baixo e que a queda ser� muito r�pida. Pode ser que demore algumas semanas para que a gente saia de um est�gio cr�tico para bom. Ou seja, a transi��o do pico para um quadro de tranquilidade pode demorar algumas semanas”, ressaltou Est�v�o Urbano.
A redu��o do RT na �ltima semana est� relacionada ao menor n�mero di�rio de novos casos de covid. A avalia��o ocorre de acordo com o cen�rio atual, diz o especialista.
“O RT reflete o n�mero de novos casos. Quando temos uma queda desse �ndice significa que as notifica��es v�m reduzindo, desacelerando. H�, portanto, uma queda real das notifica��es. Isso, claro, analisando o cen�rio de hoje. Embora haja uma certa l�gica como esse v�rus � muito imprevis�vel pode ser que a gente tenha um refluxo de casos com um novo aumento do RT. At� porque quando voc� fala do fim de semana h� uma subnotifica��o e ela � colocada em dia na segunda-feira. Isso pode elevar o RT nos pr�ximos dias”.
Por outro lado, a redu��o do RT n�o impacta diretamente na ocupa��o dos leitos. O que percebemos na capital nos �ltimos dias � o aumento das interna��es em UTIs e enfermarias destinadas ao tratamento de pacientes com a Covid-19. A situa��o se mant�m cr�tica, no vermelho, oscilando diariamente entre 80 e 95% das ocupa��es.
“Os leitos continuam com uma ocupa��o alta porque primeiro os casos graves continuam chegando nos hospitais. Voc� pode ter uma desacelera��o no total de casos, mas n�o quer dizer que os casos graves estejam em queda ou que j� n�o haja novos casos. O percentual de casos de exigem interna��es � apenas uma fra��o do total de casos. N�o necessariamente o total de casos caindo significa que aquela fra��o de casos graves tamb�m caia no mesmo ritmo. Estamos vendo ainda um volume de interna��es e solicita��es de interna��es alto. Outra quest�o, os casos de pessoas j� internadas que �s vezes ocupam os leitos hospitalares por dias e at� semanas. At� que haja um desfeito de alta para desocupar um leito pode demorar um n�mero de dias que voc� n�o consegue transformar em queda de satura��o da noite para o dia vamos assim dizer, concluiu o infectologista Est�v�o Urbano.
